segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Do ciúme...

Hoje, algo me motiva a falar de ciúme. Mais um tema de carácter forte, que conheço de perto. De perto demais. Se o que falo no post anterior me soa a Humano e a normal, já este, entra por caminhos sinuosos que abomino até ao limite. Há quem tolere o superficial, aquele que se diz o sal das relações, o saudável, como ouço chamar. Eu prefiro salga-las de outra forma, e confesso que tudo quanto circunda o ciúme me faz mal.

Percebo outras abordagens; entendo quem lhe ache piada, porque de resto, não sou crítica na minha natureza, e admito perspectivas diferentes da minha. Oiço, não raras vezes, Mulheres orgulhosas do ciúme que provocam nos seus companheiro. Ouço-as, e pronto. Confesso que, e embora não as critique, também não as entendo.

Porque para mim, Amor e ciúme não andam de mãos dadas. Amor anda de mãos dadas com sinceridade, lealdade e franqueza, para além de outras coisas, obviamente. E se, eventualmente o sentimento de amor deixar de existir, o que quer que fique, deverá andar de mãos dadas com esses princípios também. Se assim for, o ciúme não faz qualquer lógica.

O ciúme, não passa de um sentimento de desconfiança do outro, de posse sobre ele, e de controlo dos passos de quem não nos pertence. O onde foste, com quem estiveste, e porquê, são perguntas que, e há parte de poderem ser feitas de forma banal, podem também ter uma carga de ciúme encastrada.
E é exactamente aí, que começo a ficar arrepiada. Quando o controlo e a manipulação assumem o comando, e a pessoa controlada perde a liberdade, quase sem dar por isso. Porque o ciumento, é por norma discreto, e subtil. Incute a sua carga de pressão, muitas vezes de forma dissimulada, e quase irrepreenssível.

E falo aqui do ciúme mais pacífico, porque nem ouso entrar no mais sério, onde o controlo e a desconfiança, entram no domínio da verdadeira obsessão, e transformam a vida do casal num tormento constante e castrador.

E perguntam vocês, e muito bem, se esta aqui armada aos cucos nunca sentiu ciúmes; esclareço-os de imediato, dizendo-vos que já senti, sim senhor, em tempos. Quando a idade não me permitia mais, e o moço que tinha a meu lado era cobiçado pela Escola e arredores. Eu, na minha insegurança, e julgando, na inocência da idade, que podemos ser donos de alguém, açambarcava-o com um orgulho de menina pateta. Como se isso o segura-se a mim, se ele de mim quisesse fugir...

Hoje? Hoje não sinto, de todo. Quem estiver a meu lado, que esteja por querer. Porque se não quiser não precisa de estar. A porta da minha vida está sempre aberta para quem dela quiser sair. E reservo-me a mim mesma os mesmos direitos.

E parece-me que nesta abordagem, o ciúme perde o sentido...

3 comentários:

  1. Assino por baixo :):):) palavra a palavra.

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  2. Já vivi relações em que tinha ciúmes doentios, em que era alvo de ciúmes doentios, em que não existiam ciúmes e as com ciúmes aceitáveis (será que assim posso dizer, aceitáveis?)mas nunca vivi nenhuma em que nunca sentisse em alguma altura nem que fosse uma ponta de ciúme.
    Também não sei se gostava, apesar de concordar com o que li.
    A relação que tenho, sinto alguns ciúmes, sou alvo de ciúmes, mas nunca limitei nem me senti limitada por tal. Gosto da minha liberdade, não admito que ma tentem tirar, nem retiro a liberdade a ninguém. Tudo está bem quando determinados limites não são ultrapassados, penso eu. Esses limites é que podem variar de pessoa para pessoa talvez.
    Os ciúmes, são uma variável e cabe a nós regular a intensidade da mesma por forma a respeitarmos sempre quem está ao nosso lado e a nós próprios, como seres humanos.
    Esta é a minha visão e a minha experiência.
    Deixo um sorriso grande, porque este blog põe-me sempre a pensar e gosto disso.
    :)
    Obrigada

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