domingo, 22 de julho de 2012

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A dimensionalidade das coisas é qualquer coisa encerrada dentro das horas do mundo, que vieram e que hão-de vir. Hoje o mundo pode parecer-me imenso, infinito e sustentado e amanhã parecer-me pequeno, mirrado, ínfimo e frágil, e vice versa. Não deixa de me ser estranha esta realidade circunscrita aos desígnios exteriores do nosso ser, relativamente a grandezas suficientemente capazes de nos colocar em sítios opostos num segundo. A volatilidade da existência deveria chegar-me, mas eu, inquieta e insatisfeita, anseio mais. Reúno então questões de fundo para as quais não encontro qualquer resposta possível de me sossegar o espírito, de me aquietar a alma e o corpo, de me permitir existir saciada. Não sei muito bem onde me levará esta busca incessante e geralmente inglória, mas honestamente, e enquanto houver caminhos, deambulo perdida na existência já quase sem medo do que possa ainda descobrir. O medo, sim, esse sentir restritivo, abandona-me a cada dia que passa. Como se fosse sendo destruído por forças que se uniram para o derrubar do meu caminho e para me deixar livre.
A liberdade é outro sentir peculiar. Ambiciono-a, venero-a, mas só até a um determinado local específico. A realmente plena talvez seja uma das coisas que ainda me resiste reunida ao temor. A libertação total e desmesurada assusta-me, a existência terrena carece de pertenças e identidades.
O ponto de equilíbrio será eventualmente o cerne. O sítio exacto onde conseguiremos ficar sustentados neste mundo desconhecido, seguros pela verdadeira existência, ainda que enquadrados nos meandros da realidade terrestre. Aonde é que isso fica, é a questão para a qual eu necessitava de uma resposta clara, neste exacto momento.

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