quinta-feira, 9 de outubro de 2014

exageradamente caro

Sou capaz de ter tolerância para a impertinência. Consigo aceitar a indiferença, perceber a distracção, compreender o esquecimento. Facilmente recolho paciência dos fundos do corpo. Arranco a gancho palavras improváveis, utilizo com parcimónia os recursos anímicos que falo abaixo, distribuo sorrisos pelos bons e pelos menos bons, pelos que sabem e pelos que não sabem, pelos que me conhecem e pelos que me olham todos os dias, como se fosse a primeira vez. Mas encolho-me, retraio-me e retorço-me, quando me cospem no prato que eu dou. Nessas alturas, quando o corpo aquece e a mente arrefece, distribuo sorrisos como quem dá salvas de prata. É caro o meu sorriso. Custa bem mais do que dois tostões, meias conversas ou lustros ao ego. Na retaguarda não há gravações esclarecedoras. Nem que me peçam, nem que me implorem.

2 comentários:

Deixar um sorriso...


Seguidores