quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Infidelidades

Nem sequer me parece que ele a mereça, que nestas coisas dos amores, deveria existir mais justiça. Assim como que uma divisão mais perfeita, em que bons ficassem com bons e maus ficassem com maus, e quem diz isto, diz outros emparelhamentos, que muito sofrimento se aboliria, muita felicidade surgia. Não temos perfeições, bem certo, e como tal, sujeitamos-nos também aqui às vicissitudes mundanas, onde o calhar o fado e a sorte, têm um papel tão estranho, como determinante. Mas adiante. Ela até lhe perdoa os pecados. Ama-o com força, a ele mesmo, não ao que o circunda, que amores destes são os verdadeiros. Tem-lhe uma dedicação de morte, como de resto, faz parte dos amores femininos, facto que ainda me transcende. Julgo vir de cedo, desde o nascimento, à educação, passando pela maternidade, e pelo envolvimento do afago, que sempre nos tolda. Continuamos a educar de forma diferente homens e mulheres, que não me venham com tretas, o que, juntamente com a a vertente genética, nos deixa a nós neste estado, como se dele não nos fosse possível escapar. A dedicação que ele lhe dá, é já uma dedicação menor. Uma dedicação típica dos homens, que salvando as devidas excepções, dedicam-se de outra forma. A dedicação primeira é a si, e só depois surge a dedicação ao outro, o que de resto, bem que se entenda, nem é uma crítica, mas uma constatação, que certos são eles, e as erradas somos nós. Para além disso, e aqui me debruço sobre a situação com outro afinco, tem outros pecados intrínsecos que não consegue fugir. Destacam-se os rabos de saia, se é que me explico, que ele diz que nem é amor, mas sim algo que nasceu com ele, inerente à sua existência, e que em nada influencia sentimentos. Surge assim, raramente, mas quando surge, surge em força, não se controla. As desculpas a ela, quando sabedora, surgem sempre depois. Ela, na sua dedicação vai desculpando, num estado mais ou menos limite, com um amor supremo e um fardo tamanho, do hoje estas comigo e amanha estás com outra, que te passe ao lado e te sacuda as entranhas, como se uma relação de cumplicidade assim pudesse fazer-se. Porque ele diz que a ama, a ela, e quase parece real, e se calhar, nem culpa tem, mau agoiro da luxúria que lhe atravessa o caminho.
E será, por certo real. Até consigo achar que ele lhe julgue amor, quando lho profere. É tão, mas tão fácil julgar amor.

5 comentários:

  1. parece louca dos cornos

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  2. Caro Anónimo, nem sei se pareço se sou. Poderei bem ser, dos cornos é que não, que não uso disso. Bom regresso, de preferência sem volta.

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  3. Mas que belo comentário! Sim senhor! Aposto que é homem e ignorante...é que não deve ter percebido o texto com certeza.
    Bem, adiante...CF, talvez por esse tipo de comportamneto me dar volta às tripas, sempre deu por isso é que estou como estou, tenho por mim que enquanto houver mulheres a apararem golpes desses, haverá homens que, apesar do tamanho do corpo, se comportarão até ao fim como crianças. É que, na verdade, provavelmente muita gente gostaría de levar uma vida, digamos assim, «descontraída», virando-se para onde o vento soprasse, sem compromissos nem responsabilidades. A questão é que para haver quem assim faça, tem de haver quem assim deixe...

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  4. Os anónimos, tal como os nùmeros privados, soam-me sempre a sacanice, e a cobardia, Com o respeito que me merece o teu espaço e a tua pessoa, bem como a boa educação, não resisto a um cuspir no chão - ao comentário, claro. Tu, CF como sempre, excelente.

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