sábado, 27 de julho de 2013

(calem-se, calem-se...)

A loucura bate-me à porta sem aviso prévio. Entra, senta-se na cadeira à minha frente, nada de licenças, tudo muito certo, encaro-a como quem encara uma visão mais lúcida do que o céu azul que nos cobre a existência. Olha-me com olhos de gente e escuta-me com gigantes ouvidos antropomórficos. Pede-me que a ajude a compreender-se, vejam só, ele há com cada uma. São pedidos estranhos, mais insanos do que a própria loucura. Disponibilizo o que sei, francamente pouco, eternamente pouco, e tento dizer-lhe de que cor é o fato que retalha em lugar nenhum que exista do lado de fora de si. Bem vistas as coisas brandos esquizofrénicos somos todos, numa realidade paralela e reduzida à capacidade ideada e supostamente salutar. Ora, lembrem-se do castelo, aposto que todos moraram no castelo. Agora imaginemo-nos presos e estaremos quase lá (?). Depois, depois é deixarmo-nos de saltitos graciosos de quem pode muito, só de saber entrar e sair nas vidas dos outros e na sua própria. É que nessa "sanidade" deambulante vive com cada monstro. Calem-se, calem-se, é o que me apetece dizer. 

4 comentários:

  1. Até porque por cada torre do castelo, um dragão imenso nos espera...

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    1. Isso Paulo, isso mesmo. A questão, muitas das vezes, é que olhamos os dos outros e esquecemos os nossos. Será cobardia, ou simples medo? Fica a questão...

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  2. Ignorância e soberba. Às vezes é ignorância e soberba :(

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