quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lisboa


O dia amanheceu atribulado, com episódios estranhos e assustadores. Lido um pouco mal com imprevistos de má natureza, mas enfim, fazem parte da vida.
Sigo para um compromisso profissional sério. Dos que exigem de mim até ao limite. Perco-me no percurso, entre monumentos sem significado para mim, mas com significado divino para a maior parte das pessoas. Num alto, bem num alto, guardado por São João, ciprestes e muros que lembram prisões. Terra ou forno? Pergunta-me alguém a quem peço ajuda. Terra digo, contrariada. Sigo. Cumpro a obrigação.


Depois perco-me de novo. Desta feita por sítios que amo. Entre os Bairros da Madragoa, as Escadinhas de Alfama, o encanto do Chiado, e a frescura de Belém. Quase sempre a pé, na calçada Portuguesa, com uns saltos altos de meio metro e uma mala pesada na mão, onde repousam mil coisas que podem sempre fazer falta. A minha mãe diz que gosto de dificuldades. É mãe, logo tem razão. Aqui também se verifica. Gosto de calçada Portuguesa. Gosto de saltos altos. Não combinam, é certo. Mas eu, contrabalanço os dois com delicada mestria, e garato-vos, que consigo caminhar airosa.
Nada de compras ou outros devaneios do género. Rua. Só rua, sol, rio e memórias. Porque em dias difíceis, há que acalenta-los. Ainda não é tempo de chá, supremo guardião dessa tarefa. O calor não deixa apetecer, embora a alma já reclame por uns goles quentes e doces. Não importa. Tinha Lisboa. Até hoje, ainda não encontrei lugar que me acalente mais do que Lisboa.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

:(


E por falar em não ser perfeita, venho penitenciar-me. É que estou tão longe disso, que ontem, por motivos fortes, mas ainda assim nada justificativos, tive um esquecimento imperdoável. Daqueles mesmo imperdoáveis. Ainda assim espero que me perdoem. Eu, cabeça de vento, talvez nem mereça, mas a amizade merece... Um beijinho amiga C.

Não sou não...

Não sou especialmente ligada a bens materiais. Tenho especial apreço pela minha casa, o meu espaço, mas se necessário for, trocá-la por outra, troco, sem qualquer problema. Tudo quanto me estorva, deito fora, ou desfaço-me de alguma forma. Não tenho objectos com os quais mantenha uma ligação especial, ou que me façam lembrar coisas. Lembro-me das coisas importantes só por si, sem recurso a isto ou aquilo. Posso adorar uma mala, uns sapatos, o que for, mas uso até me apetecer, sem poupar com o intuito de durarem mais tempo. Se alguma amiga necessitar do que quer que seja, sou a primeira a oferecer, a disponibilizar, ou até mesmo a dar, se for caso disso. Troco de carro com facilidade, e não o faço mais porque a bolsa não deixa. Do que me desfaço, não guardo saudades.

Mas não obstante tudo o que referi, fico com nervoso miudinho se alguém se apodera, ainda que momentaneamente, do que é meu, sem autorização prévia. Que se há-de fazer, ninguém é perfeito, e eu muito menos :) Hoje estou com esse nervoso.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Do ciúme...

Hoje, algo me motiva a falar de ciúme. Mais um tema de carácter forte, que conheço de perto. De perto demais. Se o que falo no post anterior me soa a Humano e a normal, já este, entra por caminhos sinuosos que abomino até ao limite. Há quem tolere o superficial, aquele que se diz o sal das relações, o saudável, como ouço chamar. Eu prefiro salga-las de outra forma, e confesso que tudo quanto circunda o ciúme me faz mal.

Percebo outras abordagens; entendo quem lhe ache piada, porque de resto, não sou crítica na minha natureza, e admito perspectivas diferentes da minha. Oiço, não raras vezes, Mulheres orgulhosas do ciúme que provocam nos seus companheiro. Ouço-as, e pronto. Confesso que, e embora não as critique, também não as entendo.

Porque para mim, Amor e ciúme não andam de mãos dadas. Amor anda de mãos dadas com sinceridade, lealdade e franqueza, para além de outras coisas, obviamente. E se, eventualmente o sentimento de amor deixar de existir, o que quer que fique, deverá andar de mãos dadas com esses princípios também. Se assim for, o ciúme não faz qualquer lógica.

O ciúme, não passa de um sentimento de desconfiança do outro, de posse sobre ele, e de controlo dos passos de quem não nos pertence. O onde foste, com quem estiveste, e porquê, são perguntas que, e há parte de poderem ser feitas de forma banal, podem também ter uma carga de ciúme encastrada.
E é exactamente aí, que começo a ficar arrepiada. Quando o controlo e a manipulação assumem o comando, e a pessoa controlada perde a liberdade, quase sem dar por isso. Porque o ciumento, é por norma discreto, e subtil. Incute a sua carga de pressão, muitas vezes de forma dissimulada, e quase irrepreenssível.

E falo aqui do ciúme mais pacífico, porque nem ouso entrar no mais sério, onde o controlo e a desconfiança, entram no domínio da verdadeira obsessão, e transformam a vida do casal num tormento constante e castrador.

E perguntam vocês, e muito bem, se esta aqui armada aos cucos nunca sentiu ciúmes; esclareço-os de imediato, dizendo-vos que já senti, sim senhor, em tempos. Quando a idade não me permitia mais, e o moço que tinha a meu lado era cobiçado pela Escola e arredores. Eu, na minha insegurança, e julgando, na inocência da idade, que podemos ser donos de alguém, açambarcava-o com um orgulho de menina pateta. Como se isso o segura-se a mim, se ele de mim quisesse fugir...

Hoje? Hoje não sinto, de todo. Quem estiver a meu lado, que esteja por querer. Porque se não quiser não precisa de estar. A porta da minha vida está sempre aberta para quem dela quiser sair. E reservo-me a mim mesma os mesmos direitos.

E parece-me que nesta abordagem, o ciúme perde o sentido...

domingo, 27 de setembro de 2009

Da inveja...


Sei que o assunto de ordem são eleições, Sócrates vitoriosos e Manuelas derrotadas, mas não estou muito para aí virada.
Urge-me falar de inveja, porque encontro o mote numa revista dedicada a ela, quase na totalidade. Entre invejas disto e daquilo, destacam-se as supra-sumo. As da sorte, do dinheiro, do Marido desta ou da Mulher daquele.
Em Psicologia, distinguimos dois tipos básicos. Uma fundamentalmente destrutiva, e uma outra de carácter mais impulsivo. Pessoalmente, parecia-me prudente arranjar dois termos distintos, mas a Língua Portuguesa tem destas lacunas. Mil palavras para designar uma coisa, e sentimentos distintos com um mesmo nome.

Todos nós ao longo do nosso percurso de vida, ambicionamos chegar a determinado ponto. Aspiramos determinados poderes, desejamos determinadas coisas ou pessoas. O sentimento de inveja, à parte de ser uma palavra com carga negativa, e pior, ser pecado mortal, é natural do ser Humano, e julgo que quem diz nunca a sentir, está a faltar à verdade.

Não seria no entanto necessário, incutir a carga negativa da palavra, em todas as situações, que serão, na maioria das vezes inofensivas. De resto, a admiração por isto ou aquilo, este ou aquele, poderão ser um móbil para o progresso. A vontade de chegar mais além, ou de atingir determinado patamar. Uma inveja positiva, digamos assim. Poderão também não ser móbil nenhum. Eu, por exemplo, posso dizer que invejo as pernas da Giselle Bundchen. Não me vale de nada, porque nunca vou te-las. Mas também não lhe fico com ódio por ela as ter e eu não. E perdoem-me os crentes, mas não me considero pecadora por isso. Mesmo o Padre da Paróquia, se visse as minhas perninhas de alicate, decerto me entenderia.

Ofensivas passarão a ser, se quem sente a admiração, ou aspiração por determinada coisa ou pessoa, transforme os seus sentimentos em doença. E em vez de admiração, ou impulso em ir mais além, surge vontade em destruir o outro, ou o motivo da inveja. Aí sim, entra-se no campo da patologia, e surge um problema. Um problema real, concreto, que pode destruir ralações de amizade, e induzir mau estar no que inveja, ou até mesmo no invejado. Não raras vezes, assistimos a deteriorações de amizades julgadas verdadeiras, por um sentimento de inveja destrutivo e patológico. Onde a carga de negativismo de quem inveja é de tal forma, que impede um raciocínio lógico, e transporta o invejoso por caminhos desleais e negativos, que culminam na destruição.

Não é fácil, em termos terapêuticos trabalhar este tipo de sentimentos. Mascaram com frequência situações de sérias lacunas ao nível da auto-estima, e o trabalho a ser feito necessita de uma profunda introespecção, a fim de determinar as causas para tamanho negativismo. Porque a inveja destrutiva é profundamente negativa. E incute em quem a sente doses consideráveis de mau estar e culpabilidade.
A outra inveja, a impulsiva, façam o favor de se servir à vontade. Se a galinha da vizinha é mais gorda, e o que nos apetece é engordar a nossa, parece-me bem. Parece-me mal é se a nossa vontade for depenar a outra... Ai sim, temos um problema...

sábado, 26 de setembro de 2009

:)

O dia amanheceu cedo de mais para o meu cansaço. Teimo em aceitar que os anos passam, e julgo-me ainda uma teenager... Hoje o dia custou a passar. Depois de um jantar rodeada de amigas, saca rolhas decapitados, e livros suspeitos, estou no meu canto. E estou quase muito bem.
Amanha, cumprirei deveres de cidadã. Aqui, bem defronte da minha casa. Já escolhi a caneta, porque nos dias de hoje as partilhas devem ser limitadas. Só ainda não escolhi em quem vou votar. Tenho o sítio, e o instrumento. Já é um começo. Vou agora até ali dormir sobre este assunto. Ou sobre outro qualquer mais interessante. Até já.

Das nossas escolhas...

Sexta feira à noite. Raras as saídas neste dia. Chegam para postar os olhos em cenários que me atafulham o cérebro de amargas memórias.
Numa amena cavaqueira, que sempre aquece a alma, o vislumbre de algumas figuras tristes, reportam-me a pontos da minha vida. Tristes também. Por muito que analise mentes, continuo a ter dificuldade em explicar a necessidade incongruente dos excessos. Dos excessos a sério, diga-se, não de um aqui e outro ali. Os excessos que tomam posse de quem os comete, e que falam por si, numa força interminável, estranha, mas real.

"-Que foi N?
-É o meu pai; bebeu, e agora diz que quer matar a minha mãe. Tem uma caçadeira.. Ela disse para eu fugir para o pé de ti... E eu fugi. E agora, vais lá salva-la??"

Não matou, e eu não precisei de a salvar, e ainda bem, porque não me sairia bem de certeza. Era uma miúda. Ela salvou-se sozinha, levando na bagagem pouco ou nada, rumo a um incerto transatlântico. Salvou-se a ela, e aos dois filhos do calvário imposto por excessos de um Marido de aspecto taciturno e rançoso. Ele ficou por ali. Muitas vezes o vi chorar, lágrimas amaldiçoadas de um sofrimento escolhido dia após dia. Sem nexo, sem vida. Não vi as dela, mas decerto correram. Persegue-me para sempre, as últimas imagens da sua partida; uma mala, meia dúzia de farrapos, duas crianças, e uma dose de coragem do tamanho do Mundo. Valeu que a tinha, ou se armou dela. Senão por estas horas, os restos de vida dura, decerto já jaziam, num qualquer cemitério, perdido no meio da Serra.

Todos fazemos escolhas. Todos podemos errar. Todos podemos enveredar por caminhos tenebrosos. Todos temos de saber que as nossas escolhas são nossas e dos que nos rodeiam. Muitos de nós somos egoístas ao ponto de achar que a nossa vida é nossa, e de mais ninguém. São burros os que pensam assim.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Das Modas...


Se calhar são os meus olhos. Encontro num blog que sigo, à semelhança do que já vislumbrei em revistas de Moda, o destaque das rendas na próxima estação. Salvo as devidas excepções ( como a da foto ao lado) , e há parte de um pequeno detalhe, discreto, numa qualquer peça, rendas soam-me a vulgaridade.

Não gosto.
Valem-me os ombros elevados até ao céu, e as cores negras. Se não estaria completamente out.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

As Avós, as Bisas, e as ironias da vida...

Quase que ainda lhe sinto o cheiro da pele. Fazia anos um dia depois de mim. Breve, portanto. Era das que tinha coração gigante, onde cabiam, filhos, netos. As noras também mas não acreditavam, como quase todas as noras não acreditam. Era de tal forma espaçoso, que se podia dar ao luxo de ter vícios. Ninguém podia caminhar do seu lado esquerdo, que de imediato palpitava. Há parte disso, era perfeito.

Já só a conheci na imperfeição da idade. Tez escura, curtida pelo sol e pelo som da enxada que a perseguiu vida fora, e lhe sulcou a pele, tanto quanto a terra que manobrava. Mulher de força aquela. Não sei se lhe herdei qualquer coisa, mas em momentos específicos quase que acredito que sim, para logo em seguida perceber que não.

Eu ia para casa dela, quando a minha outra avó não podia tomar conta de mim. Passava o tempo entre baús de roupa antiga, campos de trigo, coelheiras e galinheiros. Não raras vezes, assisti a verdadeiros genocídios das espécies residentes. Hoje, uma situação desse calibre chegaria para desenvolver um qualquer processo numa qualquer Comissão, tal a atrocidade das imagens a que era sujeita. Mas na época soava a normalidade. Mais uma vez concluo que não traumatizo ás primeiras. De outra forma, sonharia agora com galinhas de pescoço cortado, ou coelhos de barriga aberta.

Tinha um oratório defronte ao qual rezava por toda a família, com fé e com alma. Era de madeira antiga, repleto de santos e fotografias, das pessoas a quem estes deveriam guardar. Era tapado por uma cortina de um branco imaculado, e estava sempre trancado a sete chaves. Eu tinha-lhe respeito, e, embora conhecesse o esconderijo da chave não ousava abri-lo sozinha. Fazem-me falta as rezas dela.

Fazia uns doces monumentais e uns molhinhos com arroz, daqueles feitos com buxo e atados com um cordel. Por aí fora, nunca encontrei mais nada que se assemelhasse. Qualquer coisa parecida, para o lado de Castelo Branco, de nome Maranhos. Mas ainda assim, não lhe chegam aos calcanhares. Engraçado como as memórias do paladar nos perseguem por anos, mesmo quando não mais lhe sentimos o gosto.

A morte levou-lhe um filho cedo de mais; a vida trouxe-lhe um com síndrome de nanismo. Teve de enviar um outro para casa alheia, porque cedo de mais se voltou a gerar vida no seu ventre. Os tempos eram difíceis, e os recursos parcos para alimentar tantas bocas. Esse, o relegado, abismou, tal o desgosto. Diz quem sabe que durante dias não comeu e não falou. Teve de regressar, não fosse o desgosto tão profundo, que lhe roubasse a vida. Alguma coisa se haveria de arranjar. Hoje é meu avô.
Filhas nem vê-las, o que muito desgostou o meu Biso F.

Tenho saudades dela. Tenho sempre saudades dela e da sua força, aguçadas nesta altura em que o dia do seu aniversário se aproxima. Exactamente no mesmo dia, em que perdi a outra avó mais querida. Ironias da vida...

Regressos...

Oiço que os Xutos vão estar ao vivo no Restelo. Em tempos, já os persegui por onde passavam, e já os homenageei por aqui também.
Hoje, e embora não os ouça com a frequência de outrora, continuo a admirar o seu trabalho. O Rock Português, não seria a mesma coisa sem eles.

Faz-me pensar, que tenho a particularidade de rejuvenescer ao som de músicas que me fizeram sonhar. Não só as do grupo que refiro, como com tantas outras. Embarco num regresso ao passado, que me transporta para tempos de glória, onde uma música bastava para me fazer sorrir.
Engraçado, como em determinadas idades, nos satisfazemos com tão pouco. Mais uma das coisas, em que o Ser Humano evolui de forma estranha. Em crianças basta-nos um rebuçado, na adolescência, uma qualquer música, na idade adulta já preciso de qualquer coisa mais substancial.
Um dos desafios a que me proponho, consiste nisso mesmo. Em tentar valorizar o dia a dia.
Diz-se muitas vezes por aí, que a vida é feita de pequenas coisas. Mas diz-se, porque soa bem, pois na maioria das vezes não se sente. E julgo que é pena.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Revistas cor de rosa

Nuns escassos quinze minutos, engulo qualquer coisa à pressa. Por entre dentadas gulosas num Pão de Deus com queijo ( sim, eu sei que isto não é almoço, vale-me a minha mãe desconhecer o meu blog), e um sumo de uma qualquer marca conhecida que se diz light, folheio umas revistas cor de rosa. Abomino-as, é certo, mas a escolha era reduzida. Na prateleira arrumada da pastelaria, repousam Caras, Vips, Sábados (enfim, melhorzinha, mas pouco), e uma série de Jornais locais, enfadonhos e com caras conhecidas por estas andanças. Algumas delas sem grande percurso, mas que ambicionam agora liderar a o Concelho. Boa, gente ambiciosa esta. Tirasse-lhe o chapéu.

Pego em duas. A Sábado, onde encontro, para além de outras coisas, umas ideias para o inicio do tempo de aulas. Os tpc, o tempo em frente à consola, e por aí fora. Não cumpro nada daquilo, ou pouco. Encontro ainda umas frases giras, ditas por grandes Personalidades não sei do quê, como a Victoria Beckham a mandar bitaites sobre a vida de não sei quem. Também vive da má língua. Esta praga está em todo o lado. Pego na outra, já com a Italiana quente, que me há-de manter desperta, entre dedos. Descubro uma Alexandra Lencastre, apontada por uns quilos a mais, e ainda uma esta e uma aquela, lindas e fabulosas.
Chega a minha amiga C., com uma cor de rosa, não sei qual, debaixo do braço. Conversamos quase nada, mas o que chega para eu perceber que não está bem. Não gosto de a sentir assim. Regresso ao meu estaminé, e ela segue para o dela. Mesmo que não queira sou obrigada a pensar que se calhar a revista cor de rosa, que leva de braçado, lhe vai colorir o dia. Afinal são precisas. Tudo é preciso. Se não a nós, a alguém.

Ossos do ofício...

Hoje amanhece o sol. Já fora de horas, o calor matutino irrita-me. Rebusco nos recônditos do guarda fatos alguma réstia de um verão que já não me apetece. Escolho um vestido vermelho, umas sandálias, um lenço... Sou chata com estas coisas. Chata comigo mesma. Vezes sem conta me condeno pela minha necessidade de parecer bem. De condizer. Sinto uma necessidade de arrumação exterior, como se o interior estivesse de tal forma desordenado, que necessito de compensação. Num estudo profundo do meu ser encontro as mesmas lacunas e fraquezas que descubro, sob a luz da ciência, em quem me procura. Quase nem gosto de me analisar, tais as semelhanças que encontro. Porque no fundo, já me julguei uma personalidade perfeita. Como se elas existissem...
Necessito desta ordem diariamente. Fico vazia na sua ausência. Uma harmonia suave e serena, sem grandes aparatos. Subtil, penso eu. Mas onde me agarro como as lapas se agarram, e onde me refugio sem limites. Um dos meus maiores medos, é que a sua perca, que talvez chegue um dia, me abale de uma forma profunda. Num desespero das horas más, auto-convenço-me, que quando esse dia chegar, esta necessidade já tenha sido substituída por outra. Que poderá ser qualquer coisa, como ver televisão, ou fazer pão de .

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Perder tempo...


Não sei se sou eu que sou inconstante, mas a mudança faz parte da minha vida. Encaro-a como evolução, progresso. Percebo à minha volta, necessidades de consistências, mesmo do que não é bom. Penso, analiso, e continuo, muitas vezes sem perceber. O incerto não é para todos. A sensação de vazio que pode acarretar, faz-nos muitas vezes escolher o conhecido, como forma de evitar situações de desconforto. É uma estratégia de adaptação levada ao extremo, que exige, não raras vezes um permanente conformismo. A meu ver, essa necessidade, torna-se um fardo muito maior, do que o desconforto da mudança.

Quando me debruço mais afincadamente sobre o Ser Humano, descubro-o não raras vezes, limitado. E limitado, não significa propriamente ausência de capacidades, mas sim, dificuldades em fazermos uso delas. Por medo, castração, ou qualquer outro factor com poder de influência. Percebo ainda, que muitas vezes, o difícil, é o início. Porque a partir daí, ganha-se um impulso, quase interminável, e uma sede de seguir em frente, e recuperar o tempo perdido.
Só a giza de conselho, muito especialmente para alguém que sei que não me vai ler, o tempo é um inimigo do caneco. E é ao mesmo tempo do mais precioso que temos. Perdê-lo, por receios, não me parece prudente. O devia ter feito isto à mais tempo, não é uma boa sensação. Fala alguém que já o disse vezes suficientes, para hoje em dia, tentar evitar faze-lo de novo.
Com isto, não fomento mudanças inconsequentes e impoderadas, entenda-se. Falo de mudanças daquelas que sabemos que são necessárias, e que adiamos, indefinidamente. Das coisas, situações, ou pessoas, que já pouco nos dão, mas muito nos tiram... Porque há dessas. As que nos fazem perder tempo...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Politiquices...

Depois do dia em cheio, a calma da minha casa. Sabe-me que nem nozes, a tranquilidade depois da tempestade. Enquanto deambulo, ligo a TV. Recuso-me a ter aparelhos desses espalhados pela casa, e os interesses são negociados com o outro membro cá do estaminé. Eu tenho direito a umas coisas, ele a outras. Há que partilhar, desde cedo, para se aprender como é. Nomeadamente os Homens, que têm particular dificuldade, nestas andanças de partilhas de controlos remotos. Na minha hora, arrisco um dos telejornais. Ao acaso, pois são todos iguais ou muito parecidos. Domingo vamos a votos, e o assunto está mais do que na ordem do dia. Penso. Já ando por cá há uns anitos. Já votei Referendos, Legislativas, Autárquicas,Presidenciais. Já tive dúvidas. Certezas, poucas ou nenhumas, e ainda bem, pois se as tivesse tinha estado errada. De qualquer forma, nestas eleições em particular, e mais ainda nas outras que se seguem, experimento a sensação de não saber de todo para onde me virar. Dado que à medida que evoluímos, vamos regra geral, refinando ideais, concluo que, o problema não sou eu, ou as minhas eventuais indecisões. E mais não digo.
Até porque já ninguém tem pachorra para politiquices.
Vou só ainda, numa de conclusão, destacar pela positiva, os nossos Gatos Fedorentos. A César o que é de César...

Hoje o melhor é distância...

Recebida entre beijos, abraços, papeis, e um computador limpinho. Limpinho do lixo, e limpinho do resto. É o que se chama começar do zero... E ainda por cima acabaram as minhas férias, e é segunda feira. Sugiro que se afastem, se tiverem o azar de se cruzarem comigo hoje... Just in case... É que provavelmente, e sejam que horas forem, estarei na hora do perigo...

domingo, 20 de setembro de 2009

Estranho...

Estranho, como ás vezes, determinados acontecimentos, acontecem quando têm de acontecer, ou quando nós queríamos que eles acontecessem. Como se de alguma perdida coincidência se tratasse. Quem diz coincidência, diz caminho, percurso. As coisas sucedem-se de forma lógica, e articulada. A MRP, diz que não há coincidências. O meu Professor de Etologia na Faculdade, um lunático, cabeleireiro nos tempos livres, também dizia que os animais não têm instinto. E eu nunca acreditei nele.

Roubada...


A minha tarde de hoje foi roubada pelo melhor filme de amor de sempre. E foi muito bem roubada...


Das fidelidades...


Hoje, na Nós número 20, fala-se de fidelidades, ou melhor, de infidelidades. Aquele assunto, que dantes era de Homens, depois passou a ser de Mulheres, e agora é dos dois.

Tecem-se considerações tamanhas; umas mais profundas que outras. Ouvem-se opiniões, ideias, mandam-se bitaites, e por ai fora.

É um conceito estranho, ambíguo. Pode falar-se a diversos níveis, mas cai sempre, ou quase sempre nas traições. Nas traições entre amigos, nas traições entre casais, entre outras.

Para mim, fidelidade começa em mim mesma. Sou fiel a mim, aos meus princípios e vontades, antes de mais nada. Parece-me um bom ponto de partida para quem quer ser fiel aos outros, embora as pessoas pareçam não perceber isso.

Obviamente que, o conceito de mudança, de evolução, se encontra aqui subjacente, e podemos mudar opiniões, gostos e vontades, não deixando por isso de sermos fiéis a nós. Fiéis a nós implica conhecermos-nos a fundo, e seguir de acordo com os padrões em que acreditamos. Mas significa também que podemos mudar.

Parece-me que o conceito de fidelidade, no sentido de eternidade, perde aqui todo o sentido.

Eu, por exemplo, desde que me conheço que sou fiel ao bacalhau ( Poderia ter escolhido outro exemplo, é certo, mas é que gosto mesmo de bacalhau). Gosto, e julgo que vou gostar sempre, mas enfim, nunca se sabe . É que já fui fiel ao chá de tília, mas agora o de menta sabe-me melhor. Pode entretanto surgir outro que mais me satisfaça, who knows??

Nas relações penso que o pressuposto segue um pouco estas linhas.

No caso de amizades, a fidelidade não deverá ser posta em causa, pois, se o amigo for verdadeiro, pode surgir outro, que não é necessária substituição. Podemos ficar com os dois e ponto. Digo eu, porque há quem não pense assim.

No caso de uma relação amorosa, o caso muda de figura. Numa sociedade éticamente monogâmica, mas na realidade, poligama, nem que seja de circunstância, o conceito perde significado. Há tantas experiências, tantas pessoas válidas, tantas portas por abrir, que quem diz de boca cheia que vai ser fiel ao Manel, à Maria, à Felisberta ou ao Ambrósio, das duas uma, ou fala por falar, ou é pouco ambicioso. Não me parece prudente arriscar falar de futuro com certezas de causa, quando ele é tudo, menos certo.

A mim, como pessoa, e em todas as minhas relações, nos mais diversos âmbitos, faz-me muito mais sentido falar em lealdade. A esse, me comprometo. Sempre, e em qualquer situação. Importa o saber assumir o que se quer e o que se gosta, e também o que se deixa de querer ou de gostar.

E agora, sou fiel?? Não sei lá muito bem. Sei que nunca enganei ninguém ( aqui falo em enganos a sério, não daqueles querido comprei um casaquito de 10 euros, que afinal custou 100, entenda-se). Sei que já mudei de gostos. Sei que já amei pessoas que já não amo. Sei que quando estou, estou. Sentimentos que tenho não escondo, nem para o bom nem para o mau. Também não invento o que não sinto, isso então é mesmo escusado. Sou leal, pronto. Acho que podemos ficar por aqui. A mim, faz-me sentido. E a quem não fizer, faça o favor de me pôr na borda do prato.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Do dia, e das Dondocas...


O dia amanhece cinza claro. Pinga de mansinho e o meu corpo reclama. Ando sempre a pedir inverno, mas hoje não me apetecia. Sou do contra, já sabem.

Deambulo, no meu último dia de férias, não faço nada de jeito, mas às vezes também é preciso. Ocorre-me pensar. Penso em tudo e mais alguma coisa, nisto e naquilo. No percurso da minha vida, e por ai fora.

Passo no salão de cabeleireira, antro de mulherio desocupado, e irrito-me comigo mesma, por não gostar de estar ali. Esta gente anima-se, enquanto pintam unhas, cabelos e falam mal da vida alheia. Cada uma mais pirosa do que a outra, mas julgando-se umas Rainhas do Sabá. Não são, nem lá perto, mas enfim. Na saída, unhas rosa choque, e toucado mais alto do que a Torre Eiffel. É o que chega para julgarem que têm o mundo a seus pés. Têm é um bom poder de sonhar acordadas. Pronto, tá bem. Também não é mau.
Tenho azar. Para além de não me identificar com os ambientes, não simpatizo com mãos de cabeleireira. Mais uma coisa estranha, e só tinha a vida facilitada se simpatiza-se. Meia dúzia de tostões e estavam as neuras aniquiladas. Mas não, nada disso. Arranjar o cabelo, é com as minhas mãos. Não raras vezes, quando necessito efectivamente dos serviços de uma profissional, por motivos de corte, chego a casa e lavo-o de novo. Modéstia à parte, as minhas mãos são boas a arranjar cabelos. Que se há-de fazer? Cabeleireiras, por norma, não acertam no que eu gosto. E eu, sei muito bem o que quero, até no cabelo. Salvaguardo aqui, as abençoadas mão da D. J. Uma Senhora dos cabelos, num dos salões in da Lisboa, que frequentei nos meus tempos de estudante. Percebeu mal me olhou, que eu não gosto cá de penteados demasiado certos ou arrumados. Largava-me sempre au point. Ela e mais ninguém. Não sou Dondoca, e não me posso dar ao luxo de ir a arranjar o cabelo à Capital. Mas posso dizer que tenho pena. Embora as Dondocas também não me suscitem propriamente inveja. Viver à custa de alguém soa-me a estranho, pouco animado, e, pior ainda, a dependência.

Uma saltada no Oftalmologista, confirma-me o que eu já suspeitava à algum tempo. Necessito de óculos para trabalhar, ver TV, e escrever posts longos no meu blog. Há parte de ser um apêndice, e um apêndice é por norma dispensável, gosto de me ver de óculos. Dá-me um ar de alguma intelectualidade e eu gosto disso. Mais uma das minhas vaidades. Escolho uns bordeaux, que têm tudo a ver comigo.

Agora desfruto do final de dia, chuvoso, e cinzento. De manha irritou-me, mas agora sabe-me bem. Para quem já pensa que não sei muito bem o que quero, desenganem-se. Sei, perfeitamente. Às vezes falha é o contexto. Mas adiante. Sempre, adiante...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O meu coração. Não, não é um post romântico. Antes fosse...


Eu tento, juro que tento, mas o meu coração de mãe anda perdido algures numa escola perto. Tento racionalizar, mas em vão. O bandido volta e meia anda lá. Nem aqui me obedece o sacana. Segundo dia, experimento alguma tranquilidade, vá lá, vou no bom caminho.
Acidentes de percurso no estaminé, que me obrigam a uma passagem que eu julgava rápida. Não foi, paciência Deparo-me com incongruências tamanhas. Logo eu, que não as admiro nadinha. Enfim, adiante. Regresso e atafulho-me nas ultimas tarefas que tinha planeado para as minhas férias. Tenho o fantástico dom de terminar férias sempre a precisar de outras. Uma das minhas qualidades, portanto. Para além disso, faço sempre uma quinta parte do que tinha planeado. O meu sentido de organização, concluo, é também fora de série. No meio de roupeiros, roupas e afins, eu e mais uma das minhas qualidades, uma poderosa alergia aos ácaros, damos um ar de nossa graça. Espirra para aí no meio da trapagem, que é castigo para quando dizes à boca cheia que tens pouca roupa. Diz lá isso agora, vá, vá ( Isto é a minha consciência, caso ainda não tenha percebido. Só ela tem o direito de me falar assim)...


Quase me perco no tempo, no meio de malas, casacos, chapéus, e outras delicias; o que significa que já me consegui desligar um pouco do rebento.

Acordo para a vida, pouco antes da hora de o ir buscar. Perguntas da praxe; tudo tinha corrido bem. Aprendeu isto e aquilo, teve Inglês e Desporto. Guardo para o fim o pior. Gosto de começar pelo bom, ao contrário da maioria das pessoas. O almoço... À parte dele ser um terrível comilão, uma das minhas aflições é sempre essa. Uma fraqueza, admito. Também tenho direito. Comeste amor? Pergunto meio ansiosa... Sim mãe. Sopa, peixe. Só não tive direito a sobremesa... Não?? Porque filho? Não sei. Era pêra, e não me deram...
Fiz um esforço, e o meu coração não ouviu esta. Liga o avô, e a história é rebobinada pelo pequeno. Desliga. Passado cinco minutos o avô liga de novo. Filha, o menino não teve pêra, sabias?
Siiiim pai, eu sei que ele não teve pêra... Modos que é isto...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tempo

Paro, e irrito-me com a palavra tempo. Temos a ideia que é nosso, mas tolda-nos a alma, como nada. Irrita-me especialmente a falta dele para fazer algumas coisas que quero. E o excesso dele quando espero.

Umas verdades duras...


Eu, euzinha que passo por aqui a vida a dizer mal dos nossos sócios, tenho de dar a mão à palmatória. Nós, Mulheres, somos isto e aquilo, normalmente adjectivos abonatórios das nossas capacidades e predicados. Somos sabichonas, inteligentes, patatí, patatá, rebeubeú pardais ao ninho. Somos as Rainhas da Cocada Preta, dominamos o mundo masculino, e arredores.

Mas somos isto tudo, e ainda umas totós de primeira apanha. Inteligentes, são eles, que sabem muito bem o que fazer e quando fazer para manter aqui o mulherio no belo do banho Maria.

E dizem-me assim, estou tão contente... Nem sabes o que ele me fez... Pois é, fez. E disse, de facto. Na Hora H, no dia D, no momento M. Ou seja, quando tinha de ser.
Vá meninas, rendam-se ás evidências. Na maioria das vezes, somos nós as patetinhas e eles os que sabem o que fazem. E quando e onde, e sempre, sempre com um único objectivo. Manter o Mulherio ali. E eles ali e acolá, e onde bem lhes apetecer. Essa é que é essa...

Das mudanças...


Mais uma vez, das mudanças dos tempos.

No meu primeiro dia de escola, cheguei pela mão não sei de quem, mas da minha mãe não foi de certeza, porque ela trabalhava fora da aldeia onde morava, e não tinha cá tempo para essas coisas. De resto, acho que só conheceu a minha professora primária na altura das matrículas ( tentativa), e depois disso pouco mais a viu. Talvez da minha avó, sim, deve ter sido isso. A matricula foi feita numa outra escola, pelas mãos de uma amiga da família, que, à revelia da Professora da aldeia, me matriculou, apesar de eu só completar os 6 anos em Outubro. Não era obrigada, e não queria aceitar-me. Foi obrigada na mesma, pronto, para não se armar em esperta logo à partida. Levava uma mochila, um lápis, um caderno. Não havia livros para mim, pois eu não estava prevista, e naquela altura os livros eram trazidos não sei de onde pela Professora. Foram distribuídos pelos meninos, os livros e o restante material. Almofadinhas de picotar, e mais umas coisas que me recordo. Por mim, nada. Nem havia lugar na sala destinado à minha pessoa ( sim, ninguém parecia perceber isso, mas eu era uma pessoa), pelo que tive de me sentar numa mesa de lado.

Não me lembro de chorar, ou coisa assim. Hoje, à distância, percebo que já existia por ali uma personalidade tramada. No meio da aldeola, perdida na serra, era eu que impulsionava alguns movimentos de animação, como esconder materiais alheios ( se calhar era a minha revolta de ter sido deixada para trás; sim, devia ser isso), ou trancar alguns mais pacatos nas casas de banho, a ver se espevitavam. Não espevitavam nada, e eu levava no nariz, mas pronto. Pelo menos tentei :)

Passado este episódio inicial, o meu percurso foi normal. Não fiquei traumatizada, e fui das poucas que segui um percurso escolar fora. Eu e mais duas ou três.

Hoje, tudo é deferente. Pela manha, alombo com quilos de materiais do pequeno, devidamente etiquetados para a escola, com uma respectiva caixa de arrumação. Todos os livros já estão cá em casa há tempos, e já estão devidamente encapados.

A escola, está munida de aquecimentos centrais, pisos radiantes, quadros electrónicos ( ao invés de um aquecedor a gás, que só se ligava quando já quase nevava, e um quadro a giz, velhinho velhinho...), mesas e cadeiras adaptadas, e uma professora disponível, querida um amor. Teve sorte o meu rebento.

Acabo por concluir que, se na vida tudo fosse lógico, eu seria agora, sei lá, uma qualquer mendiga ( exagerando, obviamente, mas porque não quero depreciar qualquer profissão), e os meninos de hoje, seriam todos Senhores Doutores disto daquilo ou da outra coisa.
Não é assim, de facto. Existem por aqui uns meandros...
E concluo ainda que, ao contrário do que por vezes se diz por aí, nós não traumatizamos assim ás primeiras. Temos capacidades, de adaptação, de resiliência. Somos seres adaptados e adaptáveis. E ainda bem que assim é...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Do dia...

Li num blog que muito estimo, que a vida é feita de coisas boas. Para depois podermos enfrentar as más. Grosso modo falando, porque o artigo é deveras mais profundo.
Concordo, e tento o melhor que consigo fazer isso com o meu rebento.
Oiço frequentemente os tais conselhos que se dizem sábios. Do faz assim e faz assado. Do impõe isto e aquilo. Do não faças desta maneira, faz daquela.
Com o padrão de acção que me faz sentido, faço pouco do que me dizem. Faço muito do que acho bem.

Hoje, o dia é particularmente emotivo. Apresentação à nova professora, lista de material para comprar. Sensação mística de caminho a ser percorrido e de melancolia, por um conjunto de coisas que me vêm à cabeça.

Logo após as apresentações, rumamos ao Mc Donald's. É de plástico? É. Faz mal? Faz. Não me importa lá muito, porque controlo as vezes que lá vamos.
Depois, compras. Um cesto cheio de vontades feitas, dentro do razoável, obviamente.
Um sorriso de orelha a orelha, que hoje, especialmente hoje, me faz sentir feliz.

Porque são momentos únicos, para festejar, para viver, para partilhar o melhor possível.
Porque se estes nos passam ao lado, não sei o que andamos cá a fazer...

:(


Pela carreira, irrepreensível;
por me fazer sonhar até à exaustão, numa altura em que isso ainda me era possível;
por me fazer acreditar que existiam Homens capazes de nos fazer felizes só com o seu amor ( aqui enganou-me, mas está perdoado);
por me ter proporcionado tardes e tardes de emoção a vê-lo dançar;
porque marcou a minha adolescência de forma vincada.
Deixo um louvor, como não podia deixar de ser.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Das revoltas...

Existem dois tipos essenciais de revolta, entre outros estados intermédios, como em tudo...
Com revolta, não quero dizer necessariamente revolução. Uma manifestação contra, por exemplo.
Falando aqui, somente das essenciais, distingo a revolta fundamentada e coerente, da revolta só porque sim. A fundamentada, assume-se como uma revolta positiva. Nunca está tudo como pensamos, obviamente, e é normal que discordemos com isto ou aquilo, e que nos manifestemos na defesa dos nossos ideais. Porque assim nos faz sentido. Ainda bem que existe, pois é um dos grandes mobiles do Mundo.
Depois, existem as revoltas só porque sim; só porque não há nada mais interessante para fazer, só porque nos apetece refilar, só porque é giro discordar, pois dá um ar de intelectualidade, ou simplesmente porque se é mau feitio, e é muito melhor discordar do que ficar calado. Põe-se uma cara austera, um ar de superioridade, et voilá. Já que não fazemos mais nada, assustamos o pessoal.

Hoje assisti, ao vivo, em directo e a cores a um destes revoltados. Contra isto, contra aquilo, contra tudo e contra todos. Não se sabe lá muito bem o que se diz, nem porquê, nem o que deveria ser mudado, mas enfim, fala-se.
Pela minha parte, parece-me que estas revoltas vêm de gente com capacidade de falar mal, mas sem grande capacidade de acção ou argumentação. É assim. Não se pode ser bom a tudo...
E engraçado (ou sem graça nenhuma), que se olharmos em volta vimos tanta dessa revolta por aí...
E é que se a outra mobiliza, esta estanca. Como dizia o nosso amigo fedorento; falam falam, falam falam, falam falam...

Das decisões...

Eis que me encontro no meio de uma dilema. Não daqueles de extrema importância, pois nesses normalmente sou pronta. Mas ainda assim um dilema. Se há coisa que me tira do sério são indecisões. Situações em que devidamente pesados os prós e os contras fico mais ou menos... na mesma. Porque de um lado pesam umas coisas e do outro pesam outras. Mas ambas pesam, ambas são coerentes, cada uma de sua forma. Voltando a frisar que a decisão aqui é importante, mas não extrema, transporto-a a outras situações mais determinantes da minha vida. E relembro as indecisões que já tive, e, consequentemente as escolhas que efectuei. Que à parte de serem certas ou erradas, nunca saberei se foram a melhor opção, porque só conheço a que escolhi. É o desconhecido inerente à vida... De qualquer forma, e por mim falo, nas escolhas dadas à partida, óbvias, um fracasso não me custa em demasia. Não ponderei, só poderia ser aquele o caminho. Quando existe ponderação a sério, um fracasso custa-me mais a roer. Põe em causa a minha capacidade de análise e de tomar decisões. Enfim, uma mania talvez.

De qualquer forma, tenho um lema de acção, que até hoje, se me apresenta como o mais válido. Utilizo o coração sobre a razão, na maioria das vezes; e sempre, ou quase sempre as minhas razões em detrimento de opiniões alheias. Mania que sabe tudo, dizem alguns. Mania que sei o que é melhor para mim, digo eu e o malvado do meu nariz empertigado.

domingo, 13 de setembro de 2009

Dos sapatos...


Hoje falo de sapatos. Porque encontro um artigo interessante, alusivo ao tema.

Gosto de sapatos, confesso. De botas, de botins. Amo sandálias e tudo o que deixe o meu pé respirar com elegância. Diz que Freud não explica. Pois, não há explicação, e Freud decerto teria mais onde se debruçar, do que em manias femininas. Pelo menos destas.

De qualquer forma, e perdoem-me as aficionadas, não sofro do mal. Gosto de sapatos como gosto de malas, como gosto de casacos, como gosto de chapéus, como gosto de jóias. Gosto, em suma, de tudo o que me faça sentir feminina. Uns Louboutin, postados numa toilette sem estilo, não me parece que façam milagres. Logo, valem o que valem, mas não valem tudo. O contrário já não se aplica, sendo que é perfeitamente possível um mau sapato estragar toda uma indumentaria. São importantes pronto, não posso negar.

Entendo quem gosta, quem ama, quem possui centenas, que eu, se pudesse também possuía, como também possuiria tantas outras coisas. Mas não lhe atribuo mais magia do a qualquer dos outros artefactos femininos que referi; todos são mágicos, fazem parte do meu mundo, e teria dificuldades em viver sem eles.


sábado, 12 de setembro de 2009

Uma dúvida...



Julgo que nos ajustamos em prol das nossas necessidades. Hoje não estou completa. Ocorre-me pensar que a felicidade se encontra nos caminhos. Não sei é se será bem isso, ou se penso isso porque ainda não atingi o que quero, e necessito de um qualquer subterfúgio.



Pensamento...

"Voce deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo"
Mahatma Gandhi
E seria tão bom que o mundo pensasse assim...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Do fanatismo... Porque hoje o dia também é propício...


Sayed Pervez Kambaksh, diz-vos alguma coisa? A mim, não dizia. Passou a dizer-me hoje, quando descubro que foi condenado à morte por Juízes religiosos, no Afeganistão, por lutar pelos direitos das Mulheres. Foi livre da sentença, pelas mãos do Presidente Afegão.


Admito que o peso cultural de determinadas práticas seja difícil de quebrar. Admito que as pessoas tenham de se refugiar nas religiões para criarem sentido à vida. Admito que se auto-punam, se assim o entenderem. Admito que rezem, que peregrinem, que façam o culto de quem muito bem entendam. Não admito que o façam comigo, mas aceito que preguem a palavra em que acreditam.


Repugno, totalmente o fanatismo religioso, e o que isso acarreta em termos Humanos. Custa-me a aceitar, que no séc. XXI, se assista a atrocidades sobre gente; revolta-me que nos Países Muçulmanos, as Mulheres sejam tratadas sem respeito, sem dignidade, sob o culto de uma religião, que mais não é do que manipuladora de massas. Como todas, ou quase...


Não vou aqui emitir pareceres sobre o que acredito, ou deixo de acreditar. Não vem ao caso, não importa. Até porque as nossas crenças, podem não ter nada a ver com movimentos religiosos.
Venho só dizer que a mim, a palavra religião, soa-me a crueldade, vezes de mais.

Retornos...

Hoje, pela manha, passo por uma senhora. O lenço na cabeça, deixa adivinhar uma falta de cabelo considerável, isto se ele ainda existir. O ar, sereno, calmo; passo tranquilo e regular. Não consigo exercer a minha habitual invasão de mentes. Não consigo dimensionar o que sente, tal deverá ser a devastação. Isto de entrar em mentes alheias, com alguma fidedignidade, exige que já se tenham experimentado diversos tipos de sentimentos. A fim de catalogar, de perceber. Quando nos é de todo estranho, não é possível.
Mas adiante. O certo, é que a Senhora me fez recordar episódios da minha vinha. É inevitável, quando vejo alguém fustigado por uma das mais temíveis das doenças, relembrar-me o que vivi ao lado da minha querida avó.
Ainda não falei dela por cá, porque não consigo, e ainda não é hoje que o vou fazer. Mas vou falar do IPO. Um sítio que reacende a importância do sorriso.

Frequentei o IPO de Lisboa, como acompanhante. Estudava na faculdade, e era eu a mais próxima, sendo que, as tarefas de acompanhamento eram deixadas a meu cargo.
Admiro, do coração as gentes que por lá trabalham. Nunca, em mais nenhum lado, encontrei pessoas tão dadas, tão disponíveis, tão prontas. Todas, desde as Recepcionistas, ás Enfermeiras, aos Médicos e aos Voluntários. Um sorriso nos lábios a cada dúvida, a cada pergunta, a cada anseio.
Pelas salas, encontram-se cenários diversos. Pessoas sozinhas, filhos com pais, e o pior de todos, pais com filhos.
Acho que quem por lá trabalha, que decerto já o fará, porque tem alguma vocação para o fazer, desenvolve um qualquer tipo de altruísmo, que se torna de tal forma intrínseco, que toda a ajuda parece sair com naturalidade.
Deixo um louvor. Porque me parece, mesmo desconhecendo o sentimento por dentro, que há parte das famílias e dos amigos, uma boa equipa, que acompanhe, que ampare, poderão ser as responsáveis pelo ar de calma, que estas pessoas conseguem manter. E se for uma calma apenas aparente, reitero o que digo. Porque aí, esta ajuda será ainda mais preciosa.
E porque me ajudaram. A mim e a alguém muito querido.
Já sabem, que em todo o lado admiro um sorriso. E há lugares onde ele quase que faz milagres :)

Sexo e a Cidade 2


Sim, sou daquelas que vibrava com o sexo e a cidade. Como de resto, quase todo o mulherio. Consta que vem por ai um novo filme. Já vislumbrei umas fotos, e confesso que fiquei assustada. A minha predilecta, sempre foi a Carrie. Pela postura, porque escrevia, e, acima de tudo pelo que vestia. Já na série, mas principalmente no primeiro filme, a indumentaria era fantástica. Roupas escolhidas a dedo para ela, elegantérrimas. Agora, num blog aqui ao lado, e depois numa busca exaustiva, na tentativa de me tranquilizar, que fez tudo menos isso, descubro uns trajes que nem me apetece comentar. Rendas, folhos, uma mixórdia um bocadinho a dar para o descoordenado.
Nem vou postar nada disso por aqui. Na esperança que haja mudança...
Deixo uma dos tempos áureos. Boas memórias...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Das expressões...


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se as expressões. Pôs-me a pensar, o novo filme da Disney Pixar. Up - Altamente.

Altamente, era uma expressão frequentemente utilizada na minha adolescência. Entretanto substituída por bué de fixe, que perdoem-me a franqueza, mas ouvido, só me lembra mesmo é muitos peixes. Mas enfim, adiante.

Engraçada esta gíria que os jovens utilizam, usam e abusam, e entretanto cai em desuso, e, muitas vezes se desvanece. Como tudo na juventude, pronto. Vem, ganha-se uma febre, vive-se intensamente durante um tempo, e desaparece, ou quase.

Existem algumas que me marcaram e com as quais sempre simpatizei. Umas da minha adolescência, outras já da minha adultez. Da adolescência, o altamente, é mesmo uma delas.
Como também Miúda, para designar as raparigas ou até as namoradas. Lembro-me de, aquando da minha entrada na faculdade, o Miúda ser substituído por Dama. Já não me apanhou, mas confesso que adorava o pressuposto. Oi Borrachinho. Uma das que eu amava. Era linda, um amor, uma ternura. Desapareceu num instante, para dar origem à vulgar e depreciativa Boa como o Milho; teve origem, não sei bem como, mas a minha adolescência foi marcada por ela. Hoje, ainda se usa, mas muito menos; digo eu... Surgiram entretanto o Podre de Boa, o é Carapau ( esta, confesso que nunca entendi muito bem; ainda se fosse sardinha, talvez entendesse, agora carapau), e por aí fora. Nenhuma delas, diga-se em abono da verdade, muito animadora.
Nós mulheres, também já designamos os nossos queridos sócios de várias formas. Ainda me lembro de quando eram um Pão. Comigo, que até gosto de pão, a coisa até fazia sentido, verdade seja dita. Hoje em dia, já há um tempo que não oiço essa expressão. Oiço outras, como aquele ali é um Charme. Mas esta ainda não descobri bem, se a uso e oiço só porque estou a ficar velhota; se calhar até já se usava antes, e eu não sabia o que isso era.
Mas convenhamos que, seja qual for a razão, Charme, é uma palavra muito mais gira, embora nem seja considerada gíria...
Para o estado de alcoolismo, deparamos-nos também com diferentes termos em diferentes épocas. A minha avó, aquando das chegadas do meu avô a casa, mais pingado do que o costume, rematava de imediato com um estás bêbado que nem um cacho. Lembro-me de alturas em que se dizia apanhou a piela, para designar o excesso da pinguita. Agora, oiço uma estás com uma grauzeira do pior, ou ainda estás cá com uma tosga... Todas muito lindas, como devem constatar.


E existem muitas outras, algumas delas focando determinadas partes do corpo masculino e feminino, nas quais não me vou perder, pronto. Porque o meu blog é um blog muito sério :)

De qualquer forma, e só para que saibam, o Up, é mesmo altamente. Uma história de ternura, amizade e umas boas gargalhadas.
E já agora, para alguém eventualmente curioso, não, desta feita não fui sozinha. Fui devidamente acompanhada de duas melguitas e da minha amiga C. A minha amiga C, que em tempos seria apelidada de marca caixote, ou ainda roda baixa. Mas vá lá, tem sorte. Como é nos dias de hoje só tem a terminação inha...

Os ombros lá em cima...


A nova moda, eleva-nos os ombros até ás alturas.

Lembro-me de, em adolescente, ser uma das tendências que menos gostava. Porque me sentia demasiado emproada, elevada, pronto.

Hoje, adoro de paixão. As pessoas mudam, portanto, eu bem digo.

Ainda não me debrucei bem para descobrir se mudei apenas a forma de vestir, ou se os ombros lá no alto me lembram uma qualquer patente, e me fazem sentir poderosa :))
Vou pensar nisso...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Parabéns amiga T


A minha amiga T, faz anos hoje. Está por terras alfacinhas, e invejo-a particularmente por isso, no bom sentido, obviamente. É um Calcanhar de Aquiles que me persegue. Não sei se eternamente, se até eu mudar de ares. A ver vamos.
Uma Senhora lutadora, que sonha com os pés assentes terra. É cá das minhas, portanto. É uma das parolas, e tenho um enorme carinho por ela. Deixo-lhe um beijinho, e uma prendinha aqui ao lado. Tenho só de lhe dizer, que tenho o péssimo hábito de comprar prendas ás minhas amigas, e muitas das vezes fico com elas. E compro outra para substituir. Com esta que aqui deixo, não sei que faria... Ou sei e não digo :)))
Bom dia para ti amiga...

Das escolhas...

Lembro-me de em criança gostar de ir ás compras ao supermercado. Hoje, é das coisas que melhor dispenso. Por tudo o que acarreta. Incluindo eu ter de levar as compras para um terceiro andar sem elevador. Enfim, apartes.
Mas o que me desmotiva mesmo é a cara das gentes. Da maioria com a qual me cruzo. Olhares de infelicidade, de passividade de cansaço explícito.
Hoje, na fila do talho, apanho um casal com dois filhos. O marido com ar de quem usa as calças da casa, e ainda de quem abusa do poder que elas lhe dão. Põe e dispõe do que se compra, sem qualquer consulta, sem qualquer partilha. Ela, olhos vazios, completamente. Não transmitiam nada. Nem sequer tristeza. Passividade, talvez. Sim, talvez seja isso. Até mesmo perante os filhos que trabucavam de forma acesa e chamativa. Nada... Nada mesmo...

Esta minha vertente analítica de andar pela rua a analisar as mentes alheias não é boa. Percebo desgraça a mais. Não dou sinais, como é lógico, mas por dentro fico tudo menos indiferente.

Cada um escolhe o que quer, diz-se por aí. Não sei se será bem assim. Duvido muito que aquela mulher tenha escolhido aquilo. Ou então escolheu e escolheu mal.

De férias. Desta feita muito por cá...


Marquei uns dias de férias. Para fazer o acompanhamento ao meu rebento que vai para a Escola para a semana. Primeiro ano, primeiro ciclo e uma (aparente, pelo menos) vontade em aprender tudo e mais alguma coisa. Os antecedentes familiares, não são lá grande pistola. O avô materno, era dos que levava a fisga no bolso de trás, mas deixava o caderno dos deveres lá por casa; porque esse, não fazia falta nenhuma. Há parte disso, amava a escola de paixão. Só isso pode justificar, que em todos ou quase todos os anos lectivos, quisesse repetir :). Vá lá. Acordou para a vida já em adulto, e marrou durante largos anos, já com vida feita e família em casa, a fim de atingir os objectivos. Conseguiu, e hoje admiro-lhe a força tardia que ganhou.
Do lado do pai, a coisa piora consideravelmente, sendo que nenhum dos membros tem um percurso académico de referência. Vale aqui a mãezinha ( modéstia à parte) a madrinha C e a prima T, que até se desenrascaram mais ou menos. Escolheram umas profissões de muito trabalho e pouco dinheiro, mas fazem-nas de alma e coração. Já não é mau. O rapazito leva doses industriais de convivência connosco, todas em conjunto. Pode ser que surta efeito. Ou isso, ou fica de tal forma abalroado por este mundo feminino que o circunda, que fará tudo ao contrário. É que o sacana é do contra. Bom, a ver vamos.

Por ora, estou rodeada de livros de Joaninhas, mochilas dos Transformers, lápis e borrachas e, a parte pior, papel autocolante. Não sei que se passava convosco. Mas na minha infância a tarde destinada a encapar livros era um tormento. A minha mãe, armava-se de boa vontade, mas a habilidade fiava perdida ao Deus dará. Eu, menina, gostava dos livros bonitinhos, e tinha de levar com uns cheios de vincos e bolhas de ar. Uma beleza.

Mas enfim, adiante. Vou deitar mãos à obra. Se virem por ai alguém no meio de livros, papel autocolante, lápis e afins, com um ar alucinado, não se assustem sou eu. O meu pequeno para bem ser, também há-de lá estar. Pelo menos a ajuda já foi requisitada :)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O dia...


Foi há oito anos, e um dia feliz. Houve momentos bons. Outros nem por isso. Houve partilhas, um filho, pedaços da minha vida. Não lhe guardo rancor. Nada disso, até porque ele foi o meu grande amor. Não terei outro igual, porque não é possível amar aos 30 como se amou aos 18 ou aos vinte, ou aos 25. Foi aquele que julguei perfeito. Hoje já não acredito em perfeições. Foi aquele a quem me dei de corpo e alma. Hoje, posso dar o meu corpo, mas a minha alma não a dou a ninguém. É minha para sempre. Foi nele que depositei a minha felicidade. Hoje guardo essa tarefa maioritariamente para mim. Foi a única pessoa que me fez sentir dependente. Hoje, repugno esse sentimento até à exaustão.
Não tenho aquela sensação terrível de que perdi tempo. Não gosto dela, e, felizmente não a sinto muitas vezes. Sinto que evolui, que cresci. Ganhei características que não consigo catalogar, e que vagueiam dicotómicamente entre o bom e o mau. Não me desiludo frequentemente, porque também não me iludo. Não me entrego inteira, porque me defendo. Não sonho sonhos impossíveis, com pessoas verdadeiras, porque me recuso. Vejo com muito mais clareza. Aprendi que o nosso coração é a coisa mais traiçoeira que temos no nosso corpo. Porque nos empurra, e vence vezes de mais o nosso intelecto. O meu, vencia. Agora, já não vence assim ás primeiras. Pelo menos por knock-out. Porque a minha mente não deixa. Se é bom, ou mau, não sei lá muito bem, mas também tou-me a borrifar.
De qualquer forma, o dia e muitas outras coisas, ficaram minhas para sempre. Felizmente, não me lembro do dia do fim.

O Jornal I


No passado fim de semana, comprei, pela primeira vez, o I. Gostei, da estrutura global, e percebi, que também aqui, como em tudo na minha vida, o descobri tarde. Tenho um certo Karma em fazer descobertas tardias, mas enfim, adiante.

Perdi-me definitivamente, quando me deparo, nas páginas centrais, com um artigo sobre famílias, educação e relações, de um Senhor da Psicologia.

Um Senhor, de nome Eduardo Sá, que consegue manter posições claras e adaptadas à realidade dos nossos dias de forma justificada e devidamente fundamentada. Porque consegue transpor para palavras concretas e de possível acção, problemáticas da nossa sociedade. Porque nos transmite uma capacidade de luta considerável na busca da nossa qualidade de vida.
Mas adiante outra vez. Gostei. Da estrutura, do agrafo no meio, que dá um jeitão, e de muitos dos artigos que li, que não vou falar agora. Falei da Prata da Casa, pronto. Perdoem-me lá esta humilde fraqueza.

Uma novidade, para quem, nos últimos tempos já não sabia muito bem o que ler em matéria de jornal. Entre as facadas e paulitadas de um, as politiquices de outro, enfim. Não é um jornal típico de notícias. Parece-me um jornal actual, e com temas de interesse. Há parte de ainda ser uma primeira impressão, com validade limitada, como todas as primeiras impressões, agradou-me. Já fazia falta esta lufada de ar fresco.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Definitivamente...

Definitivamente, rendo-me ás evidências. Percebo de cozinha, de doçaria; percebo de livros, de animais, de música; percebo de velhinhos, de criancinhas, de gente chata, chatinha e assim assim; percebo das paranóias alheias ( as minhas, aguentem os outros com elas), de frustrações, de lamentações; percebo de muito mais coisas, mas não pesco lá muito de informática. O post que acabei de escrever há dois escassos minutos, ficou, à minha revelia, dois ou três post aqui a baixo. Porque era um rascunho, que não consegui transportar. Sou naba, não sei se já perceram. Ide espreitar, ide... Ali, só um cadinho mais a baixo... Aquele da cultura. Sim porque eu sou mesmo indicada para falar nisso. Eu, e a minha cultura informática, como não poderia deixar de ser :)))

domingo, 6 de setembro de 2009

Parolas...



Encontro de parolas... Cada vez mais parolas, não há hipótese. Apetece-me deixar só uma mensagenzita a todas, e a mim também, para reler nos momentos de fraqueza... Just be your self... Primeiro que tudo, e antes de mais nada...

Da hipocrisia...

"Não é que eu seja anti-social. Mas detesto hipocrisias. E a vida social de quem detesta hipocrisias fica muito limitada." Pedro Mexia ( Roubada da C., que roubou ao PM)


Tenho dias em que me apetece isolar-me do mundo. Porque a hipocrisia dos que me rodeiam transcende-me, e, embora não a consiga eliminar, também não a consigo suportar. Gente que me cerca carregada de jogos de interesses e de faz de conta. Conheço o suficiente do mundo para ter consciência de que o isolamento não é o melhor remédio. Mas confesso que também não me emerge nenhum verdadeiramente eficaz. Tento não entrar nestes jogos de fantasia falsos e desleais. É mais uma na minha vida onde escolho o caminho mais difícil. Mania dos trilhos complicados, não há hipótese.

Alturas há em que me orgulho. Outras existem em que reconsidero, e quase me julgo burra, de tanta hombridade neste mundo de cão.

Da cultura e afins...


Já tinha escrevinhado sobre esse assunto. Hoje, resolvi desenterrar o rascunho, pelas mãos de um comentário que recebi que vai de encontro ao que sinto.

Preocupo-me com educação, enquanto mãe, enquanto profissional, enquanto pessoa. E sinceramente, quando me debruço a sério sobre as nossas crianças e jovens fico apreensiva com os caminhos que escolhem. E fico apreensiva, porque me parece que na nossa sociedade existem prioridades trocadas. Os pais de hoje, por motivos de diversas ordens, incutem valores e objectivos, quanto a mim, completamente desproporcionados ás necessidades do ser humano. Porque o materialismo substitui os sentimentos, a vaidade impera, o fim é ter cada vez mais, e não ser cada vez melhor. As profissões que ambicionam os nossos pequenos, são jogador de futebol, ou modelo, ou qualquer coisa de bem, onde pouco se faz pela Humanidade, mas onde muito se ganha. E onde o prestígio é palavra de ordem. Longe vão os tempos em que bombeiro ou polícia faziam os sonhos da pequenada, porque se salvava gente... É muito mais provável um adolescente saber quem é o Cristiano Ronaldo ou um Angélico, do que saber o que faz António Damásio, ou até, quem sabe, quem é o nosso Presidente da República. É mais do que certo, que exactamente a esta hora, se encontre uma percentagem considerável do País a jogar Playstation. Talvez uma meia dúzia jogue xadrez, e pouco mais estejam a ler um livro...

E o problema central, nem me parecem os interesses dos adolescentes, mas sim a banalidade com que se encara o assunto. Os jovens seguem os caminhos que sempre seguiram, fazem escolhas de jovens, têm interesses de acordo com essa idade. Mas precisam de uma voz de orientação. E o problema, é que não raras vezes, as vozes que ouvem (quando as ouvem) não são condutoras do bom caminho; porque os valores vigentes estão desfasados, perturbados, inversos.

Porque não é fácil o caminho do esforço, do conhecimento, da evolução. Porque é muito mais fácil o do facilitismo, da ignorância, do estático...

As pipocas...

Tenho sempre umas histórias de giras ao Domingo, para começar o dia em beleza. Manha, bem cedo, tento aconchega-lo mais um pouco, e acima de tudo que se mantenha mais uns minutos em silêncio. Ocorre-lhe cantar qualquer coisa parecida com Era uma vez as pipocas tagarelas, tão estaladiças, não se calam elas. Lálalalala... E ainda consegue chamar tagarelas ás pipocas. Um desbocado este meu rapaz.
Bom Domingo...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Do dia...

O dia amanheceu cinzento, na sombra de uma TPM nada usual. De inicio não prestei grande atenção, mas à medida que avanço começo a notar traços de irritabilidade pouco frequentes. Por vezes desdenho em coisas que me parecem pouca lógicas. Sou céptica, por norma. É um defeito, entre tantos que me assistem. Hoje pus em causa as minhas próprias verdades, quando começo a pensar que o mau atrai o mau. No seguimento da TPM, veio o degredo do estaminé. Falhou a água, o PC apanhou vírus, uma qualquer gripe, sei lá. O tonner da fotocopiadora acabou, e para culminar a NET pifou. Tudo quanto comecei hoje, ficou pelo meio. Não gosto de coisas inacabadas. Gosto de começar e terminar, como manda a lei. A neura apoderou-se de mim, e instalou-se, de mansinho, mas vincada. Malvada, tinha de sair a mim.
Valeu-me a boa disposição de uma sábia que já por cá nada há uns anitos. 96, diz o Bi, que exibe com orgulho. Não sei de onde nem porquê surge a conversa das mulheres que ficam viúvas. Diz ela, do alto da sua sapiência, que viúvas e divorciadas rejuvenescem 10 anos, no espaço de seis meses (deve ser essa a justificação para o meu maravilhoso estado de conservação), logo após o período de rescaldo, portanto. Os Homens, funcionam ao contrário. Durante o casamento, ajuntamento, ou o que for, perfuma-se, olham de soslaio para a galinha do lado, deitam a unha se puderem, e se não puderem tentam outra. Mas se a galinha lá da capoeira leva um chá de sumiço, principalmente se for um chá definitivo, que os deixe sózinhos antes do tempo, acabam, devagarinho; perdem-se do mundo.
Conclusões: Os Homens são dispensáveis, nós somos essenciais.

E o dia assim até acabou mais ou menos.

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