terça-feira, 14 de outubro de 2014

crescer

Com o tempo seria suposto eu ganhar tolerância. Deveria ser paciente para os que vagueiam, tranquila com os que demoram, pacífica com os que descaminham, calma com os que escolhem perder, em vez de vencer. Todos estes conceitos se traduzem em liberdade, o direito que cabe a cada um e a cada qual, a autonomia que rege os movimentos da evolução. O meu único entrave é a impossibilidade da total individualidade e a consequente interligação entre pares, com carácter permanente. As outras acções interferem nas minhas, os erros alheios posso eu ter de pagar. Acabo a crer que nesta realidade interdependente há conceitos demasiado impossíveis para serem postos em prática, talvez por isso a liberdade continue a ser um sonho, a cumplicidade uma ilusão, a vontade um dom individual, e o resultado final somente o possível, da lógica comunhão.

Há supostas formas de vida superiores que não nascem com o tempo, esbatem-se, no confronto com a realidade. Quem me disse um dia que eu iria crescer, mentiu-me. Aqui não crescemos, só nos adaptamos. 

4 comentários:

  1. Ninguém disse ou está escrito que crescer é usufruir de maior liberdade, muito pelo contrário, livres são as crianças. Mesmo quando as proíbem de tudo, são mais ágeis a inventar e a sonhar que nós. Os adultos têm a liberdade sempre condicionada à vida gregária e organizacional das sociedades. Se me permite e se não me levar a mal, experimente um magnum de chocolate e verá a vida mais leve :):)

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    1. Caro anónimo, não costumo levar a mal. Principalmente quando sei com quem falo.

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