Um dia, teria uns 12, e fui na madrugada que se segue para ver o sol nascer no mar. A madrugada que se segue era de festa e de balões, de sardinha e de música popular, que se estendia noite afora com danças de pares. Foi o meu tio que me levou e estancamos a meio da serra de Santo António, local onde o sol nascia por entre nuvens brancas, lindo de morrer. Logo de seguida adormeci. Ainda agora vi nascer a lua e lembrei-me que sinto saudades de Vila Moreira. E das bolinhas de serradura presas por um elástico que eu sacudia até à exaustão do dito. E ainda da quermesse, local onde cinquenta escudos permitiam sonhar com quinquilharia exposta em escadinha, sem qualquer tipo de serventia a não ser a diversão propriamente dita, sem motivo e por opção. Passei por lá há pouco tempo, a bem da verdade. Mas é certo, sentido e sabido, que morro de saudades de Vila Moreira.
Caso para dizer que devemos sempre voltar aos locais onde já fomos felizes :)
ResponderEliminarSim Spunick. O pior é quando os principais intervenientes, os avós, já não estão. E a máquina já não costura e o cão já não ladra... Enfim, mas voltar é bom, claro. Há boas memórias a recordar... :)
EliminarE não te molhavas na Fonte dos Namorados?
ResponderEliminarMolhava-me essencialmente na Fonte Moreira, uma fonte rodeada a tanques e a mato, onde se lavava roupa em tempos muito idos. A água era gelada, mas eu em criança não tinha frio...
Eliminar( Para além da fonte dos namorados, na qual nunca me molhei, há em Vila Moreira um depósito de água, esse, o verdadeiro local dos encontros escondidos. Fica num alto de onde se avista parte da terra, e era para lá que fugiam os pares, especialmente em alturas de festa. Eu era miúda e de vez em quando espreitava, juntamente com outras almas como eu. Pequenas e malandrinhas. Depois fugíamos e riamos muito... :))