quinta-feira, 21 de julho de 2011

Consequências

Gosto de ouvir. Não é de hoje, é de sempre. Gosto de encaixar motivações, perceber vontades. Ainda me custam porém a aceitar, determinadas limitações. Não somos todos iguais, nem escolhemos iguais caminhos. Porque queremos todos os mesmos ganhos? Ser-nos-á difícil de perceber, que se não amamos, não seremos amados? Que se não damos, não recebemos? E que se não cultivarmos, não poderemos posteriormente colher? Vamos mais longe, que perante determinadas ausências, entramos na indignação. E assumimos azares, injustiças, quando no fundo, mais não se trata do que factos, omitidos ou executados por nós, dependo dos casos. A palavra consequência é primordial na evolução da vida. Relembro Arminda, que nunca se empenhou, para hoje nada ter. O que lhe escorre dos olhos são lágrimas amargas, de uma solidão sentida e forte, impossível de reverter. Nunca se deu, ou sequer se encostou. Era ela, para ela sempre ser. Orgulha-se disso, e ainda hoje não percebe o trajecto. Percebe apenas que carece, e que alguém devia dar-lhe. Os de longe, vão surgindo, sumidos. Os de perto desapareceram. E a revolta acende-se porque o sentimento é ambíguo, de um abandono total, por parte de quem lhe tinha a obrigação. Não concebe, que a obrigatoriedade da pertença, perante a ausência de tudo, é frágil e lassa. Diria até inexistente.

3 comentários:

  1. Mais que fato, realidade, se enxergar e que se que ver, tão somente isso. É bom ler um pouco de ralidade. Muito bom seu post.

    Cozinha dos Vurdóns

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  2. Há que se ser azul para se poder tocar o céu...

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  3. Engraçado que, ainda hoje, uma tua colega me dizia o mesmo lá no sítio que é, ainda, o do meu pai. Tanto abandono! e vai-se a ver parece que não foram boa peça no tempo deles...mas dá dó, ainda assim.
    Beijos (já me sabia bem estar contigo um bocadinho :))

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