Por vezes penso que a vida é uma caminhada do caraças, carregadinha de armadilhas pra nos fazer cair redondos no chão quase a cada passo...
Nada parece fácil, e mesmo o que consideramos dado à partida, por vezes nos escapa, por entre os dedos, como se fosse areia... E nós, que pateticamente, ainda não descobri muito bem porquê, sempre depositamos a nossa felicidade nas mãos dos outros, trememos e abanamos, ás vezes caímos, outras não, mas ficamos muitas vezes enxovalhados o suficiente para necessitar de encontrar substitutos, ou seja, outras pessoas para a mais nobre tarefa das nossas vidas, encontrar a felicidade... Ora ai está o porquê de cada vez mais considerar que o ser humano é um bocadinho limitado... Numa sociedade marcada pela hipocrisia e falsidade, como podemos nós entregar a nossa vida na mão de outrem? Não podemos, ou melhor, não devemos; dai, a frustração dos nossos dias, e o número crescente de antidepressivos estilo Prozac, que mais não fazem do que criar um estado de animo fictício, para remediar males de alma... Porque investimos sempre, ou quase sempre na pessoa errada, na hora errada, no sitio errado... Como apaixonada pelo que pensamos, o que sentimos e porque agimos de determinada forma, questiono-me frequentemente o que será necessário introduzir nos manuais escolares ou na escola da vida para que consigamos em adultos ter as competências necessárias para centrar a nossa felicidade em nós, e nas nossas circunstancias, e não nos outros e nas maldades que muitas vezes nos fazem... Se de fora vier uma ajudinha, será bem vinda... Mas se não vier, o nosso instinto de sobrevivência deveria ser forte o suficiente para dar a volta sem desassossegos grandes... Como mãe, acho que este é um dos meus grandes desafios... Dotar o meu filho de capacidades para sobreviver tranquilamente neste mundo de cão...
O que me faz reflectir... Todos os textos que aqui publico são de minha autoria, e as personagens são fictícias. Excluem-se aqueles em que directamente falo de mim, ou das minhas opiniões, ou onde utilizo especificação directa para o efeito.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Liberdade sobre nós... Que limites?
Sou apologista sem dúvida, e acérrima defensora do nosso direito à liberdade; mas ás vezes pergunto-me onde começa e onde acaba.... Parece-me uma fronteira tão ténue, tão delicada... Sobre as Investigações levadas a cabo pela Policia Alemã, sobre o desaparecimento do nosso Afonso Tiago, leio que no País em questão, se considera que as pessoas têm o direito a desaparecer, se assim o entenderem, sem dar justificação. Dificulta, obviamente as investigações, pois o acesso a informações privadas é muito mais difícil...
Na minha modesta opinião, somos um ser individual, mas somos também um ser social, e nestas circunstâncias convergem valores como o respeito pelo outro, e por nós próprios... Sob esta perspectiva, existem pontos de vista que a mim me parecem tocar o exagero...
É difícil traçar linhas orientadoras de onde começam e acabam os nossos direitos; dai existirem ao redor do mundo consideráveis diferenças de abordagem no que respeita a esta matéria; no entanto, e talvez porque me toque de perto, por factores de diversas ordens, o que a falta de respeito pelo outro pode fazer no nosso dia a dia, esta perspectiva de liberdade levada ao extremo preocupa-me... Não me preocuparia, se todas as pessoas tivessem bem definidas as noções de cidadania, e do efeito que poderá ter sobre outrem acções nossas, que, não obstante poderem ser tomadas sobre nós próprios, têm consequências no bem estar dos outros... Parece-me uma perspectiva livre de mais ao ponto de nos autonomizar a um estádio limite, de sermos nossos donos e senhores, sem que mais nada importe... Um isolamento levado ao extremo... Não gosto, confesso... Se formos independentes ao ponto de nos apetecer partir, assim sem mais, não custa nada um aviso; nem que seja um " vou comprar cigarros, e sou capaz de demorar uns anitos"... Por uma questão de respeito...
Na minha modesta opinião, somos um ser individual, mas somos também um ser social, e nestas circunstâncias convergem valores como o respeito pelo outro, e por nós próprios... Sob esta perspectiva, existem pontos de vista que a mim me parecem tocar o exagero...
É difícil traçar linhas orientadoras de onde começam e acabam os nossos direitos; dai existirem ao redor do mundo consideráveis diferenças de abordagem no que respeita a esta matéria; no entanto, e talvez porque me toque de perto, por factores de diversas ordens, o que a falta de respeito pelo outro pode fazer no nosso dia a dia, esta perspectiva de liberdade levada ao extremo preocupa-me... Não me preocuparia, se todas as pessoas tivessem bem definidas as noções de cidadania, e do efeito que poderá ter sobre outrem acções nossas, que, não obstante poderem ser tomadas sobre nós próprios, têm consequências no bem estar dos outros... Parece-me uma perspectiva livre de mais ao ponto de nos autonomizar a um estádio limite, de sermos nossos donos e senhores, sem que mais nada importe... Um isolamento levado ao extremo... Não gosto, confesso... Se formos independentes ao ponto de nos apetecer partir, assim sem mais, não custa nada um aviso; nem que seja um " vou comprar cigarros, e sou capaz de demorar uns anitos"... Por uma questão de respeito...
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Courbet e a sua Origem...
Não sei que podemos concluir da última das autoridades da nossa praça...
No mínimo que é necessário que sejam mais cultas; depois, que não utilizem a autoridade de forma desmedida sem primeiro analisarem se estão ou não a cometer um potencial erro...Mas enfim, o quero, posso e mando fala alto muitas vezes; é giro, e faz-nos sentir importantes... Daí me parecer também, fazendo uma análise um pouco mais profunda dos factos, que muitas vezes os Agentes de Autoridade o são porque dá algum prestígio, que de outra forma nunca seria conseguido.......
De qualquer forma, e entrando um cadinho ( mas um cadinho só) em defesa dos nossos Agentes, não posso deixar de referir o quanto é ténue a linha entre o belo e o pornográfico... Vai da sensibilidade de quem protagoniza e de quem vê... Portanto, como a sensibilidade de quem via é de, não vou dizer que fica mal ( mas aqui escondidinho posso sempre dizer de rinoceronte...), a obra de Courbet, soa a pornografia... Também soaria decerto a Estátua de David, de Michael Ângelo por exemplo...
Uma gaja de ar matador, com um micro vestido vermelho, umas meias de rede e umas botas de verniz até ao joelho, aposto, mas aposto mesmo, que seria beleza e erotismo... Vão por mim, tudo depende da perspectiva...
No mínimo que é necessário que sejam mais cultas; depois, que não utilizem a autoridade de forma desmedida sem primeiro analisarem se estão ou não a cometer um potencial erro...Mas enfim, o quero, posso e mando fala alto muitas vezes; é giro, e faz-nos sentir importantes... Daí me parecer também, fazendo uma análise um pouco mais profunda dos factos, que muitas vezes os Agentes de Autoridade o são porque dá algum prestígio, que de outra forma nunca seria conseguido.......
De qualquer forma, e entrando um cadinho ( mas um cadinho só) em defesa dos nossos Agentes, não posso deixar de referir o quanto é ténue a linha entre o belo e o pornográfico... Vai da sensibilidade de quem protagoniza e de quem vê... Portanto, como a sensibilidade de quem via é de, não vou dizer que fica mal ( mas aqui escondidinho posso sempre dizer de rinoceronte...), a obra de Courbet, soa a pornografia... Também soaria decerto a Estátua de David, de Michael Ângelo por exemplo...
Uma gaja de ar matador, com um micro vestido vermelho, umas meias de rede e umas botas de verniz até ao joelho, aposto, mas aposto mesmo, que seria beleza e erotismo... Vão por mim, tudo depende da perspectiva...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Em directo...
Mais um assunto que me indignou recentemente...
Como será possível que alguém venda os direitos sobre a sua Morte a um canal de televisão? Se calhar sou suspeita, pois sou uma acérrima defensora da vida privada, e no que toca à morte sou daquelas que pensa que tudo o que a rodeia, incluindo os cortejos fúnebres deveriam ser o mais resguardados possível... O que se faz por cá nesse campo, onde a Morte assume um carácter público, para mim já é um exagero; mas morrer em directo, confesso que me choca. Que fará alguém transformar uma situação de sofrimento num espectáculo público? Seja a Morte encarada de que forma for, seja á luz da religião, ou não, seja uma passagem pra outra vida, ou um fim, tem sempre uma brutal carga de sofrimento, e não me parece nada digno um tratamento destes... Nem para quem morre, nem para quem vê morrer...
O simples Big Brother, aos meus olhos, já é uma aberração, por toda a intimidade que se partilha, por toda a privacidade que se perde; mas enfim, ganha o entretenimento e a nossa vertente mais voyeur... Mas parece-me que se está a ir longe de mais. A necessidade do ser humano de testemunhar sofrimento, intriga-me... Justifico-a talvez pela necessidade de relativizar os nossos problemas, de sentir que há algures no mundo situações piores do que a nossa... De qualquer forma, há um limite para o razoável, e uma morte em directo, vendida deliberadamente, é arrepiante... Não haverá mais nada para fazer que ficar a olhar para uma televisão à espera que alguém dê o último suspiro?!?! Numa invasão directa da intimidade alheia, de algúem que vá lá saber-se porquê se presta a um cenário destes... Por favor que alguma força ilumine esta senhora, e a quem se prestar a ver um espectáculo tão doentio...
Como será possível que alguém venda os direitos sobre a sua Morte a um canal de televisão? Se calhar sou suspeita, pois sou uma acérrima defensora da vida privada, e no que toca à morte sou daquelas que pensa que tudo o que a rodeia, incluindo os cortejos fúnebres deveriam ser o mais resguardados possível... O que se faz por cá nesse campo, onde a Morte assume um carácter público, para mim já é um exagero; mas morrer em directo, confesso que me choca. Que fará alguém transformar uma situação de sofrimento num espectáculo público? Seja a Morte encarada de que forma for, seja á luz da religião, ou não, seja uma passagem pra outra vida, ou um fim, tem sempre uma brutal carga de sofrimento, e não me parece nada digno um tratamento destes... Nem para quem morre, nem para quem vê morrer...
O simples Big Brother, aos meus olhos, já é uma aberração, por toda a intimidade que se partilha, por toda a privacidade que se perde; mas enfim, ganha o entretenimento e a nossa vertente mais voyeur... Mas parece-me que se está a ir longe de mais. A necessidade do ser humano de testemunhar sofrimento, intriga-me... Justifico-a talvez pela necessidade de relativizar os nossos problemas, de sentir que há algures no mundo situações piores do que a nossa... De qualquer forma, há um limite para o razoável, e uma morte em directo, vendida deliberadamente, é arrepiante... Não haverá mais nada para fazer que ficar a olhar para uma televisão à espera que alguém dê o último suspiro?!?! Numa invasão directa da intimidade alheia, de algúem que vá lá saber-se porquê se presta a um cenário destes... Por favor que alguma força ilumine esta senhora, e a quem se prestar a ver um espectáculo tão doentio...
Carnaval... Ainda bem que existes...
O dia é de folia, de diversão, de sonhos tornados realidade nem que seja só a fingir...
Confesso que sou foliona, embora já tenha sido mais...
Não há melhor para estimular o imaginário das crianças que a fantasia. O brincar é por si só uma actividade fundamental para o desenvolvimento infantil, onde as crianças se projectam, e vivem diversas formas de vida, diversos sonhos...
Pela vida fora os dias tornam-se mais sérios, com menos fantasia, com menos sonho, ou pelo menos com uma maior dose de realidade... A capacidade de fantasiar também se reduz progressivamente, ou fica pelo menos com voos muito mais baixos, pois a nossa capacidade de abstracção fica bastante diminuída. De qualquer forma, parece-me que o ser humano na sua generalidade necessita de se soltar mais; se não, é ver a libertação que o Carnaval faz nas pessoas, e o que conseguem fazer quando a sociedade permite, quando a censura está como que adormecida... A fantasia volta, e vê-se gente solta, sem medo... Arrisco dizer que vejo muita gente feliz... Por aqui podemos ver o que a sociedade e os limites que impõe nos fazem... Não seria prudente uma sociedade sem limites, mas a avaliar pelas caras que encontro nos três dias de Carnaval, penso que deveríamos ter Carnaval mais vezes durante o ano... Já que é preciso a sua ajuda para nos libertar...
Confesso que sou foliona, embora já tenha sido mais...
Não há melhor para estimular o imaginário das crianças que a fantasia. O brincar é por si só uma actividade fundamental para o desenvolvimento infantil, onde as crianças se projectam, e vivem diversas formas de vida, diversos sonhos...
Pela vida fora os dias tornam-se mais sérios, com menos fantasia, com menos sonho, ou pelo menos com uma maior dose de realidade... A capacidade de fantasiar também se reduz progressivamente, ou fica pelo menos com voos muito mais baixos, pois a nossa capacidade de abstracção fica bastante diminuída. De qualquer forma, parece-me que o ser humano na sua generalidade necessita de se soltar mais; se não, é ver a libertação que o Carnaval faz nas pessoas, e o que conseguem fazer quando a sociedade permite, quando a censura está como que adormecida... A fantasia volta, e vê-se gente solta, sem medo... Arrisco dizer que vejo muita gente feliz... Por aqui podemos ver o que a sociedade e os limites que impõe nos fazem... Não seria prudente uma sociedade sem limites, mas a avaliar pelas caras que encontro nos três dias de Carnaval, penso que deveríamos ter Carnaval mais vezes durante o ano... Já que é preciso a sua ajuda para nos libertar...
domingo, 22 de fevereiro de 2009
O dia de hoje...
O Mote: o dia de hoje, que caso não saibam é o Dia Europeu das Vitimas de Crime...
Falando directamente sobre a violência sobre as Mulheres os números são assustadores... Sobem as denúncias (embora ainda muito longe do desejável), pior é que as condenações nem por isso. Culpas, há muitas; numa sociedade marcadamente machista, julgamos que a tendência se inverte, mas na minha opinião ainda nos encontramos a anos luz de distância não do ideal, mas do razoável... Felizmente, estamos muito à frente de outros países onde o panorama é ainda mais negro, relativamente aos direitos das Mulheres. De qualquer forma, não sou apologista de nos contentarmos com pouco só porque os outros têm menos... A nossa sociedade necessita de evolução urgente neste campo. No entanto, e com alguma tristeza constato que, e embora seja também um problema politico e constitucional, é uma problemática que vai muito mais além... É um problema social, e aí sim, é difícil mexer; é difícil mudar mentalidade, mesmo quando para melhor...
Infelizmente, ainda é patente na nossa sociedade, tal como diz diz Carlos Poiares, Psicólogo Criminal, hoje no Público, que "Entre marido e mulher não se mete a colher"... Permitindo que muito se faça, sob a cumplicidade de olhares, que se fecham, que se calam; indo um pouco mais longe, surge o assustador " Quanto mais me bates mais eu gosto de ti"... outra expressão popular Portuguesa, que me indigna pela falta de carácter, de força e de amor próprio das Mulheres. Não percebo, por muito que analise até ao ínfimo pormenor; não me é possivel encaixar em nenhuma teoria que me faça sentido... O caminho parece-me longo; mas como dizia alguém que muito aprecio, faz-se caminhando; é importante que cada um de nós consciencialize que tem um papel activo nesta mudança; como pais, mães, educadores... Infelizmente denoto alguma inercia, ou ainda, em alguns casos, algum cultivo da cultura machista... Por favor, estamos no século XXI... Tanta evolução, e nos assuntos de fundo, primordiais para uma boa evolução da sociedade, tudo enfia a cabeça na areia como a avestruz...
Falando directamente sobre a violência sobre as Mulheres os números são assustadores... Sobem as denúncias (embora ainda muito longe do desejável), pior é que as condenações nem por isso. Culpas, há muitas; numa sociedade marcadamente machista, julgamos que a tendência se inverte, mas na minha opinião ainda nos encontramos a anos luz de distância não do ideal, mas do razoável... Felizmente, estamos muito à frente de outros países onde o panorama é ainda mais negro, relativamente aos direitos das Mulheres. De qualquer forma, não sou apologista de nos contentarmos com pouco só porque os outros têm menos... A nossa sociedade necessita de evolução urgente neste campo. No entanto, e com alguma tristeza constato que, e embora seja também um problema politico e constitucional, é uma problemática que vai muito mais além... É um problema social, e aí sim, é difícil mexer; é difícil mudar mentalidade, mesmo quando para melhor...
Infelizmente, ainda é patente na nossa sociedade, tal como diz diz Carlos Poiares, Psicólogo Criminal, hoje no Público, que "Entre marido e mulher não se mete a colher"... Permitindo que muito se faça, sob a cumplicidade de olhares, que se fecham, que se calam; indo um pouco mais longe, surge o assustador " Quanto mais me bates mais eu gosto de ti"... outra expressão popular Portuguesa, que me indigna pela falta de carácter, de força e de amor próprio das Mulheres. Não percebo, por muito que analise até ao ínfimo pormenor; não me é possivel encaixar em nenhuma teoria que me faça sentido... O caminho parece-me longo; mas como dizia alguém que muito aprecio, faz-se caminhando; é importante que cada um de nós consciencialize que tem um papel activo nesta mudança; como pais, mães, educadores... Infelizmente denoto alguma inercia, ou ainda, em alguns casos, algum cultivo da cultura machista... Por favor, estamos no século XXI... Tanta evolução, e nos assuntos de fundo, primordiais para uma boa evolução da sociedade, tudo enfia a cabeça na areia como a avestruz...
sábado, 21 de fevereiro de 2009
É oficial... Pós 30 tudo se altera...
É oficial; passei a barreira dos trinta e tudo começa a alterar-se... Começou pelo hidratante de pele normal a dar lugar ao cremes das rugas, uma calça de cintura um pouco mais subida, em substituição da de cintura descida, as noitadas até de madrugada, deram lugar a umas noites mais curtas e ás manhas de Domingo a beber um cafezito na esplanada... Agora, pra rematar, o farandol no meu cabelo já não dá conta do recado, e hoje a tarefa foi deixada ao encargo da verdadeira tinta, a fim de não correr o risco de daqui a quinze dias ter os meus amigos branquinhos a darem um ar de sua graça... To com a neurose, pronto...
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Agora Percebo...
Agora percebo porque tudo o que de menos bom se passa na minha vida eu arrumo, ou melhor esqueço... Achava eu que, tinha uma capacidade extra natura, que me permitia organizar-me de tal forma que o que não prestasse ia para o lixo; assim, pronto, sem mais... Era fantástica portanto... Hoje, surge no Público, com base num estudo levado a cabo pelo Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Amesterdão, o aparecimento de uma pílula milagrosa responsável pelo desaparecimento das más memórias... Que não é mais do que o Propanolol, base de um medicamento que tomo devido a alterações de Tiróide, mas que se aplica em muitas outras doenças, como a Hipertensão...
Fez-se luz e tudo se justifica... A ciência explica o que eu julgava ser mérito, e afinal o meu mecanismo de defesa não é assim tão perfeito... Ora toma lá que é para aprenderes!!!
De qualquer forma é bom saber, e mecanismo de defesa ou propanolol, lá que esqueço, esqueço... Portanto, testemunho positivamente esta recente descoberta... Hum, se entretanto descobrissem qualquer coisita pra juventude eterna... Esta coisa dos pés de galinha à volta dos olhos já começa a irritar, já, já...
Fez-se luz e tudo se justifica... A ciência explica o que eu julgava ser mérito, e afinal o meu mecanismo de defesa não é assim tão perfeito... Ora toma lá que é para aprenderes!!!
De qualquer forma é bom saber, e mecanismo de defesa ou propanolol, lá que esqueço, esqueço... Portanto, testemunho positivamente esta recente descoberta... Hum, se entretanto descobrissem qualquer coisita pra juventude eterna... Esta coisa dos pés de galinha à volta dos olhos já começa a irritar, já, já...
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
...
Como se o tempo não existisse, surge-me a vontade suprema de pegar na tua mão agora já...
Há desafios que jogamos sem encarar a hipótese de perda, como se o mundo fosse um dado à partida nosso, só nosso... Enquanto acreditar sou feliz, à mercê do teu sorriso, do teu olhar... Solta-se um beijo e a ideia de que o mundo é meu atinge o apogeu, e acredito que a perfeição existe; e está tão perto, e ao mesmo tempo tão longe... Num momento, num olhar cúmplice encaro a ilusão de que és meu, desafiando a realidade com uma ousadia característica de quem encara a vida de frente, sem limites...
Outras vezes há em que os limites se impõem, como que a por à prova os mais nobres sentimentos... Ai acordo, e encontro-te a meu lado, sempre, a cada respirar do meu corpo, a cada reflexo do dia, a cada sopro do vento... E tenho a certeza que és real de tão nobre o que sinto... Dissecando o meu coração até ao ínfimo limite, descubro que afinal a poesia existe e o belo sabe onde repousar... Encontro-te, de novo, uma e outra vez, numa pertença infinita e fugaz que me consome e me alimenta numa dicotomia de sentimentos profundos, ora doces, ora amargos, mas intensos ao ponto de achar que a vida sem paixão fica aquém, mas muito aquém da plenitude do que sinto...
Há desafios que jogamos sem encarar a hipótese de perda, como se o mundo fosse um dado à partida nosso, só nosso... Enquanto acreditar sou feliz, à mercê do teu sorriso, do teu olhar... Solta-se um beijo e a ideia de que o mundo é meu atinge o apogeu, e acredito que a perfeição existe; e está tão perto, e ao mesmo tempo tão longe... Num momento, num olhar cúmplice encaro a ilusão de que és meu, desafiando a realidade com uma ousadia característica de quem encara a vida de frente, sem limites...
Outras vezes há em que os limites se impõem, como que a por à prova os mais nobres sentimentos... Ai acordo, e encontro-te a meu lado, sempre, a cada respirar do meu corpo, a cada reflexo do dia, a cada sopro do vento... E tenho a certeza que és real de tão nobre o que sinto... Dissecando o meu coração até ao ínfimo limite, descubro que afinal a poesia existe e o belo sabe onde repousar... Encontro-te, de novo, uma e outra vez, numa pertença infinita e fugaz que me consome e me alimenta numa dicotomia de sentimentos profundos, ora doces, ora amargos, mas intensos ao ponto de achar que a vida sem paixão fica aquém, mas muito aquém da plenitude do que sinto...
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Ahmad e Morsal... O reflexo do extremismo religioso...
Pena que nos tempos que correm, da tão falada (ou ambicionada) liberdade continuem a acontecer situações que demonstram que afinal o Mundo é um lugar estranho, onde se mata quem tenta seguir os seus desígnios...
Por vezes acordo a julgar que vim ao mundo num tempo de glória, onde se pode dizer e fazer o que bem nos aprouver, e onde a nossa vontade supera o que quer que seja; pior é que, com muita frequência, episódios desta índole relembram-me que afinal o mundo não é assim tão livre, se não para todos, pelo menos para muitos...
Questões culturais, religiosas, continuam a castrar as ambições, os sonhos, os projectos de quem consegue libertar-se das malhas do fanatismo, e ambiciona outras viagens, outros caminhos... Pela minha parte, e como curiosa da mente Humana, sei que a vontade ou a crença de povos têm um poder inimaginável, empolgado ainda pela alienação... A caminhada é longa, mas espero que Deus, ou alguém dê coragem a que tem vontade de mudança, e ilumine caminhos mais livres, mais dignos, de livre arbítrio, sem destinos dados à partida...
Não me considero propriamente com espírito de revolucionária, talvez por estar inserida numa sociedade onde se fala em conceitos como homossexualidade ou liberdade de escolha já de forma clara ( embora ainda longe do desejável); de qualquer forma, dou graças por pertencer a esta sociedade... Se não correria sérios riscos de ser uma Morsal... Um Bem Haja para ela, pela força, pela coragem... Um voto de Pesar para Ahmad, que pela "defesa da honra da família" perde a liberdade, a irmã, e a própria família... Segundo ele, a honra saiu a ganhar...
Por vezes acordo a julgar que vim ao mundo num tempo de glória, onde se pode dizer e fazer o que bem nos aprouver, e onde a nossa vontade supera o que quer que seja; pior é que, com muita frequência, episódios desta índole relembram-me que afinal o mundo não é assim tão livre, se não para todos, pelo menos para muitos...
Questões culturais, religiosas, continuam a castrar as ambições, os sonhos, os projectos de quem consegue libertar-se das malhas do fanatismo, e ambiciona outras viagens, outros caminhos... Pela minha parte, e como curiosa da mente Humana, sei que a vontade ou a crença de povos têm um poder inimaginável, empolgado ainda pela alienação... A caminhada é longa, mas espero que Deus, ou alguém dê coragem a que tem vontade de mudança, e ilumine caminhos mais livres, mais dignos, de livre arbítrio, sem destinos dados à partida...
Não me considero propriamente com espírito de revolucionária, talvez por estar inserida numa sociedade onde se fala em conceitos como homossexualidade ou liberdade de escolha já de forma clara ( embora ainda longe do desejável); de qualquer forma, dou graças por pertencer a esta sociedade... Se não correria sérios riscos de ser uma Morsal... Um Bem Haja para ela, pela força, pela coragem... Um voto de Pesar para Ahmad, que pela "defesa da honra da família" perde a liberdade, a irmã, e a própria família... Segundo ele, a honra saiu a ganhar...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Flores...
Hum, o dia está de sol... Um cheirinho a Primavera precoce... Gostas de flores??? Estão vamos.....
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O Nosso pequeno grande cérebro...
Bom dia; dos namorados diga-se...
Logo pela manha descubro, e porque o assunto é de ordem, que a Neurologia concluiu em estudos recentes que o Amor activa apenas cinco muito pequenas zonas do nosso cérebro... E que à medida que elas são activadas, automaticamente o nosso sentido critico fica como que adormecido...
Ora aqui está um dado cientifico que explica muita coisa; só o sentido critico adormecido justifica alguns deslumbramentos daqueles que ninguém entende, senão o apaixonado...
De qualquer forma, surge-me a pergunta, como será possível, que uma ínfima parte do nosso cérebro seja responsável por tamanhos sentimentos???
Hum, Senhores Neurologistas com todo o respeito permitam-me discordar... Não me parece possível que o sentimento que nos faz cegar, cambalear, chorar, rir, cantar, vibrar, emburrecer, e ao mesmo tempo acordar para a vida, caiba em tão pouco espaço... Pela minha parte, e embora leiga na matéria, parece-me que em certos casos o nosso Cérebro fica todo apanhadinho... Se não vejam: Se há quem consiga ser feliz com um marmanjo barrigudo, que chega a casa e senta-se no sofá, com uma cerveja na mão e um comando de TV na outra, a berrar coisas do tipo: "Maria a janta já tá feita?", desculpem, mas não consigo encontrar outra justificação, pra tanta felicidade... Só mesmo o apanhamento e atrofiamento total do Cérebro... Qual pequenas zonas afectadas, qual quê...
Logo pela manha descubro, e porque o assunto é de ordem, que a Neurologia concluiu em estudos recentes que o Amor activa apenas cinco muito pequenas zonas do nosso cérebro... E que à medida que elas são activadas, automaticamente o nosso sentido critico fica como que adormecido...
Ora aqui está um dado cientifico que explica muita coisa; só o sentido critico adormecido justifica alguns deslumbramentos daqueles que ninguém entende, senão o apaixonado...
De qualquer forma, surge-me a pergunta, como será possível, que uma ínfima parte do nosso cérebro seja responsável por tamanhos sentimentos???
Hum, Senhores Neurologistas com todo o respeito permitam-me discordar... Não me parece possível que o sentimento que nos faz cegar, cambalear, chorar, rir, cantar, vibrar, emburrecer, e ao mesmo tempo acordar para a vida, caiba em tão pouco espaço... Pela minha parte, e embora leiga na matéria, parece-me que em certos casos o nosso Cérebro fica todo apanhadinho... Se não vejam: Se há quem consiga ser feliz com um marmanjo barrigudo, que chega a casa e senta-se no sofá, com uma cerveja na mão e um comando de TV na outra, a berrar coisas do tipo: "Maria a janta já tá feita?", desculpem, mas não consigo encontrar outra justificação, pra tanta felicidade... Só mesmo o apanhamento e atrofiamento total do Cérebro... Qual pequenas zonas afectadas, qual quê...
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Ao meu Filho lindo....
Quando você nasceu eu renasci.
Quando você riu eu chorei
Quando você precisou eu estava ali.
Quando voce adoeceu eu rezei.
Eu te alimentei
Eu te cuidei
Eu te protegi
Eu te amei...
Em todos os momentos
Filho não te peço nada em troca,
Pois seu sorriso já é meu paraiso.
Te amo.
desconhecido
Ao meu Filho que faz 6 aninhos e está Liiiiiindo de morrer...
Quando você riu eu chorei
Quando você precisou eu estava ali.
Quando voce adoeceu eu rezei.
Eu te alimentei
Eu te cuidei
Eu te protegi
Eu te amei...
Em todos os momentos
Filho não te peço nada em troca,
Pois seu sorriso já é meu paraiso.
Te amo.
desconhecido
Ao meu Filho que faz 6 aninhos e está Liiiiiindo de morrer...
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Eluana Englaro... E ainda há quem conteste...
Um assunto digno, sobre dignidade... O direito à vida, é sem dúvida inerente ao ser humano, como o pontífice de todos os direitos, o supremo, digamos assim... Mas o que é vida??? No Dicionário de Língua Portuguesa, encontramos definições como: estado de actividade de animais e plantas; existência; espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte; modo de viver, etc, etc... No entanto, e como interessada na mente Humana, levo o termo muito mais longe e arrisco uma definição mais abrangente, onde inúmeros conceitos convergem, e onde a qualidade assume uma importância determinante; surge aqui inerente uma percepção de nós e do mundo que nos rodeia, e podemos avaliar conceitos como a Educação, a Valorização Pessoal, a Saúde; não é um conceito estanque, assumindo por sua vez diversas faces de acordo com as circunstâncias e expectativas, de diversas ordens tais como físicas, sociais, culturais e económicas... O sentir está inerente ao conceito...
Neste cenário, na minha óptica também ele um direito supremo do Ser Humano, não consigo encaixar estar ligado a uma máquina durante 17 anos, alguns em estado vegetativo. Que vida é essa? Que objectivos? Que sentimentos? Nem se poderá aqui falar do conceito de Eutanásia, utilizado normalmente para por fim a um sofrimento... Aqui fala-se de não alimentar uma situação para além do razoável; do não prolongar a vida quando a dignidade se questiona aos seus ínfimos limites, quando a qualidade por mínima que seja deixa de ser um conceito palpável... Perdoem-me os mais éticos, mas de facto parece-me que este assunto nem deveria necessitar de ser discutido...
Neste cenário, na minha óptica também ele um direito supremo do Ser Humano, não consigo encaixar estar ligado a uma máquina durante 17 anos, alguns em estado vegetativo. Que vida é essa? Que objectivos? Que sentimentos? Nem se poderá aqui falar do conceito de Eutanásia, utilizado normalmente para por fim a um sofrimento... Aqui fala-se de não alimentar uma situação para além do razoável; do não prolongar a vida quando a dignidade se questiona aos seus ínfimos limites, quando a qualidade por mínima que seja deixa de ser um conceito palpável... Perdoem-me os mais éticos, mas de facto parece-me que este assunto nem deveria necessitar de ser discutido...
domingo, 8 de fevereiro de 2009
O amor é uma companhia...
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Mais alguém, um grande alguém diga-se, que considera que o amor mesmo na ausência nos faz companhia... Pela minha parte, assino em baixo. Credo, tanto romantismo a apoderar-se de mim. É São Valentim, só pode, a aproximar-se a passos largos... Já agora, aproveito para dizer, e dentro da minha onda romancista que acho o Dia dos Namorados a coisa mais linda... Se bem que sou daquelas que acha que pra elogiar o amor qualquer dia é indicado; mas convenhamos se há dia dos animais, ou dia das mentiras, porque há quem conteste o dia reservado ao amor?? Vá, aproveitem e mesmo sem companhia física não acredito que não haja por ai quem no vosso intimo vos acompanhe; assumam, não é redutor... Celebrem essa companhia ... Eu pelo menos penso que o sentimento de amor, é sempre lindo e sublime, e será sempre melhor te-lo, mesmo que na ausência, do que não chegar a senti-lo...
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Mais alguém, um grande alguém diga-se, que considera que o amor mesmo na ausência nos faz companhia... Pela minha parte, assino em baixo. Credo, tanto romantismo a apoderar-se de mim. É São Valentim, só pode, a aproximar-se a passos largos... Já agora, aproveito para dizer, e dentro da minha onda romancista que acho o Dia dos Namorados a coisa mais linda... Se bem que sou daquelas que acha que pra elogiar o amor qualquer dia é indicado; mas convenhamos se há dia dos animais, ou dia das mentiras, porque há quem conteste o dia reservado ao amor?? Vá, aproveitem e mesmo sem companhia física não acredito que não haja por ai quem no vosso intimo vos acompanhe; assumam, não é redutor... Celebrem essa companhia ... Eu pelo menos penso que o sentimento de amor, é sempre lindo e sublime, e será sempre melhor te-lo, mesmo que na ausência, do que não chegar a senti-lo...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Espera....
A pouco e pouco descubro as palavras que abomino... Entretanto, e pós paciência surge-me a espera... Pode ser doce, é um facto quando esperamos uma certeza boa, se é que na vida existem algumas... No entanto, e na minha, confesso que normalmente assume um carácter que me aborrece verdadeiramente. Ora vejam, esperar pelo fim do mês, a fim de receber uns troquitos, esperar na fila do supermercado a fim de gastar esses mesmos troquitos, esperar pelas amigas atrasadas para o jantar, pois no nosso país a pontualidade é uma ilusão e os relógios teimam em parar, ou em ficar sem pilha, ou então nem sequer temos um; ou era o cabelo que não ficava no sitio, ou então a roupa que não assentava bem... Esperar a bonança, depois da tempestade, esperar pelo fim do dia, quando o trabalho se apodera de nós ( quase todos os dias, portanto), esperar, esperar, esperar... Cada dia mais me convenço que passamos mais tempo à espera não sabemos muito bem de que, do que a agir verdadeiramente em prol da nossa felicidade... Os antigos tinham umas verdades giras do tipo quem espera desespera... To quase assim... Mas existem outras máximas respeitantes ao mesmo assunto; quem espera sempre alcança, por exemplo... Hum, esta parece-me bem...
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Amor... Se existe definição, é esta...
O AMOR
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
Bem, roubei de Ventos e Aragens, que por sua vez roubou a Pingo de Mel, e todas roubamos a Miguel Esteves Cardoso... Adorei, e achei que fazia falta no meu Blogue... Um verdadeiro elogio, sem dúvida. Lindo, lindo, lindo; só mesmo MEC consegue esta clareza de ideias...
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso
Bem, roubei de Ventos e Aragens, que por sua vez roubou a Pingo de Mel, e todas roubamos a Miguel Esteves Cardoso... Adorei, e achei que fazia falta no meu Blogue... Um verdadeiro elogio, sem dúvida. Lindo, lindo, lindo; só mesmo MEC consegue esta clareza de ideias...
Hoje o recado é para mim mesma...
Há dias daqueles em que pra nos ser possível respirar sem que isso nos doa temos de nos organizar internamente de uma forma clara, concisa, sem permissão pra grandes desalentos... Por vezes não encontramos, mas no recôndito da nossa alma, existe sempre um caminho, um sítio seguro, um pergaminho que nos oriente...
Passo a minha vida a transmitir estes pensamentos em contexto de consulta, mas por vezes precisava que alguém os transmitisse a mim... Não que eu não saiba, nada disso... Só precisava de acreditar que mais gente pensa assim... É aquela velha história da teoria cientifica. Quando comprovada, tem mais valor, e as pessoas acreditam mais; e eu estou a precisar de acreditar...
Passo a minha vida a transmitir estes pensamentos em contexto de consulta, mas por vezes precisava que alguém os transmitisse a mim... Não que eu não saiba, nada disso... Só precisava de acreditar que mais gente pensa assim... É aquela velha história da teoria cientifica. Quando comprovada, tem mais valor, e as pessoas acreditam mais; e eu estou a precisar de acreditar...
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Onde fica o limite??
Domingo... Dia de descanso, pelo menos para alguns; eu, pela parte que me toca, quando a vida me disponibiliza um, aproveito sempre para reflectir, para arrumar ideias por vezes em turbilhão, que nas corridas do dia a dia não conseguimos arrumar... Logo, é sempre um dia importante... Hoje, e no decorrer do meu fim de semana, e do convívio sempre agradável com alguns amigos, urge-me pensar que há amizades que são eternas; por muito que a vida por vezes nos afaste, não nos permita o convivo que por vezes gostaríamos de ter; são pessoas importantes, com as quais conseguimos sempre partilhar um pouco do nosso eu... Fico sempre com a maravilhosa sensação que embora não estejamos juntos por vezes à meses, parece que o estivemos ontem, e as conversas sucedem-se a um ritmo alucinante como que pra nos fazer lembrar que a distância nem sempre é o limite... Fico feliz, o limite está muito mais longe... Talvez na vontade arrisco dizer...
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