sábado, 29 de setembro de 2012

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Lá fora o tempo aquece-me fora de horas. O sol parece perseguir-me por entre as ruas, as vidraças das janelas, as frestas das árvores onde me oculto, quieta,  a ver se passa. Espera o frio, é aí que deverá ser, ouço ao longe em palavras que me aconchegam o corpo quente, e me colocam em guarda. Nem sempre me obedece, o meu corpo. Deveria numa lógica cordata seguir-me os propósitos, mas afasta-se, fugidiço, e não me sossega aos suaves respirares que lhe infundo, como que a dizer-lhe, espera... Aí paro. Não em tentativa de imposição, sem consequência, já percebi, mas em apreciação. Investigo-me por dentro sem  medos e aí sim, em paciência, paro ali e acolá e prontamente encontro o que procuro. Curiosidade? Longe disso. Vontade, sim, mas muito mais. Essencialidade, será por aí. Já preciso, não posso negá-lo. 


2 comentários:

  1. Às vezes pensamos que estamos prontos. Supimpamente aptos. Mas não: o corpo trai-nos amiúde - esse sim, pronto e apto na vontade, mas tão retráctil e receoso na curiosidade. A mente? É uma impostora danada de oferecida...

    :):) Beijinho

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  2. Paulo, mais fácil seria, julgo poder dizer. Menos exigente, no mínimo isso, mas provavelmente também muito menos emocionante. A mente? Oferecida como só ela, é um facto mais do que declarado. E o resto? O resto respira, devagar, devagarinho...
    (Beijinho...:))

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