quinta-feira, 21 de agosto de 2014

cumplicidade

Ontem peguei num livro na calada da noite. Folheei-o com cuidado e cheirei-lhe as páginas, olhei-o muito de perto e voltei a colocá-lo na estante que enfeita com particular delicadeza, é especialmente bonito. Lamentei porque não me leu, não conseguiu encontrar-me, as suas palavras não me atingiram no sítio exacto em que me apaixono. Aviso sempre todas as pessoas para que não me ofereçam livros. Os livros escolhem-me, não sou apenas eu a escolhê-lhos, são mais ou menos como o amor. No seguimento, podem até dizer-me que está sujeito a emergir de surpresa ou em aproximação desprevenida, mas não foi o caso. Uma noite de insónia é o teste perfeito para qualquer tipo de cumplicidade. Nascente ou sucessiva.

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