quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Dar de mim

O exercício do que faço, pertence-me. É a mim que tenho de ir buscar as ferramentas para ajudar o outro, é do meu interior que nasce a empatia, a sintonia, a busca incessante da contingência, o respeito pelo outro e a dedicação. Não consigo sentir critério pelo local de acção, e desde que haja um sítio discreto e duas cadeiras, posso trabalhar num palácio, numa escola, numa rua, num bairro, no meio da felicidade ou no centro de uma guerra. Creio ser isto que acontece com todas as pessoas que amam o que fazem, há o mínimo indispensável e o resto somos nós. Não acredito muito em quem necessita de mais. Quem necessita de mais não tem que chegue, e por isso precisa primeiro de dar a si próprio. 

9 comentários:

  1. Acontece-me tantas vezes estar a pensar numa coisa e nesse mesmo dia lê-la em algum sítio. Hoje à noite vinha a pensar nisto no regresso do trabalho a propósito de ter condições muito diferentes de espaço físico em dois locais distintos.

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    1. O setting terapêutico é, quanto a mim, uma necessidade não básica. Ajuda o conforto, não é, de forma nenhuma determinante. Em consequência, e no que toca ao que dou de mim, tanto dou num espaço apropriado, como num sítio vazio de tudo...

      Beijinho

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  2. Concordo, até porque é em você que o paciente deve confiar e sentir segurança. Caso contrário, seria como trancá-lo em um quarto escuro algumas horas por dia. Eu confiei em você, mesmo aqui, que parecia impossível... As janelas estavam todas abertas... Mas eu continuo fechada.
    Tenha um lindo dia! :)

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    1. Desejo-lhe, de coração, que encontre o local certo e real onde consiga ser você mesma...

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    2. Obrigada. Mas acho que será difícil... :)

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  3. No que faço é o mesmo, bastam-me duas cadeiras e uma mesa... O resto é cenário...
    Beijo

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