quarta-feira, 24 de outubro de 2018

amor-perfeito

A facilidade com que os "bons" atormentam o outro, seguirá certamente de perto o número de religiosos obsessivos que desdenham o vizinho. E atormentam, também. A humanidade peca por fraca, é necessário corromper para enaltecer o ego, faz parte de um traçado mais comum do que o circuito da necessidade. Nela estão estampadas vontades relacionais não satisfeitas, desamores, injustiças, intolerâncias, fragilidades inconsequentes de todos e para todos, uma roda viva, uma corrida mais louca do mundo, sem fim, e um fim. Estamos todos mais ou menos envolvidos. Pé dentro, pé fora, alguns, acredito, numa fugaz tentativa de desvio para lá da norma, uma remada em sentido inverso, um choque frontal com a dificuldade, um avesso fenomenal, digno de Nobel atribuído em causa justa, por esferas de análise superior, sem tribunais ou algoritmos manipulados. O mundo inverteu, e a ovelha negra é a ovelha branca, que acarta a saúde e a paz, ou a humilde tentativa. Com ela, carrega o peso da mudança, uma revolução, portanto. Sem cravos vermelhos, mas cravejada de amores-perfeitos.

(Uma vingança do interior sobre o exterior.) 

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