Foram-me ofertadas duas empadas de galinha, feitas a preceito por confecção caseira, lá para os lados da Sobreira. Guardadas há muito, despercebidas, dentro de uma gaveta de um quarto, e que agora, na lembrança de sua existência, por meandros que desconheço, vieram parar nas minhas mãos, com o intuito de terminarem na minha boca. Vinham embrulhadinhas num guardanapo de papel, provavelmente guardado aquando da hora da refeição, num qualquer dia em que os beiços estariam secos, e dele não necessitaram, ou, se eventualmente nele se limparam, conseguiram fazê-lo de forma discreta e higiénica, que nem uma pequenina nódoa de gordura se vislumbra naquele papel, ligeiramente amachucado. A tentativa, infrutífera, foi de que as comesse logo ali. Consegui escapar-me, sem ofender, valha-nos isso. Não pensem porém que foi fácil. A dita Senhora, conhecedora como é do meu pecado da gula, aguardou-me graciosamente, na hora do meu café, que deveria, segundo seu entender, ser devidamente acompanhado com tão delicioso pitéu.
Guardei-as comigo e prometi-lhe o deguste lá mais para a tarde, sendo sem dúvida essa, a melhor hora do dia, para tamanho acepipe.
A cada dia que passa, revejo o que penso, acerca da mentira piedosa.
LOL Quando vi a foto até me cresceu água na boca! Adoro empadas de galinha! À medida que fui lendo revoltou-se-me o estômago! Irra! Os velhotes têm com cada uma!!!
ResponderEliminaras empadas empanturram. fizeste bem CF!!!
ResponderEliminar