domingo, 6 de novembro de 2016

queda em grande

Não sei ao certo o número de letras preciso para escrever a palavra, e por isso procuro indiscriminadamente. Junto a A com a B, acompanho com um C, retiro um til, acrescento um traço, leio de trás para a frente e depois na ordem certa, e não chego a lado nenhum. Afinal a função foi servida, estava lá quando foi preciso (embora não fosse o desejo maior). O desejo maior adormeceu na beira de um caminho cansado, fiel aos princípios do respeito, erro fatal. Bem vistas as coisas, já me ensinaram há muito, agarra com a garra do fel e faz-te à vida, não há forma melhor de sobreviver (venha quem vier, morra quem morrer). Não consegui aprender a tempo, e sendo assim não estive à altura da incoerência, da malvadeza, do despeito e do desrespeito, da vingança e da incorrecção. As falinhas bonitas sempre atingiram o céu, oiço dizer (as vozes discretas sucumbem). A dedicação do tempo e do amor, parecem menores (a imposição certeira, pontual e desenxabida, serve manjares). A vida é para quem sabe viver nela e para quem se empoleira no fio da navalha, à altura de um instante maior. Quem fica cá por baixo onde pouco se vê, ainda que com colo, esconde-se num novelo que se enrola ao pescoço, prende-se num pé, desenrola-se por uma linha e cai, morta no chão. Quem cair depois, cai bem (e de figura feita). Esteve à altura do acontecimento, leva o oiro, canta-se o Hino e pendura-se a medalha ao pescoço (minha Rainha). Aqui sim, venha quem vier, morra quem morrer (serás sempre tu que venceste. E serás sempre tu que falhaste.).

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