Deslizam por entre um mundo de espelhos invisíveis que só eles vêem. Próprio da personalidade histeriónica, mais que evidente. Sempre senti alguma aversão pelos neuróticos histéricos que intentam seduzir o mundo como quem se vende em cada passo, criteriosamente arquitectado no rigor do detalhe. Neles o outro é claramente menor. Acham-se ainda na condição de matar sonhos como quem pode fazê-lo de um lugar superior, e isto é só um exemplo. Assim "crescem" mais um bocadinho. Não gosto de quem mata sonhos com maldade. Quem mata sonhos com maldade deveria ter direito a uma pena de prisão efectiva, sem que para isso precisasse de existir um decreto. Quem mata sonhos por maldade fá-lo devagarinho, ardilosamente, para não ser descoberto. Mata sonhos com maldade quem precisa de alimento. Bem sei que é um mecanismo psicológico importante, tal como o cariz exibicionista da necessidade, e que quem o pratica é também "a vitima". Mas convenhamos, a falta de humildade é danosa para quem vê, mais ainda para quem sente. Perdoo mais facilmente outro tipo de lamentações psíquicas, e isto, reconheço, é já defeito meu. Sou capaz de dar mais crédito ao obsessivo que confirma o gás mil vezes ao dia sem nunca acreditar no que fez, do que ao airoso que se exalta em talentos inquestionáveis. Um bom psicólogo deveria sempre compreender as pessoas e justificá-las ao limite da irracionalidade, independentemente dos rasgos de personalidade que apresentem. Eu por vezes limito-me a observá-las, e isto nos mais diversos domínios e dimensões. É claro que tiro conclusões, a minha limitação tem limites. Como por exemplo, há quem saiba escolher o momento de sair, há quem saiba escolher o momento de chegar, há quem saiba escolher o momento de falar, e com tudo isto diz apenas: Estou aqui, olhem para mim ai de baixo, são todos menores do que eu. A vida é feita de momentos destes. Em que uns iluminados impõem, outros matam, uns compreendem, outros acreditam, outros ainda apenas olham. E amanhã será sempre hoje outra vez.
Frustrantes estas pescadinhas de rabo na boca que norteiam muitas vidas...
ResponderEliminarFrustrantes, claro. E perigosas, que os efeitos são consideráveis, a diversos níveis. Deveríamos nós enquanto seres humanos, já ter conseguido controlar estes e outros defeitos que me parecem eternos? :) Aqui fica uma questão sem resposta. Mesmo que devêssemos, não conseguimos fazê-lo...
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