quarta-feira, 14 de novembro de 2012

(...)

Nem sempre o que somos nos passa pela pele. Do lado de fora temos o nosso mundo que se vê, somos braços e pernas, cabelos e pés, mãos e narizes, umbigos e bocas. Conhecemos a preceito o que temos de bom e o que temos de menos bom, disfarçamos as imperfeições, enaltecemos as outras, arrumamo-nos  num conforto construído com base na lógica, na coerência, no que sabemos que se vê, e lidamos com esta entrega desde que nascemos até que morremos. O resto, o resto sente-se, o que deve por si só ser motivo suficiente para acreditar. E nós acreditamos. Quem de nós não acredita nos medos que sente perante os dias, as pessoas, as dúvidas ou a morte, ou no crescer do ânimo na paixão e no desejo? Acreditamos, são pertenças de direito, são bocados do self que nos reside do corpo para dento e que nos corre no sangue, não temos como negá-lo. Deixar transpô-lo, a nu, cá para fora, pode porém ser um desafio. Não perante o outro, mas perante nós. Não é o que outro possa saber que nos prende cá dentro. O que nos prende cá dentro é o que poderemos sentir na sequência, despidos de pele.

6 comentários:

  1. O que nos prende só nós sabemos...

    Sorrisos!

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  2. O que nos prende é o medo Ana. É normalmente sempre o medo...

    (sorrisos para si também)

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  3. pode ser precaução? arrisco a perguntar :)

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    1. Pode Sputnick, pode ser. E o que faz a precaução, senão guardar-nos do que temos medo? :)

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  4. Ninguém deve ter medo do que sente (alguém me avisou), principalmente do que fica depois de mostrarmos os nossos receios. Muitas vezes, despidos de pele, somos muito mais bonitos aos olhos de quem nos tem. E não vamos ter medo da entrega total (alguém me disse), pois não...?

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    1. :) Não Paulo, não vamos(!), de todo que não. Mas é que às vezes, sabes, aquilo que damos em forma de palavras dirigidas a quem mais gostamos, é o que sabemos ser certo e queremos muito, mas muito, dar. Não quer com isso dizer que não sintamos os mesmos medos... Mesmo que possamos dizer que não :):) Beijinho...

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