terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pertenças

Invasões são coisas para me tirar do sério. Não invasões permitidas, que também as há, e que acartam sentimentos bons e cúmplices, numa descoberta consentida por quem se deixa descobrir, num processo doce e prazeroso, que pode ser rápido, ou pode ser lento, depende, de um conjunto de factores definidos por quem descobre o por quem se deixa descobrir. Tenho para mim, ser um dos mais nobres caminhos do homem, um caminho constante, de evolução, de crescimento. São as outras, as tentadas à nossa revelia, como se direitos houvessem a quem está de fora, de tentar entrar para dentro, contra a nossa vontade, ou, num caso menos flagrante, mas não menos sério, despercebidamente, como se o interno de cada um, fosse coisa para se tomar de assalto, por não constituir propriedade efectiva, devidamente declarada. A declaração não existe, mas devia existir. Um livro, poderia ser, constituido por milhares de páginas, onde cada um, pudesse depositar o que lhe pertence, que esconderia onde bem entendesse, guardado a sete chaves, e longe da podridão. Vale-me tanto, tudo o que tenho cá dentro. Que trata coisas de mim, do que me circunda, do meu passado, do meu futuro, das minhas metas e ambições. Só a mim pertence, salvando-me o direito, de deixar transparecer o que eu bem entender, a quem eu bem entender, se eu bem entender.

4 comentários:

  1. Como te entendo CF...e sabes que cada vez mais tenho menos paciência para essas invasões não consentidas. Não gosto, não quero e não permito.
    É engraçado falares disto neste post porque tenho andado a pensar nisto mesmo.
    beijo

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  2. Que bom ver por palavras tão certas algo que sempre senti. Não suporto a devassa daquilo que verdadeiramente nos pertence, o nosso interior.

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