terça-feira, 5 de agosto de 2014

tudo o que eu te dou

Os caminhos são sempre um desafio. Um desafio é uma incógnita, sabemos lá para onde nos penderá o corpo, sempre ignorante (e ávido) de futuro. A ignorância é por conseguinte uma constância na nossa vida, por muito que saibamos, por muito que ambicionemos. O passado é aquilo que já foi, certo, mas também tem como função o ensino. Afasta-se da ignorância para entrar no âmbito do conhecimento, haverá riqueza maior que possamos encerrar? Não creio. No meu encontro conquistas e encontro vitórias, mas também encontro erros e más decisões. Das conquistas e das vitórias guardo os lucros, dos erros deverei guardar os ensinamentos que a vida me deu? Certamente, mas por vezes esqueço. Hoje, por exemplo, encontrei um para engrossar o admirável livro da falha: julgar intentos é como jogarmos uma roleta russa, cravejada de opções. Do outro lado há o efeito momento e o efeito surpresa, o efeito circunstância e o efeito ocasião, entre dezenas de outros efeitos, alguns deles em permanente fusão. Crer de forma suprema na nossa opinião e expectativa, é tão falível quanto uma noite inteirinha de casino. 

(Só tive uma em que ganhei à séria: no de Lisboa, só eu e uma multidão, com o Pedro Abrunhosa ao piano a cantar o mais extraordinário " tudo o que eu te dou". Há momentos maiores do que um mundo, mesmo que não consigamos ver os olhos de ninguém.)



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