terça-feira, 16 de outubro de 2018

indignação

Nos dias de hoje fala-se de violência sexual com a clareza que a comunicação social nos permite. Ontem abordou-se o assunto em prós e em contras, como se a discussão aberta pudesse exterminar um mal de sempre, mais entranhado no mundo do que o cheiro das traças nos armários esquecidos. Mas o que pareceu causar mais celeuma, foi o beijo aos avós, ao qual as criancinhas não devem ser forçadas. Ergueu-se o mundo e as vozes, e parece que ninguém quis perceber. A questão ali não era a família, o beijo ou a educação, mas a transmissão da importância do limite do corpo e da vontade. Mas é claro, soa sempre bem caírem os santos do altar, ouvirem-se bem alto as indignações, as incredulidades e as objecções. Pela minha parte, fico feliz quando o meu filho beija qualquer um dos avós, não por educação, mas por afecto. Criado por todos eles e pelo próprio, na partilha das emoções dos dias, das dificuldades, das vitórias e das alegrias. Se este beijo se alicerçasse em obrigação, como se os mesmos fossem um transeunte que nos cruzasse o caminho, é que eu ficaria preocupada. A esses ele só deve respeito, como todos, a toda a gente. Mas aos que insistem desejo força. Levantem-se, ergam-se, batam no exemplo com fúria e crueldade. É tantas vezes o que de melhor sabemos fazer,  sem pensar, tudo igual a zero em consequências ou resultados. 

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