terça-feira, 26 de abril de 2011

Lufada de ar fresco





No meio da crise, do défice e dos cortes no orçamento, surge o casamento. Lembro-me perfeitamente do dia em que a mãe do príncipe se casou com o pai, numa cerimónia grandiosa, à qual assisti em companhia de Dona Maria Carmina, minha avó, uma apaixonada por estas histórias. Também ela tem uma, de plebeia é certo, mas que ainda assim, não deixa de ser uma história de amor, válida por si só. Recordo especialmente o vestido, de cauda compridíssima, e o rosto sereno e calmo de Diana. Hoje, nem me perco em buscas rebuscadas de uniões do género. Não me causam curiosidade ou cobiça, respeito-as apenas, como a todas as outras. Não deixa porém de ser essa a notícia que anima os jornais. Não deixa de ser um conto de príncipes e de princesas. Não deixa de ser um mundo à parte, ao qual gostamos, de quando em vez, de deitar um olho, quanto mais não seja para ver o vestido da noiva, ou as entradas, já notáveis, do noivo. Escolheram bem o dia. A não ser isso, a nossa imprensa estaria totalmente entregue a umas letras pretas, que nos dariam números sem graça, ao lado de caras feias e carrancudas. Arrisco dizer que temos mais para dar, embora possa nem parecer. Nos entretantos, que venha o casamento real, a matizar a desgraça e a salpicar-nos de cor. Precisamos tanto, mas tanto dela.

2 comentários:

  1. É verdade que anima :) mesmo a quem não liga a essas coisas - anima :):)

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  2. Bem é preciso cor...no País e nas nossas vidas. É uma Primavera cinzenta esta...e eu até gosto de me vestir de preto, confesso...
    Só agora repare que a cor está nos nossos olhos e na forma como vemos as coisas. Os meus fixaram no espectro cinzento e eu que nunca gostei do cinzento... não o vejo como cor...
    um beijinho para ti CF...já estava com saudades de aqui vir...
    deixo-te também um sorriso
    :)

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