quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

hiperactividade

A questão da hiperactividade das crianças vai mais longe do que é dito aqui. O texto apresenta um juízo em nada delituoso quanto a um assunto levianamente tratado por tudo e por todos, que vai, quanto a mim, muito além da má educação assumida como forte detentora da culpa. A nossa sociedade é marcada por pílulas e gotas milagrosas que acabam com inquietudes, insónias, tristezas e frustrações, incapacidades e ruminações. Acordamos de manhã a engolir fármacos em vez de leite, empurrados para dentro do estômago com a certeza de que a partir daquele exacto momento funcionamos convenientemente até ser noite, altura em que o milagre do sono chega em forma de comprimido, dez minutos antes do sossego. De facto abusa-se, com condescendência médica. Usam-se os remédios e esquecem-se as causas que vão ficando arrumadas algures entre a televisão e o computador, a disponibilidade parental e a própria capacidade, as competências e as exigências, além potencialidade. 

6 comentários:

  1. e o brincar diariamente na rua, por certo, aliviaria muita hiperatividade. compreensivelmente nas cidades é impossível. à exceção de alguns casos, a maioria é não conseguirem descarregar as energias no exterior, então há que descarregá-las dentro de caso. e que tal irem sachar umas couves e umas batatas para casa dos avós na aldeia. Ah têm medo que eles, coitadinhos, se sujem? não tenham!

    gosto muito de a ler. continue.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sem dúvida que a liberdade de outrora permitia libertações que hoje se descarregam em outros locais. A ausência de disponibilidade de todos os intervenientes no processo educativo deixam marcas que os miúdos acartam ao colo, fruto da conjuntura e dos tempos.

      Obrigado, volte sempre.

      Eliminar
  2. ha umas "instituições" conhecidas por laboratorios, onde cientistas e técnicos procedem à descoberta e ao desenvolvimento e manipulação de fórmulas constituídas por percentagens de substâncias químicas. A finalidade de todo esse processo, assenta no princípio humanista e até romântico, de proporcionar a todos os humanos, uma solução em forma de pílula, ou de elixir, de ampôla, ou de pó, capaz de eliminar todo e qualquer incómodo físico ou psicológico que real ou fixionadamente o incomode.
    uma mina!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bartolomeu, são sempre as soluções mais fáceis. Muito embora sejam, na maioria das vezes e no caso da psique, um remédio que não cura, encobre...
      Mais grave é de facto a mina que constituem, e que acarta na sequência. Mas isso, dava outro post...

      Eliminar

Deixar um sorriso...


Seguidores