quinta-feira, 3 de outubro de 2013

personagens

Há muito que lhe sigo a história delirante do namoro escondido ao mundo com um dos elementos dos Onedirection, que não sei quem são. Já li linhas e linhas de dizeres projectados e construídos na ideia impossível de concretizar, já a chamei ao mundo e já sonhei com ela, já quase consegui experimentar os sentires que delineia num fanfic de personagens reais, o único local público do mundo onde a sua vontade existe mesmo. É nele que o conhece na saída do metro de Londres, é aí que ele repara nela e se apresenta, a leva pela mão e lhe oferece umas flores enquanto conversam em Italiano, um pormenor que faz a história, mas que não faz a felicidade. Felicidade são os outros, claro, as mãos que tocam, as palavras que se dizem, a fabulações imiscuídas em macarrones doces e coloridos que sabem a chocolate sem que saibam, muito embora possam saber, não sabemos, nunca saberemos sem antes provarmos. Há coisas, admito, que se podem julgar conhecer. Há fantásticos que se ousam ter, vivenciar, provar, sentir a que sabem e a que cheiram, esventrar devagar e deslindar o que sonham, o que pensam, o que comem e o que ambicionam, o que temem e o que renegam, o que querem e o que tocam. Acabo por ficar sempre muito satisfeita quando encontro adolescentes capazes de divagar assim, uma permissão concedida para o mundo dos sonhos acordados, uma experimentação clandestina dos ídolos que se penduram em forma de poster na parede do quarto, que se olham e que se acariciam com os olhos à distância de coisa nenhuma, estão lá dentro, são delas, só eles não sabem disso. Depois tudo passa com a idade. Ou não passa, pois, permitindo a quem conjectura uma continuação de uma personalidade ingénua o suficiente para que viva agarradinha a fanfics naïfs, escritas por cabecinhas desocupadas em papel pardo ou em ecrãs de computador abertos aos olhos do mundo, este lugar onde podemos "quase ser" tudo o que quisermos, sem sermos. Nada contra, claro, são opções. Apenas penosas, suponho, quando a personagem basta por si.

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