Com o tempo seria suposto eu ganhar tolerância.
Deveria ser paciente para os que vagueiam, tranquila com os que demoram, pacífica com os que descaminham, calma com os que escolhem perder, em vez de
vencer. Todos estes conceitos se traduzem em liberdade, o direito que cabe a
cada um e a cada qual, a autonomia que rege os movimentos da evolução. O meu
único entrave é a impossibilidade da total individualidade e a consequente interligação
entre pares, com carácter permanente. As outras acções interferem nas minhas, os erros alheios posso eu ter de pagar. Acabo a crer que nesta realidade interdependente há conceitos demasiado impossíveis para serem
postos em prática, talvez por isso a liberdade continue a ser um
sonho, a cumplicidade uma ilusão, a vontade um dom individual, e o resultado
final somente o possível, da lógica comunhão.
Há supostas formas de vida superiores que não nascem com o tempo, esbatem-se, no confronto com a realidade. Quem me disse um dia que eu iria crescer, mentiu-me. Aqui não crescemos, só nos adaptamos.
Há supostas formas de vida superiores que não nascem com o tempo, esbatem-se, no confronto com a realidade. Quem me disse um dia que eu iria crescer, mentiu-me. Aqui não crescemos, só nos adaptamos.
Que bem escrito.
ResponderEliminarObrigada Francisca. Bem vinda... :)
EliminarNinguém disse ou está escrito que crescer é usufruir de maior liberdade, muito pelo contrário, livres são as crianças. Mesmo quando as proíbem de tudo, são mais ágeis a inventar e a sonhar que nós. Os adultos têm a liberdade sempre condicionada à vida gregária e organizacional das sociedades. Se me permite e se não me levar a mal, experimente um magnum de chocolate e verá a vida mais leve :):)
ResponderEliminarCaro anónimo, não costumo levar a mal. Principalmente quando sei com quem falo.
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