É quase sempre cobardia. A culpa é toda dela e era ela que
deveria vivê-la, espremê-la, cheirá-la e esgotá-la. À inveja, devo dizer. Os
calados censuram as vozes que não têm, os ansiosos desdenham a calma que foge,
os desalinhados desprezam a ordem que lhes falta e os acanhados acusam o audaz,
que cobiçam até ao mais ínfimo poro de pele. Tal como os homens desejam a lábia
do encantador, e as mulheres namoram em segredo os olhares roubados pelas sedutoras. Iria
mais longe. É vontade que pinga muitas vezes das palavras que cortam o ar, em
nome da congruência, da moral e do bom costume. É dor que regressa na volta, é tumulto
que se firma, teimoso, diante daquele que arrisca galgar a normalidade. Aposto,
juraria, que todos sabem do que falo: muitas vezes cobardia, para além de
admiração.
Depois de saltá-la, já podemos regressar tranquilos. Já fomos
e já viemos, já sentimos e já retomamos, há uma batalha travada e uma guerra vencida, daí em diante estamos mais serenos. Ou seja, a cobardia e a inveja nada mais são do que atiçadores de almas cautelosas.
Um mal necessário, que peca somente um pouco aqui, um pouco ali.
Como compreendo e partilho (d)essa necessidade de descansar. Desde o ano passado que também penso em suspender o AE, frequentemente :) Um beijinho, Carla, gosto de ti.
ResponderEliminarO sentimento é reciproco... :) Beijinho Fátima.
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