quarta-feira, 1 de junho de 2016

dia da criança

O dia era das crianças e resolvi por isso ir comer um gelado. Estavam dezenas de crianças no parque a andar de baloiço, a subir ao escorrega, a rodopiar na roda, a pedalar nos triciclos de dois ou de quatro lugares. Sentei-me numa sombra a saborear os escassos dez minutos de que dispunha para apreciar a vida ao entardecer, e fiquei estupefacta com o tempo que ainda me sobrou. Senti que dormi um sono, foi como se todo aquele tempo minúsculo, entre uma obrigação e a outra, me tivesse fornecido uma noite inteira de descanso. Atravessei a estrada e regressei muito depressa ao local de origem. Não me lembro do tempo que passei no caminho, sei só que cruzei uma criança com uma camisola alusiva ao dia, dizia: somos o melhor do mundo. Na salinha esperava-me uma outra realidade, triste, já coxa e entorpecida, que me confessou que desde o acidente não vê vida à frente, que está sem forças, acabado, envelhecido, uma tristeza que só visto. Perguntei para mim mesma o porquê de termos de ser velhos depois de podermos ter sido novos. Uma pergunta totalmente infortunada, sei disso, mas bem vistas as coisas gostaria muito de saber uma resposta que me levasse além do é a vida. E muito mais além do tudo tem um começo e um fim.

2 comentários:

  1. Realmente, as respostas não nos confortam, mas a verdade é que desde cedo que aprendemos o ciclo da vida e o nosso é este! Nada é eterno. Aqui está algo que é igual para todos, independentemente das sua riquezas, cultos e conhecimentos. Esta é a nossa única certeza - nascemos e morremos. O que se passa entre esta linha temporal é que irá fazer toda a diferença. Temos de lutar para que sejam criadas condições mais específicas com as nossas necessidades numa idade mais avançada. Teremos outras necessidades esta é a verdade, é preciso MUDAR. Mudar mentalidades, MUDAR espaços, MUDAR recursos, MUDAR!!! Mudar e não matar-nos as lembranças, os movimentos, as alegrias, os desejos!!! Porque a verdade é que se a mentalidade mudar também todos nós, mesmo muito velhinhos, teremos preservado a nossa meninice, a nossa capacidade de sonhar e acreditar num futuro melhor. Beijinhos

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    1. É verdade, tem toda a razão. Mas continuo a ter alguma dificuldade em compactuar serena com o que vejo. Um trabalhinho que tenho para a vida, acho... Sei que no fundo, mesmo procurando eternamente, dificilmente encontrarei respostas que me cheguem...

      Beijinhos :)

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