O que me faz reflectir... Todos os textos que aqui publico são de minha autoria, e as personagens são fictícias. Excluem-se aqueles em que directamente falo de mim, ou das minhas opiniões, ou onde utilizo especificação directa para o efeito.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Roupa velha
Era hoje o dia em que se comia roupa velha. Hoje e alguns outros no decorrer do ano, que os tempos eram de fome, e a abundância era coisa que não havia. Qualquer sobra, por norma de bacalhau, mas que também poderia ser de outra coisa, constituía a base para um refogado de azeite a alho, ao qual se juntava batata às rodelas, e tudo o que apetecesse. Diz quem a comia amiúde, com frequência assídua, por assim dizer, que o pitéu estava longe de ser saboroso, e que constituía apenas e só, uma maneira de pôr cobro à malvada da fome, fiel perseguidora de outras épocas, enquanto se dava uso aos restos da véspera. A minha avó falava-me dela, eu, nunca a comi. Estranhamente, ouço-a de novo, quase como se o hábito voltasse. Quem o trouxe, diz que por terras do norte, nunca se sumiu.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O meu sogro, que partiu vão uns bons anos, adorava roupa velha. Gostava tanto que se recusava a comer o cabrito ou o perú do dia de Natal! Para ele, o almoço de 25 era sempre roupa velha.
ResponderEliminarora eu comi no Serviço e estava muito boa=)
ResponderEliminarfeita com bastantes cominhos, alho, pimenta, batatas, couves, cenouras e bacalhau!
tudo num refogado de azeite!
faz pa veres como é bom=)
C.