terça-feira, 9 de abril de 2013

da critica, por exemplo

Vejo-a à artista plástica Joana Vasconcelos, mais ou menos como a vi a José Saramago, muito embora em terrenos completamente distintos. Amália Rodrigues recolhe eventualmente maior convergência, um respeito pelo fado, mesmo de quem não o escuta. É assumidamente mais nosso. Não está em causa unicamente apreciarmos a obra, está em causa a dimensão que atinge. E se o além fronteiras nos reconhece o valor, só nos fica mal o desdém e a falta desse reconhecimento. Revela alguma pequenez mascarada com eruditismo de trazer por casa. Aposto que os indignados nunca se viram olhos nos olhos com o coração vermelho de talheres. Nem se passearam às escuras no Jardim de Éden. Mas se foi o caso, e não gostaram, salvaguardem então o  respeito. Será eventualmente o mínimo a que nos devemos obrigar, perante quem tem mérito e nos leva além. Quer gostemos, quer não gostemos.

( O facebook é um mundo perfeito. Nele encontramos arte e pessoas, frases lindíssimas e verdades absolutas, gente que opina sobre tudo e sobre nada, e ainda pessoas que julgam que expor na Ajuda, após expor em Versailles,  é o mesmo que coisíssima nenhuma.)

12 comentários:

  1. A inveja é uma coisa muito feia e o nosso povo sofre disso, não há dúvida.

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  2. De modo nenhum me indigna, a obra da Joana. Respeitar, respeito, mas não a consigo apreciar. Limitação ou não, minha. Prefiro-a, à Joana, lusa em vez de castelhana, já que assim é uma mais-valia para a Cultura tão arrasada num país como Portugal. Que se quede por aqui, e não se tente em mudar o visual de Lanzarote :)

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    1. :) A limitação não é não gostar, Sputnick. Todos temos direito a apreciar ou não, seja que obra for. A questão é essa mesma, a do respeito...

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  3. CF, respeitar a obra de todo o artista, penso ser elementar. Para além do direito que assiste ao artista, de ser respeitado, assiste o direito, a quem convive com a mesma arte de reagir, gostando, não gostando, ficando indiferente. Confesso que tenho sido muito "repreendido" por algumas amizades pelo meu "não gosto" à obra da Joana. Sou o primeiro a lamentar, mas o que fazer... sou assim. Tive alguns problemas de "gostos" em Bilbao e em Barcelona, com algumas formas de arte, tal como tenho com algumas correntes musicais. Cheguei a perder amizades por não me render aos acordes dos Doors ou do Frank Zappa. Como se diz: gostos não se discutem. Contudo, para poder opinar com convicção, gosto de estar atento até ao que não gosto, ou não me diz muito. Daí que, como espectador, e com seixalense, esteja curioso em relação à obra que a Joana se propõe fazer, num cacilheiro estacionado no Seixal, e pretende levar até Veneza, bem como aos custos da mesma, e quem os vai suportar.
    PS: como passo inúmeras vezes pelo barco, se houver mudanças visíveis exteriormente, mando-te fotos em 1ª mão :)

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  4. Não sei de nada - houve críticas ao trabalho da Joana? Subscrevo o teu texto.

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    1. Muitas Fátima, e continua a haver. Porquê? Pois, é a parte que eu desconheço. Ninguém é obrigado a gostar. Mas é escusado ser desagradável... Beijinho

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  5. Bom, respeito, respeitinho, devemos ter por todos, mas não forçosamente pelas suas obras. A deste sujeito, por exemplo, dá-me para brincar... (Escultor acústico formado nos estrangeiros e tudo). Falando a sério, acho que também há muito provincianismo serôdio por quem é reconhecido lá fora. "Se os estrangeiros gostaram, quem somos nós para não gostar". Isto não é respeito, é maria-vai-com-todos.

    (desculpa, mas até parece que hoje estou para te contrariar:) )

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    1. :) Já tinha visto esse senhor no teu blog. Compreendo perfeitamente quem não simpatiza com a obra dela. A questão é que encontrei opiniões bastante desagradáveis, só isso. Ninguém é bom só porque tem reconhecimento lá fora, claro que não. Mas no caso, não deixa de ser uma artista nossa que nos projecta lá fora e é aceite. Podemos não gostar, nem sequer considerar. Escusamos desdenhar. E é só...
      ( Do contra, tu? Nhaaaaa. Lá agora... :))))

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  6. CF vai ao meu cantinho, já lá tens 2 fotos :)

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