domingo, 19 de dezembro de 2010

Concordâncias

Temos o dom de aprender, facto inegável e corrobado ao longo da nossa existência, que nascemos a pouco ou nada saber, para ao longo do crescimento assimilarmos o que nos circunda, o que nos permite com o tempo a sobrevivência independente. Deveríamos porém, aprender tudo de igual forma, ou seja, deveríamos apresentar a mesmíssima capacidade de assimilação, quando se trata de uma coisa óbvia, ou quando se trata de uma que pode não ser tão óbvia, mas que, devido à força da repetição, já deveríamos encaixá-la nesse campo.
Porque se para nós é fácil perceber e não errar, que quando temos fome, necessitamos de comer, quando temos sede, necessitamos de beber, quando temos frio, necessitamos de agasalho, ou, que quando estamos cansados, necessitamos de dormir, também deveria ser fácil a consciencialização plena e concreta, de determinados fenómenos de carácter emocional e psíquico, como por exemplo o facto, de que quando demais esperamos de quem pouco nos pode dar, sairemos defraudados. E que se preste atento, que frequente se torna, imputar culpas a quem o tal pouco nos deu, quando por vezes, muitas vezes diria mesmo, o erro crasso se encontra na esperança exacerbada, e totalmente infundada, que insistimos em dependurar em outros que não em nós. Ora constituindo isto uma realidade irrefutável, ainda me encontro em perseguição de resposta perfeita, que me justifique esta estranha necessidade de repetição penosa.
Seria tão mais fácil esperarmos exactamente o que o outro nos pode dar. Que pode até ser muito, ou pode até ser pouco, nem bem importa aqui dissertar sobre quantidades. Importa apenas e só, a concordância suprema, utópica, bem sei, mas tão, tão apaziguadora.

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