terça-feira, 19 de abril de 2011

Cá dentro somos muitos, ou de como eu vejo pontos fortes e pontos fracos...

Cá dentro somos mais do que muitos. Nem sei ao certo se tal coisa se avizinha boa, má, ou no meio termo, local onde se diz encontrarmos a virtude. Tenho-a procurado com afinco, não pelo nome, ou pelo que a apregoam, mas porque de facto, se me afigura como algo que deve ser satisfatório, uma vez que o mau não se quer, e o bom, muitas das vezes, quase nos escorre das mãos em contragosto. Pudéssemos nós guardar o que queremos do que nos circunda, e seríamos por certo um qualquer ser semelhante a Deus. Creio então que tal nunca nos poderia ser possível, que em tamanho risco ele não incorreria. Deixaríamos de imediato o criador num papel secundário, pois por certo mais não faríamos, do que subjuga-lo à nossa superioridade (?), que nem nos julgo capazes de mais. Por esta hora, governaríamos nós. Ora nem precisamos de análise afincada, para detectar a ameaça onde o Mundo se entregaria se tal se desse, provavelmente, maior ainda do que a que sofre actualmente, pelas mãos de quem se acha capaz de governar a Natureza, mas sem qualquer tipo de dom supremo. Mas e eis que cá dentro somos muitos, tal como disse. Nem sempre os mesmos, é bem que se entenda, ao se não, nem de nada nos valeria a versatilidade, apenas prudente pela nossa capacidade de assumir o corpo que queremos, na hora que bem entendemos. Outras vezes, porém, subjugamo-nos internamente quase sem querer. Encontro de tudo, dentro de uma só gente. Montes e vales, uns abastados, outros sinuosos. Alguns dos seres que nos povoam crescem qual árvores a cada dia, com ramos que parecem nem querer parar de trepar, como se ali, naquele sítio, encontrassem um alimento forte o bastante para que nem abrandassem, pelo que se dão em sobejo. Noutro sítio, porém, tal e qual na mesma gente que atrás refiro, encontro ervas daninhas que crescem também, como que detentoras de uma vontade própria que invade o resto, e quase o deixa mortiço, perante tal selvajaria. Chego a julgar que nisto nem temos poder algum, que as malvadas chegam a envolver-se em ninharias, e a formarem pântanos, que nos engolem devagarinho. Poderão existir mais gentes cá dentro, que por obra da sorte ou de qualquer uma outra grandeza, nos coabitem o espaço, e que permitam um resgate das já quase perdidas, que se afundavam a pouco e pouco, e nos tragam de volta.
O que nos divide as gentes internas, o que as rege ou orienta, é que nem bem sei concretamente. Tenho umas ideias, mas quando toca a mentes, pessoas de fora e pessoas de dentro, e tantas que elas são, a coisa tem que se lhe diga. E posto isto nem me arrisco em teorias, mais do que rebatidas, e sempre incompletas.

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