quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Do dinheiro

É certo e sabido que o dinheiro é uma das principais máquinas que movimenta o Homem. Acredito porém, que muitas das vezes, movimenta-o mal, sendo que lhe percorre as entranhas e lhe suga a existência, quase fazendo, para não radicalizar e dizer que faz mesmo, com que se esqueça do que importa, e se centre no que menos vale, mas que numa primeira vista, quase parece encher-nos de substância. Talvez encha. Mas efémera, sem dúvida. Esquecemos que o espaço é limitado, permitimos a invasão do que não interessa, e permitimos ainda que se esvaeça em nada o que realmente nos humaniza, nem bem compreendo, o porquê da nossa dificuldade em nos centrarmos no meio termo, extremosa virtude à qual nos alheamos, aqui, como em tantas outras coisas, onde a falta de equilíbrio nos manipula, descaradamente, arrisco dizer.
"Comprar" gente, que aqui se encontra entre aspas, apenas e só porque me soa muito mal o termo, parece-me a mim um tanto ou quanto degradante, julgo haver por cá, outras formas de usar dinheiro, podendo eu até arriscar uma ou duas, deixando de fora imensas outras, como ajudar alguém que precise. Ou ainda, e seguindo a conduta do bom senso, amparar alguma criança perdida neste mundo hostil e perverso, dado que na actualidade, ainda continuam a existir sofrimentos atrozes em pequenos seres, que necessitam de um lar, porque o não têm, e aos quais a sociedade, no geral, nem sabe bem o que faça. Poderia continuar, que argumentos não me faltavam, mas julgo nem ser necessário, que os usados parecem-me mais do que suficientes, para a minha repugna por certos acontecimentos, onde, a meu ver, e tecendo aqui uma consideração, nem sendo hábito meu, ninguém tem razão. Vender ou comprar gente, deveria ser um acto punido por lei. Mesmo que feito disfarçadamente, com jeitinho e alguma (pouca) descrição.

3 comentários:

  1. Bom o "comprar gente" abrange, assim de repente, três práticas:
    - Prostituição
    - Escravatura
    - Corrupção
    Ao que parece todas elas vão contra a lei, excepção feita à prostituição que ainda não compreendi muito bem que lei a regula...
    Portanto, são ilegais e, embora tão antigas como os homens, cada vez mais perseguidas e eu, crente como sou, continuo a acreditar na sua erradicação, pelo menos no mundo dito civilizado... :):)

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  2. Querida Antígona, há outra, a que refiro. Mais especificamente, a compra de um bebé, por um jogador...

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  3. E cada vez mais "comprar" gente é encarado com uma naturalidade que me espanta, começa a estar entranhado na nossa sociedade, este conceito e esta atitude desprezível. Ainda mais quando temos alguns exemplos bem gritantes a virem dos nossos governantes e afins...

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