sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sem abrigo...

Nestes dias, em que o sol aparece tímido e o frio nos gela até a alma, não consigo deixar de pensar, no que faz determinadas pessoas viver ao relento... Para além da necessidade, diga-se...
Porque existem sem abrigo que o são "por opção", ou seja não necessariamente por pobreza extrema... O termo nunca poderá ser levado à letra, pois existem sempre factores, circunstâncias, ou falta delas que levam a preferir a rua, o frio, o desconforto, o desencanto, ao conforto de uma casa, ou melhor de um Lar... Ou será desconforto? Em depoimento directo, já ouvi histórias destas gentes, perdidas no vazio do nada, tentando diariamente encontrar o calor, não externo, mas interno, que necessitam pra continuar a viver... A perguntas como: E as dificuldades? O dia a dia? A falta de condições? Tudo se aguenta; o objectivo é a busca incessante do eu; um eu perdido entre histórias de violência, de fome, de droga, de prostituição, que deixa lugar a um vazio à espera de encher com algo que teima em fugir; ou pior ainda uma desistência dessa procura, e um ser por ser, ou melhor, um viver por viver, porque ser, já não se é há muito...
Um desalento, levado ao extremo...
Uma homenagem a todos, e um desejo ainda de criança por um mundo melhor...

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