segunda-feira, 4 de março de 2013

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Instalou-se-me uma dor nas costas, lado esquerdo, no mesmíssimo dia em que os espirros me tomaram de assalto. Encolho-me de cada vez que sinto um a subir-me ao corpo, tento engoli-lo, sempre em vão, e expulso-o a medo e à força, cá para fora. Não posso respirar fundo de alívio, o costado, ofendido, reclama. Não posso empoleirar-me e ter a mania que sou gente grande, o costado, ofendido, reclama outra vez. A falta de sentido de oportunidade do meu corpo é qualquer coisa, atentem-me nisto. Nisto e na grandeza da nossa vontade, pois. Lérias, balelas, aferros de correntes positivistas que se lêem que é um mimo e que até parecem, na vontade, verdade. Eu própria as apregoo, vejam-me bem, podemos tudo e mais o que vier, é querer, senhores, é querer. E é podermos, senhores, e é podermos. Hoje, por exemplo, não posso ser grande. E isto pode nem ter só a ver com sapatos e com costados ofendidos a espirros incontroláveis. Ou pode, senhores, ou pode. Bastam, perfeitamente.  

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