segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Do perdão...

Os dias de descanso já foram. Poucos mas bons, mas poderiam, a bem ser, ter sido mais. Não sou muito apologista de postar fotos de alapansos ao sol, coisas minhas, mas respeito muito quem o faz. Ao invés disso, vou falar de uma cronica fantástica escrita pelo Pedro Mexia no Expresso. Fala da Noruega, do atentado e da capacidade de perdão. Assim, dito desta forma, pode até parecer ridículo, assumo, mas podem sempre ir lê-lo, que ele explica-se bem, como sempre, aliás. E transporta-nos para outros perdões, uns mais perdoáveis do que outros. Pegando no tema, confesso que o penso inúmeras vezes. Não aliado a acontecimentos de grande porte ou consequência, como trata o referido, mas aliado ao nosso dia a dia, de todos os dias. Esperamos muito, damos quase nada, cobramos de mais. Perdoamos pouco ou perto disso, que nos cremos detentores de uma qualquer superioridade interna, que nos julga capazes de julgar, de criticar, de exigir, de sentir forte, quando nos atingem. Agimos tão pouco no perdão. Eu própria me confesso, como deixar de fazê-lo, se pouco tolero o que de mau me fazem, apenas porque não o faço eu. E de que me serve, pergunto em pensamentos, tal atitude? E o que recebo, se ao invés de aceitar as limitações alheias, as condeno e as critico, sendo isso o que faço, ainda que internamente, quando me afasto, ou quando desinvisto? E tem sido tanto, como provavelmente sempre será, no decorrer de toda a minha vida, que se há coisa que apanho amiúde, são defraudes, esperanças vãs, amargos de boca. Não perderei com isto evoluções, de gente que ao consciencializar erros e falhas, cresce e emenda, o que em tempos realizou? Tenho por perto. Pessoas para as quais olho com olhos defensivos, metidos para dentro de mim, protegidos por um eu já atingido, como todos os eus, incapaz de perdoar mesmo a sério, talvez até seja medo. E não deveria eu olhar para o mundo com uns olhos brandos, iguais e sempre novos, como se a cada dia, uma nova pessoa pudesse nascer? E aceitar que a envolta me protege ou me desampara, subjugada a um conjunto de factores, sempre presentes e sempre diferentes, de acordo com circunstância? Arrisco umas respostas, fracas que sejam, que não mais do que isso podem ser, perante tamanha delicadeza. Ganharia mossas, mais ainda, tenho isso por certo. Ganharia porém mais esperança, que com toda a certeza existe também em quem já me falhou. Arrisco dizer que o perdão, é uma ambição desmedida, inatingível a quase todos, parece-me. Arrisco também acreditar, que na fraqueza do Homem, ou lá chegamos, ou nunca veremos tudo. Nunca veremos tudo, eu sei. Gostaria então de conseguir ver, apenas um pouco mais além.

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