segunda-feira, 27 de julho de 2020

calor

O calor apanha-me sempre desprevenida. Nunca o espero, tento sempre trocar-lhe as voltas, finto-o, recuo, escondo-me na esquina da primavera, disfarço-me dentro de casa, à guarda dos livros, das paredes, ou na rua, ao abrigo de algumas árvores que me olham de perto, barulhentas e vivaças. Hoje alcançou-me ao fim do dia, quando já menos se espera, quando o sol já se escondia e o vento tentava entrar, mortiço e apagado. Na natureza as forças encontram-se todos os dias, numa batalha invisível a olho nu. Num dia vence a força, no outro a inteligência, no outro a verdade, no outro o amor. 

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