Nesta vida estranha ganhamos forma feita tal e qual um jarrão de barro, impossível de moldar. Nesta vida os rótulos colam-se tal e qual se colam as famas, os defeitos, os predicados e as virtudes. Nesta vida os alunos mal comportados são sempre os culpados, os ladrões roubam eternamente, os coitadinhos são protegidos e acalorados, os valentes terão de ser sempre fortes. É também nesta vida que damos e retiramos os direitos de cada qual, e analisamos sob o nosso próprio dom que um polícia não pode fugir, um preso não pode restabelecer, um médico não pode falhar e um pobre não pode enriquecer. Cada vez mais me convenço de que tenho direitos limitados e atribuídos por quem me cerca, muito além do legislado. Completamente distintos dos direitos dos outros, moldados em outra forma e numa outra fibra, mais delicada ou mais tosca, depende, não só do material mas da avaliação do compadrio. A isto chamo sociedade e falta de abertura ao outro. Tão simples e tão complexo ao mesmo tempo.
Houve um tempo em que se acreditava que o exercício da cidadania, aqui ou em qualquer lugar, faria evoluir, naturalmente, a sociedade. Hoje, das boas intenções, restam algumas ilhas. Cada vez mais isoladas. Para bom entendedor...
ResponderEliminarGostei, e de que maneira, do seu texto.
Tenha uma boa semana :)
A sociedade é complexa AC... Poderia ser tudo muito mais fácil, se a simplicidade fosse uma realidade...
EliminarObrigada. Uma boa semana também para si.
Um texto sociológico... Mas a sociedade tem contornos cada vez mais apagados.
ResponderEliminarTem contornos errados...
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