domingo, 15 de agosto de 2010

Egoismos

Há bocado fui à loja dos Chineses, mais ou menos a meio da tarde, quando já não sabia muito bem o que fazer a fim de matar o tempo, coisa hedionda esta, matar um bem tão precioso. Entrei num armazém enorme e de cheiro a mofo, onde se encontra tudo o que podemos precisar, muito que não precisamos, muito que não sabemos se poderemos vir a precisar ou não, e ainda coisas que nem sabíamos que existiam, e essas, confesso, fazem-me as delícias, e passo tempos consideráveis, a tentar descortinar, qual a estupenda serventia. Percorri todos os corredores, e encontro, entre outras coisas, vernizes encarnados, malas de viagem, alguidares, utensílios de cozinha, lenços, ferramentas e outras ninharias assim. A gente era mais do que muita, quase parecia um supermercado em hora de grande fluxo, alguma dela armada de cesto de compras, já semi cheio daquelas coisas que não fazem falta nem ao menino jesus.
Fiquei a saber hoje mesmo, embora já andasse desconfiada, o porque da afluência aquelas lojas. Em caso de neurose profunda e de planos escassos, ruma-se até lá, trazem-se meia dúzia de quinquilharias por meia dúzia de tostões e saímos de lá muito mais felizes do que quando entramos, ainda que na algibeira, venha algo que muito provavelmente, nunca iremos utilizar. Ninguém quer saber na hora do desanuvio, quem produziu, como e a que custo. Um egoísmo supremo, diria eu.

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