sexta-feira, 31 de julho de 2009

Festivais de Verão. Não vou, mas já fui...


Estamos na onda dos festivais. Ele é Sudoeste, ele é Paredes de Coura, ele é Super Bock, ele é Oeiras Alive, e por aí fora, que nunca mais acaba. Já não existe é o meu adorado Vilar de Mouros, ao qual fui na minha adolescência e foi fantástico. Desde ir de comboio, eu e mais uma data de gente, tudo ao molho e fé em Deus; a pernoitarmos na estação do Porto, porque não havia cá dinheiro para pensões; a apanharmos uma briga feia, muito feia, nesse mesmo comboio, entre tropas paraquedistas e comandos, e abancarmos todas as meninas da viagem ao colo de um guarda prisional, que também ia connosco, porque o achamos um porto seguro; ele foi andar à boleia, pela primeira e única vez na minha vida; ele foi tomar banho gelado nas águas da nascente do rio; rio onde também se lavava dentes, e afins; ele foi montar tendas em descampados; ele foi perdermos-nos dessas mesmas tendas, logo na primeira noite; ele foi ir a umas casitas de banho azuis, que abanavam que se fartavam, e tinham um líquido também azul dentro das sanitas; foi levar comida que nunca mais acabava, nem me perguntem muito bem onde, que fez com que fossemos procurados, como o grupo que distribuía comida. Já com três dias, mas que importa isso, no meio do nada; Ele foi encontrar um alienado de nome Peregrino das Estrelas, que ria que se fartava e tocava Jambé... Ele foi tanta, mas tanta coisa junta que só consigo sorrir ao lembrar. E consigo achar que estas loucuras se devem fazer, na altura certa, porque ficam para a vida... São nossas, muito nossas; e tão boas... Não que ache que já não tenha idade para estes devaneios, de qualquer forma, acho que já não iria achar piada... E sim, foi ao do bilhete acima que fui, um dos melhores cartazes de sempre do Festival, na minha opinião, obviamente... Logo, a juntar a tudo o que referi, consegui ainda ver e ouvir os Iron Maiden, e o seu maravilhoso fear of the dark... Demais... E os extintos Skunk Anansie, fabulosos... E o nosso Rui Veloso, levando ao rubro milhares de Fãs, ao som do Chico Fininho, e do Baile da Paróquia. E outros, muitos outros...
( Não sei se percebem, bem lá no cantinho superior direito do bilhete, uns 7.500$00... Lindo. Escudos... To mesmo a ficar velha...)

As Maldivas a desaparecer...


As Maldivas correm o risco de desaparecer.

Leio num jornal, já nem me lembro bem qual, nem em que dia, mas também não importa, pois o que importa é o facto. Fiquei a modos que a pensar. Já falei até com as minhas amigas Parolas, porque todas queremos conhecer este paraíso, perdido no Índico, que corre o risco de se esvair, nuns míseros cem anos. Temos de nos despachar, senão estamos tramadas.
Se bem que, julgo ser um Paraíso, Paraíso de mais para tanta Parola junta. É mais propício a lua de mel, pronto. Aí, é que o problema aumenta substancialmente, pela fraca probabilidade, analisada obviamente na conjuntura da parolice, de alguma de nós, se vir a desenrascar com sucesso, em tão curto espaço de tempo. Eu, pela parte que me toca, já me desenrasquei uma vez, mas muito mal desenrascadinha, logo, estou tão enrascada como as outras. To convosco amigas, to convosco...
Portanto, e se não for pedir muito, e porque todas nós somos potenciais desenrascadas, caro Criador, Deus, Homem, Alá, ou seja quem for, tenho um pedido. Tanto sítio para acabar neste Mundo tem mesmo que ser as Maldivas? Que tal com o Irão, com o Iraque, com a Bósnia, enfim... Tanto Mundo, tanto fanatismo, tanta guerra, a precisar de ir desta para melhor, tem mesmo de ser um dos Paraísos Terrestres??? Não percebo. Juro que não percebo. To intrigada... Muito intrigada...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Da recepção...

E como ando muito pró seria, vou deambular um bocadito, e contar-vos a história da intrusa que tinha em casa para me receber. Assim, só para desanuviar de tanta conversa lamechas. Eu, atafulhada de malas, malinhas, sacos e afins. Mal chego, e não seja eu uma ciber dependente, quase antes de pousar a sacaria, rumo à sala, para ligar o meu pc, e cuscar o que por lá se passa. Mails, mailitos, blogs e facebooks, enfim, aquelas coisas que já dão origem a músicas lindas e magnificas.
Eis se não quando me deparo com a dita. Majestosa. De tamanho considerável. Ás cores. A olhar para mim. O pânico instala-se na minha pessoinha, insectofobica assumidissima.
O meu primeiro impulso é abandonar a sala e zarpar dali. Chego a pensar solicitar um vizinho, mas recuso a ideia, de tão descabida. Tremo, mesmo como varas verdes. Fecho a porta da sala, e ando por ali. Tento concentração. É hora de jantar, e preparo qualquer coisita para mordiscar. Na televisão, o debate do António Costa vs Santana Lopes. Não posso perder. Armo-me de coragem, e passo, rente a ela, para me acomodar no sofá, munida de um tabuleiro, e um pano do pó. Não vá o Diabo tece-las, e a danada da borboleta voar direito a mim. Era o meu fim. Era era... Vejo o debate, tremendo não pelas barbaridades que dizem, mas por aquela companhia acampada na minha sala. Gosto de tremer acompanhada. Mas não de uma borboleta. Cruzes credo... Tenho de tomar uma atitude. Penso na estratégia. Sapato nunca, não iria suportar pisa-la e ouvir aquele barulho característico. A vassoura é traiçoeira, pode falhar à primeira, e não posso arriscar. Encontro na minha dispensa uma aliada. A minha mopa. Linda. Nunca na vida gostei tanto dela. Meia a tremer lá vou... Ela continua imóvel. Numa vã esperança julgo que pode estar morta. Uma ova. Assim que lhe acerto, tenta levantar voo, na minha direcção, o que me faz num estado de desespero começar ás mopadas a ela desesperadamente como se não houvesse amanha. Já ela tinha quinado à muito ainda eu continuava naquele desaire. No fim apanhei-a com uma pá do lixo daquelas com pega e caixa. Ainda está lá dentro, porque a minha fobia atrofia-me os neurónios e quase julgo que pode ressuscitar. Aguarda a vinda da minha Senhora da limpeza, na próxima sexta.
Pronto, este é um dos meus pontos fracos. Favor não usar contra mim. É que é mesmo muito fraco... Tenho um cadito de vergonha, mas ora não seja eu assumida, o confesso. Sou assim, e pronto. Euzinha... Cagarolas, medricas, mariquinhas, cunhinhas e outros adjectivos. Pouco abonatórios, mas meus.

Nos olhos dos dois...

Surpreendeu-me sim. Pelo carácter de excepção e pelo carácter de excelência. Sei que existe. Acredito em relações onde o amor impera e o bem estar do outro é importante. Mas vejo tão pouco disso neste nosso mundo. Nas minhas férias, encontrava-se no nosso Hotel um casal digno. Muito digno. 50 anos, talvez um pouco mais. Ela, uma qualquer doença óssea, algo incapacitante. Ele, uma dedicação. Filhos já crescidos, que não os acompanharam. Não é relação recente. É uma daquelas de anos, consolidada. Em que o carinho e a ternura manifesta, nos fazem acreditar de que vale a pena acreditar no amor; nos faz ter a certeza do que procuramos, nos faz encontrar a segurança nos olhos de alguém.
Daqui a uns anos farta-se, dirão vocês. Não sei, é uma possibilidade, decerto. De qualquer forma, pela ternura envolvida, faz-me acreditar que mesmo que se farte, enquanto isso não acontecer, ela foi feliz. E ele também. Está nos olhos dos dois. E isso é difícil de encontrar... O mesmo sentimento nos olhos dos dois.

Um beijo à C...

Pronto, e agora uns parabéns escrevinhados já um pouco fora de horas, e com algum sono à mistura a uma amiga do peito. Uma das que gosto mesmo a sério, a ponto de tirar um anelito do dedo e lhe dar. Um anelito nada de estrondoso, mas ainda assim, um anelito do meu valioso espólio. Que dei de muito boa vontade. Porque gosto dela. Porque me ouve, porque me fala; porque tem o mesmo nome que eu; porque tal como eu, já não é uma adolescente, mas ás vezes parece. Porque é uma cabeça no ar; porque é uma Amiga daquelas verdadeiras. Porque é uma das Parolas. Porque olha para mim e espera opinião. Porque me dá a dela, quando lha peço. Porque se manda contra latas de sumol insufláveis e consegue voar como se não houvesse amanhã. Porque já se mascarou de Mini, como se fosse preciso máscara. Porque tem um nome a quem se colocou a terminação inha porque é pequena de tamanho. Mas tem um coração grande... Onde cabe muita gente e onde as amigas têm lugar. Porque é um cadinho forreta, mas ás vezes também é mãos largas e deixa gorjas enormes em baús não sei muito bem porquê. Porque acha que a vida é pra sonhar, pra procurar, pra viver... E vive, e sonha e procura. E eu gosto dela assim, tal como ela é. Um beijinho amiga C., que me atentas noite dentro, e que eu oiço, com todo o gosto...

( A amiga S, também fez anos, mas na minha ausência. Não posso deixar de mandar um beijo também para ela. Deixa amiga, não tives-te direito a anel, mas quem sabe brevemente te prende com qualquer coisita que tanto queres :) )

De novo...

De novo o cavalheirismo. Porque gosto, porque é raro, e como tudo o que é raro, é valioso. A descrição, o olhar. Directo, mas com distancia. Certeiro, mas tímido ao mesmo tempo. Sou amante do raro, do belo, do simples. Do deixa ser, do folhear. Se há que me irrite é o fétiche da sedução, da necessidade de acessório e de apetrecho. Quando o si, só por si chega...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Da eternidade...


É isso.
Conceito estranho, que reclamo ou repulso dependendo da ocasião. Gosto dele, é majestoso e pleno como poucos. Deixa antever percursos desconhecidos, realidades incertas, sonhos e utopias. É intrigante, enigmático, e ao mesmo tempo assustador, como só ele sabe ser. Apodera-se de nós como se a cada minuto feliz, o pudéssemos usar, assim, à descrição. Vou ser tua para sempre...
Depois, urge que desapareça. Quando o sofrimento chega e assola de nós. Nada é eterno... Tudo passa.
Concluo que a nossa vontade e a nossa cabeça se apoderam dele como podem, querem, precisam. Mas é tão relativo, e significa tão pouco... É de momento. Nada mais do que de momento...
Como de resto, tudo o que nos circunda.
Deveríamos conseguir maior abstracção, maior capacidade de concretização do nosso intimo, a fim de evitar barbaridades. Ou não... Fazem-nos felizes. Mesmo que só no momento... Vou ser tua para sempre... Mesmo que o para sempre acabe depressa.

terça-feira, 28 de julho de 2009

:(


Resido numa terra estranha. Sem entender muito bem o porquê, vejo-me a despedir-me antes do tempo, de pessoas a mais. Sempre me ensinaram a ordem natural das coisas... Avós, pais, netos... Aqui, existe como que um desafio permanente a esta lei da natureza. É triste, revoltante. O mundo perdeu mais um lindo sorriso...
De alguma forma faz-me pensar na ironia da vida. Julgamos que é nossa, mas no fundo, no fundo, nossa é que ela não é. Ou melhor, passa por nós, escolhe-nos e da-nos um pouco do mundo. Que também nos tira quando bem entende. O viver cada dia como se fosse o último, apresenta-se aqui como uma verdade absoluta, com todo o sentido...

domingo, 26 de julho de 2009

Big...


Porque agora estou assim... Porque se tenho momentos de fraqueza, tenho outros em que consigo ser BIG... ( só aqui entre nós, já me julgava uma cunhinhas daquelas patetinhas, mulherzinha típica, fracota e alienada. Credo, afinal sou Gente... Uffa!!! ( mas também, aqui ainda mais entre nós, tava difícil, apre...))

E como adoro de paixão um Senhor de nome Big, tomem lá uma foto de sua Eminência acompanhado da nossa querida Carrie, para alegrar o Vosso Domingo. Digam lá que não é um charme...

Bom Domingo


O dia amanhece de sol. Está lindo e aquece-me por dentro e por fora.

Completamente no meu ritmo, deambulo por casa, indecisa se o café será na rua, se pelo meu sofá.

Gosto destas manhas de Domingo em que o sol entra pela minha janela directo ao meu rosto, e me diz acorda, está um dia lindo.

Engraçado este fenómeno que aprendemos na escola, de que tudo é comunicação. Na minha existência estendo-o a muito mais do que ás pessoas. O sol, fala comigo, o mar, as estrelas, a lua, as árvores, o vento, a chuva...

sábado, 25 de julho de 2009

Para a próxima serei burra...

Irrita-me solenemente esta capacidade que tenho. Sim tenho capacidade de me entender até ao infinito, de saber o que quero, de me analisar e saber o que é certo. Ás vezes partilho, com uma ou outra pessoa mais próxima, só porque sim, porque no fundo, tenho plena consciência do que devo fazer, sem sondagens.
Depois, na hora H, a coragem que sei ser certo ter, esvai-se em cinzas e atraiçoa-me. E é exactamente aí que preferia não ter a capacidade que tenho. Fosse eu burra, energúmena, e pronto estava tudo explicado. Assim sou cobarde. Pior, muito pior... Nada contra as burras, desentendidas, ou outro handicap, de nome bera, mas inibitivo. São burras e pronto. Tá explicado. Para ajudar, não tenho a típica capacidade feminina de construir ideiais patéticos na minha cabeça, transformando realidades pouco satisfatórias em sonhos perpétuos, envolvidos em nuvens cor de rosa. Sonho, sempre, mas com o real e o concreto. Caramba de mixórdia de neurónios armados aos cucos, que só me dificultam a vida.

Desta sim, de regresso...


Gosto da sensação de regresso. Do voltar ao que é nosso, do cheiro da minha casa. Incrível como o olfacto me afecta, e me causa sensações de bem estar tamanhas. Incrível também, esta vontade de regresso a casa, de alguém que por vezes, se julga imune a sentimentos de pertença. Uma ova, isso sim. O que é nosso, mesmo encarando o carácter débil da palavra, dá-nos sensação de conforto, de porto de abrigo, de segurança.

As férias são boas também por esta maravilhosa sensação da volta, como dizia ontem a minha amiga P. Não sei se a sei descrever de forma perceptível a quem me lê, mas em férias parece-me que o mundo pára. Quando regresso gira outra vez. E eu, paro e giro também, assim, ao sabor.

Ontem, para bem começar, noite de amigas. Já me faziam falta, bem como o permitir-me ficar um pouco mais pela noite dentro. Sempre surpreendente, a noite.

Hoje espero. Para o meu mundo girar, eu tenho de esperar. É a ironia da vida.

Engraçado como a espera por uma só coisa, pode ser doce e amarga. Outra ironia. Esta vida está cheia delas. Exige esforço, esta malvada, e traiçoeira, como só ela sabe ser. Sempre, e ainda mais para sentimentos dicotómicos.

Mas vim de férias. To muito Eu. To no meu canto, tenho os meus cheiros. Estou muito mais segura, e tranquila, e tudo e tudo...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

De regresso, sem Deus Grego, mas de regresso...


Pois. Não encontrei de facto. Mas encontrei sossego, estados de espírito valiosos, paz, sítios lindos, e gente que me surpreendeu...

Deixo-me arrastar por mais uns dias, pois o tempo ainda é de férias. Rumo até uma linda terra Portuguesa. É de nascença. Por muito que me perca por outras lides, raramente falham uns dias ali. Entre sol, chuva, ondas daquelas com sabor a sal, que gelam a alma, mas que a lavam e a abençoam.
Aqui bem no centro, onde se pesca, e onde as Senhoras usam sete saias. Diz-se por aí. Pela minha parte só as contei nas bonequinhas típicas. Porque as Senhoras, essas, têm pelo na venta. Daquele a sério, pior do que o bigode do meu pai. Não me meto com elas.

Até já...

sábado, 11 de julho de 2009

E é desta que vou...


E é desta que vou rumar. A meu lado, levo as duas pessoas mais importantes da minha vida. A sabedoria popular diz que não há duas sem três, e neste caso acerta. Tenho outra, não tão importante, mas ainda assim muito, que não levo. Não por falta de vontade, mas por falta de oportunidade. Outro handicap, ás vezes de carácter intransponível. De qualquer forma, vai na bagagem. Não na portátil, porque não caberia nos 20k, mas na minha bagagem emocional, que à parte de ser enorme, vai cheinha, de sentimentos bons.
A portátil, essa, leva meia dúzia de coisas, pois sou adepta do turísmo simples. Quem me conhece, acha impossível, mas não é... Chinelos, protectores, vestidos leves e floridos, calções e t-shirts para o pequenito, e pouco mais.
Na vinda virão mais coisas, entre as quais prendas que o meu pequeno promete a toda a gente ( um mãos largas este piolho, mas pronto, algumas virão), incluindo um saco de areia prometido, com muito carinho à Educadora.


Armo-me de coragem, e meto para trás das costas uma fobia recalcada, e mal resolvida, que tenho a aviões. Mas enfim. Como todos os desafios da vida, ou se enfrenta, ou ficamos limitados. Não gosto lá muito de ser vencida assim, ao desbarato, e portanto lá vou...


Apanhar sol, banhos de mar, ver estrelas, outras culturas, ruínas perdidas... Quem sabe, um Deus...


Até já...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Do crescimento...


Há semanas do caraças, e a minha foi uma. O meu corpo soa-me a estranho, suplicando um descanso que teimo em não dar. E ele reclama. De qualquer forma, amanha ainda é dia de labuta, antes das merecidas, e o melhor é mentalizar-me disso. Hoje, na escola do rebento houve mais uma festa. Daquelas com pais babados e crianças felizes. Não sei muito bem porquê, mas emociono-me facilmente. É de agora, não era assim. Estranha esta sensação de fraqueza. Não é má, é estranha. Mas por estranha que seja, faz-me sentir bem. É o meu pequeno que está ali. E está uma delicia...E embora o chame de pequeno, de pequeno já não tem nada. Está enorme, liiiindo. Está no terminus de uma etapa. Foge-me da asa. Sou consciente de que o nosso papel é de educar para a autonomia. Empenho-me para o fazer, o melhor que posso e sei. Antagónico este sentimento que fica quando sentimos que cresce. Sensação de dever cumprido misturado com uma ligeira mágoa. Coisas de Mulheres. De todas, mesmo das que dizem que não choram.

Do estado de espírito...


Depois do dia de loucos de ontem, encontro-me na sexta feira, antecedente ás minhas férias. O corpo esforçou-se para se erguer, como de resto, já é habito. Agora, parece que as minhas pernas pedem licencinha uma à outra para dar um passo. Ando normalmente a mil. Engraçado como quando começo a quebrar, o corpo cede, e já quase não respondo ou obedeço. O espírito do Estio apoderou-se de mim. Os meus olhos já miram mar, o meu olfacto cheira maresia... Agora o que eu quero é descanso. E queria mais coisas. Sim, porque eu sou das que deixa o meu imaginário entrar em delírio com as minhas vontades. Sou da liberdade, sabem, e permito-me sonhar. Portanto, para além do que se adivinha queria mais qualquer coisa. Mas enfim, de qualquer forma, sou feliz assim.

Por ora vou tentar trabalhar. Deixar o estaminé em ordem, não vá ele ceder na minha ausência ( como eu sou importante. Alvissaras a mim!!!). Preciso de concentração e afinco. Vá lá menina, mostra lá o que vales.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um mundo de loucos...

Hoje o dia foi grande. Vésperas de férias, são assim mesmo. Indigno-me comigo, pelo facto de, com alguma frequência, proferir por estas bandas que ando num mundo de loucos. Não ando. Hoje é que andei. Já me tinha esquecido o que é o mundo dentro de uma casinha cor de rosa, lá para os lados da minha querida Lisboa. Aí sim, existe um mundo de loucos. Mas não do que pensam. Não das patologias que por lá existem. Essas, são pessoas à espera. Não são loucos. Têm um desajuste e chega. Louco, é o mundo onde vivem. Um estado que permite cidadãos, com limitações, certo, mas cidadãos, viverem a sua vida num Centro Psiquiátrico. Com uma dedicação extrema dos Técnicos envolvidos, mas que, com os fracos recursos, pouco podem fazer pelo utente x, ou y, que sem projectos de vida definidos, passam anos, sim, anos, ali. O Sr, x dizia-me, estou aqui desde 84. Facto logo confirmado pela Técnica de serviço. E alternativas? Poucas. Uma família desajustada, parca reforma, nenhumas respostas. Tenho ficado por aqui... Ando de um lado para o outro. Sim, gostava de um outro caminho, mas não sei como...
Nem eu, nem as Técnicas do serviço, nem ninguém. É um mundo de loucos, portanto. Dos verdadeiros.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O canto do pássaro...


Ouvi-lo cantar era uma bênção. Todos os dias pela manha, o canto encantava os seus ouvidos, tal era o bem que cantava.
Cantou, cantou, cantou, e por muito que cantasse, os momentos anteriores ao canto surgiam sempre como mágicos e encantadores. Vinha aí algo de bom.
Com o tempo, o canto começou a falhar. Primeiro só ás vezes, depois, mais amiúde. Os ouvidos pedem, não por hábito, mas por vontade. Habituam-se, lentamente à ausência da melodia que os fizeram felizes. Agora, se o pássaro cantar, cantou, se não paciência. Também, já nem soa igual... Substitui-se o canto do pássaro pelo chilrear de uma cigarra. É isto a magia da vida...

Do sorriso...


Ufa, há dias sem fim... Normalmente são aqueles em que tudo o que há de aborrecido acontece. Sim, porque os bons, esses acabam depressa. E não sei porquê, mas ás vezes parece que as pessoas se juntam num complot demoníaco, só a fim de me infernizarem. Vale-me uma grande lição que aprendi com a minha querida Helena Águeda Marujo, das pessoas mais sorridentes que já conheci. Adoptei o lema, e tento responder estas tramas, sempre com um sorriso. Normalmente desarmo quem refila sem razão. Portanto o objectivo, por norma, consegue-se. Pior é cá por dentro, para controlar os verdadeiros ímpetos que baixam em mim nessas alturas, em que a minha vontade expressa é desbobinar qualquer coisa do tipo, Razão? Para já, não tem nenhuma, mas até poderia ter, antes de começar para aí a berrar, e a metralhar-me com ofensas completamente infundadas. Sua lacraia da pior espécie... Mas sou linda, fiquei pelo sorriso. Não, não é mérito meu, em termos de simpatia. É mesmo lábia. Como sei que resulta.

A valor dos caracóis...


Pois é. Não sei se são os meus instintos de prestar cuidados, mas que tenho, tenho. Não foi obviamente deliberado. Foi o pequeno que apareceu com ele lá em casa, o depositou para lá, e não mais para ele olhou. Já o tentei sensibilizar, aproveitando a deixa, mas ele não é lá muito dessas coisas, ou não fora ele um projecto de Homenzinho.
Não consigo deita-lo no lixo, obviamente; ainda não me deu para o trazer de volta à Natureza. Mas vai dar, até porque estou para ir de férias, e não pretendo deixa-lo a secar lá por casa. Nada disso. Nos entretantos, pu-lo numa bacia, dentro do lava loiça. E dei-lhe alface. O gajo anda contente. Pudera, cama mesa e roupa lavada, assim, à borlix...

Eu é que estou a ficar deveras preocupada. Se alguém me perguntar, se tenho um animal de estimação, só tenho o dito para referenciar, o que não vai abonar em meu favor. Para mais, o Júlio de Matos anda a abarrotar e o Miguel Bombarda idem. Onde me iriam pôr? Numa qualquer clínica psiquiátrica perdida no meio da Serra; seria o terror. E olhem que sou do ramo, sei o que digo. Ainda por cima um animal com cornos, coisa que não gosto mesmo nada, e que é mal vista pela sociedade. E de aspecto peganhento, e pouco higiénico, coisa também abominada.
Tem a casa ás costas, e aí, já podemos falar mais vezes.
Não tenho vida, actualmente ( não por mim, mas pelo pequeno), e possivelmente nunca vou ter, para deambular por aí. Mas se há sonho que me persegue é o de correr mundo assim, sem poiso. Viver aqui e acolá, sem pertenças ou obrigações. Um pouco utópico, eu sei. Impossível? Já não sei muito bem. Nada é impossível. Se me fartava? Também não sei. De qualquer forma, o resto, também farta.
Ás vezes, nos meus mais profundos devaneios, concluo que tenho alma de mendiga.
Vou baptiza-lo antes de o devolver ao seu sítio. Ainda não sei o nome, mas também não importa. Se o baptizar, vou considerar que é meu. Do mundo, mas meu.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Dos extremos...


Há coisas que me tiram do sério. Uma delas, é a mania exacerbada dos sms. Sim, dá jeito, para uma qualquer troca de informação, para combinar uma hora de um jantar, ou qualquer outra situação simples. Pior, é quando se adopta o hábito de escrever testamentos, ainda por cima a tocar sentimentos, via sms. Não percebo lá muito bem. Ainda por cima tenho de andar a saltitar de mensagem em mensagem, perdendo o fio à meada. Como os sentimentos em questão já não são lá muito claros, agora imaginem o que é entende-los a olhar para um número considerável de sms, em fila indiana. Eu sei, eu sei que ás vezes devem achar que sou assustadora, pelas barbaridades que por aqui escrevo, mas acreditem que não mato ninguém. Se tiverem algo a dizer, um cross fire, é sempre um cross fire. Ou será falta de coragem para ouvir o que tenho para dizer? É que, quem me conhece, já sabe que assim, via sms, nem me dou ao trabalho de responder. Não tenho lá grande pachora para estar a escrevinhar linhas e linhas num telefone. Sou mais do frente a frente, do analisar reacções, enfim. Não me perco por estas escritas.
Será que mandam perguntas para o ar, mas no fundo, não esperam resposta? A falta de carácter, é um pouco assim. Vamos mandar bitaites, assim, bem ao longe, qual miúdos escondidos atrás dos arbustos a mandar pedritas para as janelas da casa dos vizinhos. Estão perfeitamente conscientes de que os vizinhos sabem que são eles. Mas não são vistos, e isso é bom. Se corarem, ninguem vê. Se vacilarem, ninguém percebe. Se estiverem a mentir ninguém detecta.

É fácil assim; emoções escondidas, só se mostra o que se quer. Não há traições de palavras proferidas sem querer, no calor da conversa. Estamos muito mais seguros. Somos é muito mais fracos, mas enfim. Isso é só um aparte.

E esta hein??

Como sou portadora de refilice nata, quando a coisa descamba, sinto-me na obrigação moral de elogiar, quando as coisas correm bem. Foi o caso de hoje, num Serviço da Conservatória do Registo Civil, onde fui alvo do melhor tratamento possível. Desde simpatia, a prontidão, a boa vontade. E tendo em conta que fui atendida por três pessoas diferentes ( pois o assunto assim o exigia), parece-me de facto que a repartição possui por ali alguma fórmula mágica, que transformou as pessoas que ali vieram parar. Não sei se existem por aí mais magias, e fadas capazes de as aplicar. Mas se houver, podem começar já a distribuir pozinhos por aí. Não tenho nada, reforço, mesmo nada contra o típico Funcionário Público que desempenha funções neste tipo de estabelecimentos. Tenho é contra a antipatia, a má vontade, e o ar de superioridade que povoa grande parte deles. Portanto hoje, a hora é de louvar. Se calhar a atitude dos funcionários até nem foi nada de extraordinário, centrando-se no normal. Mas é tão rara, tão rara, que soa a oásis no meio do deserto. Terminei com um sonoro, muito obrigado, e também pela simpatia...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nós e as nossas imperfeições...


Já falei por cá, da deplorável faceta do ser Humano, que só valoriza as pessoas quando as perde. Entretanto, apraz-me falar de uma outra situação não menos comum. O apego, na iminência da perca. Não é a mesma coisa, mas é igualmente estranho. Surge, essencialmente quando verificamos, que por esta ou aquela situação, vamos ficar mais longe de alguém. E iniciamos de imediato um processo de aproximação, que mais não é, do que um usufruto exacerbado do tempo que nos sobra. Tem a particularidade de não ser mesquinho, ao contrário da outra. Estamos em processos na sua essência distintos. Aqui, não significa que não se valorize a pessoa enquanto ela está próxima, ou existe. Pode valorizar-se sempre. Mas isso não quer dizer que não se passe a valorizar mais, na iminência de um distanciamento, seja ele de que origem for.
O aproveitar todos os minutos, a sensação de quase dependência da presença de alguém que se gosta, e que de repente pode partir...
Passamos essencialmente a valorizar cada minuto, a não perder a calma, a não desperdiçar tempo.
E, um pouco irritada concluo, que somos uma espécie extremamente burra, que necessita dos chamados abre olhos para valorizar de verdade, esporádicamente, o que se tem todos os dias e parece que não se vê. Realmente... Quem quer que seja que nos criou, poderia ter-nos feito um bocadinho menos limitados, e bem mais despachados. Tanto pormenor, tanta paneleirice, para aprendermos a viver, que até enerva...

Há Mulheres de coragem...

Pois há... Eu definitivamente não pertenço ao grupito. Logo pela manha. Digna Senhora, mãe de três filhotes, dois dos quais ainda de cueiro no rabo. E a palavra é essa mesmo cueiro... Nada de dodots descartáveis. Fraldita de pano, em nome dos bons velhos tempos, da ecologia, da economia, e do controlo da alergia ( esta última é muito dos nossos dias...)
É, ou não é corajosa???

domingo, 5 de julho de 2009

Truques e dicas... (Não, não são da Fátima)


Adoro pipocas... Doces, salgadas, ou assim assim... Hoje descubro numa revista que considero credível que podemos comer pipocas em vez de batatas fritas, pois em termos calóricos, são mais inofensivas. Sorrio. Não me imagino a comer um bife com pipoca, mas posso muito bem jantar o bife e comer a pipoca à sobremesa... Hum, eu que até julgava que pecava de cada vez que enfiava um saquito no microondas... Ele há cada uma...

O carrossel...


Há dias assim, que reúnem quase simultâneamente sensações extremas, opostas, distintas... Sou mais da tranquilidade, mas no turbilhão da minha existência, começo a habituar-me a este carrossel, de altos e baixos, veloz, e nada monótono... Tem por norma um aspecto delicioso, com luzinhas, e bancos de faz de conta. Charrettes, e afins, que nos conduzem, e nos embalam, sob os desígnios dos sonhos... O verdadeiro senão, para além dos baixos, é que andam à volta. É bem verdade que a perfeição não existe...
De qualquer forma gosto do meu Carrossel... Estão a ver-me lá? Procurem bem... Estou algures ali, sentada numa charrett, que não sei muito bem para onde me leva... Mas a viagem é tão, mas tão boa, que independentemente do destino desconhecido não consigo saltar fora... Também, dizem que o caminho se faz caminhando... E dizem ainda que os momentos mais felizes são os que passamos no caminho... Ou esta gente anda toda a enganar-me, ou o meu é o certo.

sábado, 4 de julho de 2009

Frases feitas, verdades quase absolutas...

Diz que sim, diz que sim...
Quem por cá anda, há já uns anitos, costuma ter umas frases giras, ditas populares, que são quase verdades absolutas... Já sabem que gosto de ditos antigos ( já aqui falei deles, noutros festivais), e hoje mais uma vez, pelas mãos de alguém que muito prezo, confirmo uma delas. Quem dorme com garotos, acorda molhado. Não sei se é assim tão trigo limpo, farinha amparo, mas olhem que quase... Pior é quando nos deitamos com gentinha maior, e acordamos molhaditos também... Isso, isso é que é preocupante... Esta gente anda tardia a largar a fraldita... Anda, anda...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Abençoada Dona L...

Ás vezes não vejo lá muito bem. Hoje foi um desses dias, em que fui atacada por uma qualquer bactéria estranha, que me perturbou a visão. Tenho aqui uma magnifica Senhora, daquelas muito prontas, e despachadas. A Dona L, que é a minha perfeita aliada. Resolve tudo o que é para resolver ( e vocês já sabem que gosto de gente resolvida), e vai, pelas suas mãos, acertando o passo a alguns armados aos cucos que por aí andam. Eu, em nome da ética e da boa educação tenho de os aturar. Mas ela não. E que bom que não... Hora do lanche. Filha daquelas muito chatas. Mas muito chatas mesmo. Inconvenientes, mal educadas... A minha mãezinha não esta bem aqui, a minha mãezinha não está bem ali. Ali é tudo gente mal de cabeça, e a minha mãezinha não tem com quem falar ... Tento, sempre que possível, adequar os lugares na mesa, por forma a fazer algum sentido. Não posso sentar lado a lado, pessoas com demências, juntamente com pessoas perfeitamentes conscientes, que não se sentem bem, obviamente, com os disparates que os mais senis cometem na hora da refeição. E depois de a Sr M. ( com uma patologia acentuada) correr todas as mesas do refeitório ( ao sabor da vontade da filha), chega a uma, ao lado da Dona L. ( Que também sofre de uma demencia, mas num estado mais precoce). A filha põe o babete na mãezinha, e ousa ser desagradável, como de resto só ela sabe ser, para a Dona L... Fizes-te bem, fizes-te bem, Dona H... Diz por aí quem viu que levou um valente açoite, que a ia virando de costas. Viu, viu?? bradava ela... Eu não vi... Nadinha. Foi a tal bactéria, pois foi... Só a ouvi, desesperada porque não quer a mãezinha naquela mesa... Não percebo porquê. Até foi ela que me moeu o juízo para a pôr ali... E é nestas alturas que me apetece encarnar na Dona L., e dizer-lhe qualquer coisa do tipo, agora aguenta-te à bomboca, sua solteirona encalhada. O que tu queres sei eu... Mas não te calha que já estas velha e barriguda, e pior ainda, ranzinza que não se pode. Se não desencalhas-te em nova achas que é agora, e ainda por cima com esse mau feitio???Já nenhum te pega filha. E vê se te chispas daqui, que agora fiquei por um açoite, mas se me apanhas de vela virada, e me voltas a moer a cachimónia, levas uma galheta que te viro do avesso. E depois aí, bem podes gritar mãezinha... Pronto, tenho dito. Ufffa!!! To aliviada...

Das famílias...


Pertenço a uma família pequena, desligada, sem nexo ( Excluindo a nuclear, e pouco mais)... Por variadíssimas vezes, dou por mim a pensar nas vantagens das famílias numerosas. Daquelas com muitos primos e primas, tios e tias, que passam férias todos juntos, que transbordam felicidade pelos poros ( sim, eu sei que é aparência), e parecem não sofrer da praga actual que constitui a solidão.

Acho que era este meu desejo de gente, que me fazia devorar, em tempos de adolescente aquelas novelas brasileiras, onde as famílias eram efectivamente grandes, e onde residiam todos juntos, na mesma casa, várias gerações...

Pode parecer uma visão patética, principalmente quando encaixada nos dias de hoje. E obviamente que a partilha de espaços entre gerações, é completamente despropositada à realidade dos nossos dias.
De qualquer forma, não deixa de ser verdade, que por vezes me falta gente. Assim, gente próxima. É verdade que tenho aquilo que chamo de família escolhida, que são os meus amigos. Mas acho que uma não substitui a outra, e custa-me encarar que, relações de sangue, se considerem hoje quase supérfulas. Se virmos, ok, se não virmos tá-se bem na mesma. Se analisar, rápido concluo, que dificilmente passo mais de uma semana ou duas sem saber notícias dos meus amigos. Já de alguns familiares ( próximos volto a frisar), passam meses...
Julgo que atravessamos um estádio de desligamento total, que toca o ridículo, tal o exagero de desprendimento ( falo da minha, obviamente. Existirão de certo as outras; e possivelmente a ligação nem terá a ver com o número de elementos. Eu é que nos meus devaneios chego a achar que sim)...
Pela minha parte, julgo ter feito esforços na direcção das pessoas, tentando impedir que se chegasse onde se chegou. Não no sentido de correr atrás, pois recuso-me a fazê-lo, seja em que âmbito da minha vida for, mas no sentido de manter contactos, tentar encontros, férias. Até que, sinceramente, comecei a achar que era esforço inglório. Hoje, tenho familiares, daqueles bastante próximos, que vejo no Natal, na Páscoa, e pouco mais; e com os quais existe um contacto telefónico raríssimo, que acontece simplesmente quando algum faz anos. Acho que alguns deles, nem sabem que o meu filho tem 6 anos e vai para a Escola em Setembro. Talvez se lembrem onde moro, mas não garanto... Não sabem, isso é garantido, para onde vou de férias, ou se vou, ou se pelo contrário vou ficar perdida a trabalhar, num sítio que não sabem muito bem qual é...
Modernices, é o que é... Já dizia a minha querida avó...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Da fraqueza mascarada de protecção...

Leio à pouco, num blog recente ( com um artigo bastante interessante),com o qual me identifiquei, uma frase daquelas que me deixa capaz de esmurrar o focinhito de quem a ousa proferir... Há, não te disse antes para não te magoar... Pergunto-me porque existe tanta gente a usa-la... Na minha perspectiva, e salvando as devidas excepções, mais não passa do que a mais descarada demonstração de fraqueza de quem não tem coragem ( isto para não dizer tomates) para assumir o que sente. Cambada de cobardolas, do pior calibre... Ainda por cima, quem por norma utiliza este tipo de expressão, não o faz em vão, nem tem nada de inocente. Fá-lo com sentido. Utiliza um jogo de preocupação, como quem diz, estou preocupado contigo, quero-te proteger... Uma ova, é o que é, que neste mundo e arredores preocupações destas são das galinhas para com os ovos, e pouco mais... O cerne, o busilis, está na falta de coragem de se assumir alguma coisa. Por covardia. E vai-se girando assim, no rengo rengo, no deixa andar, como se a outra pessoa fosse uma pateta de olhos vendados, e não suspeitasse nunca de nada. Pois é minha gente, mas se calhar ás vezes suspeita. E a incerteza que isso deixa no ar, não magoa? E as dúvidas que, em prol dos silêncios dos covardes se assolam nas mentes dos demais não preocupam? Há pois é... Quando se pensa em mascarar situações ou sentimentos relevantes, devemos pensar a fundo em nós e no outro, e não os encobrir, muitas vezes mal e porcamente, o que leva a situações completamente dispensáveis.
Para além disso, e acreditando nas vossas boas intenções, quem vos dá o direito de assumir que o outro é fraco e precisa de protecção? E que vocês são fortes e capazes de dá-la?
O jogo da vida é tipo Pocker. Em cima da mesa, claro, limpo... Jogos do faz de conta são para personalidades ainda adolescentes, onde as experiências acontecem a velocidades galopantes, e onde o espaço entre pessoas é ainda ténue. Na idade adulta, tudo quanto possa prejudicar ou implicar espaços alheios deve ser ponderado com cuidado. E esse cuidado só se consegue com frontalidade... Cá pela minha parte, ando numa fase da minha vida, carente dessa dita que acabei de referir...

Portugês Suave... Gosto, e???


A noite foi de insónia, como de resto, já seria de esperar. Vá lá, valeu-me de grande o Português Suave, da minha querida MRP, que tinha adquirido á uns tempos e ainda não tinha começado. Gosto dela. Pode não ser uma escritora brilhante, mas tem uma forma de escrita que me distrai, que me relaxa. Pelo menos esta noite, serviu para isso mesmo, relaxar-me, e graças a ela preguei olho, numa noite, assim a atirar para o longa...
Dizem alguns críticos ( ou criticas, vá), que não entendem como reúno nos meus gostos literários uma Margarida Rebelo Pinto com um José Saramago ou um Gabriel Garcia Marquez, e um Herman Hess ou um Luís Sepúlveda com um Dan Brown... Mas reúno. Dependendo do estado de espírito, consigo ler simples romances de entretenimento, alternados com grandes obras literárias, quando tenho tempo, e disponibilidade mental. Que não era o caso.
Ás duas da manha, depois de dar mil voltas, bebericar um copo de leite, e regressar à cama, a minha mente, ao deparar-se com a estante de obras por ler, parou ali, em detrimento por exemplo de um Do amor e outros demónios, de Garcia Marquez, um dos poucos que ainda não li do autor...
Portanto, minha querida critica literária, não sei se me vais ler, mas não quero cá saber das tuas opiniões (muito fundamentadas, eu sei), sobre o que leio, percebeu?? Vá, tu que também tens a mania de te armar aos cucos, diz lá que não passas-te já deliciosos momentos ( alguns na minha companhia), estendida na areia, a ler revistazitas femininas de gosto duvidoso?
Hoje, antevejo uma noite mais calma... De qualquer forma, o meu livrinho de cabeceira está lá... Não vá o diabo tecê-las...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

:)

Depois de uma pastel pela manha, de um dia de cão, duas visitas no trabalho completamente dispensáveis, de uns ombros, de umas brisas mornas, de ter ido à minha amiga S. pintar as unhas e ter vindo descalça para casa para não borrar, quase me sinto capaz de disparatar outra vez. Para ajudar, tenho um piolho cá por casa, um amor, uma ternura, mas já com umas manias de Homenzito que me fazem sorrir. Mãe, não quero ver mais o salve-se quem puder ( Ufa, tava a ver que não...) fazem perguntas ás equipas das meninas muito mais fáceis do que fazem aos meninos, e ainda por cima, as paredes delas, também são muito mais fáceis. Tadito. Pobre de quem é pequenino... Ainda não percebeu que nós somos é muito mais espertas, inteligentes e graciosamente mais elegantes. Cabemos em qualquer buraquito...

...


Estou na hora do almoço. Vim para aqui escrevinhar qualquer coisita, pra distrair. O meu dia começou mal. Já vos disse que devorei o pastel. Continuou pouco melhor. O estaminé está de pernas para o ar. Eu tento ordenar, no meio da minha desordem interna, capaz de desorganizar qualquer metódico. Ainda se lhe pede que organize alguma coisa... Disparate... Entretanto lembro-me da minha avó. Vá lá saber-se porquê. Ou até talvez saiba. Ela era uma daquelas pessoas que aparentava uma fortaleza inquebrável. Nada a derrubava, todos se socorriam dela em caso de necessidade. Os filhos, os netos, o marido que a maltratou, os vizinhos, os amigos, os conhecidos. Era ela, a pessoa que não quebra, que nunca vi chorar, senão no fim; quando quebrou. Porque toda a gente quebra.

Olham para mim. Que bom aspecto, dizem... Tá boa? Nota-se logo que sim, dizem perguntando e respondendo, por si só... Não percebo. Não, não estou boa. Juro que não percebo. Não é propositado. Não tento fingir nada. Não escondo. Se calhar também não transpareço, mas de qualquer forma não me esforço para esconder. Se calhar saio a ela. À minha querida Avó. Morro de saudades dela. E precisava, agorinha mesmo do seu ombro quase inquebrável ( pelo menos aos olhos dos outros)...

E foi assim... Porque sim, pronto

E porque à dias em que a alma se nos arrefece que até mete dó, dei asas ao meu desejo e enfardei o pastel. Eu sabia que chegava lá. Pensei que demorasse mais. Não, não sou fraca; o pastel é que foi forte...

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