sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Do dia, e das Dondocas...


O dia amanhece cinza claro. Pinga de mansinho e o meu corpo reclama. Ando sempre a pedir inverno, mas hoje não me apetecia. Sou do contra, já sabem.

Deambulo, no meu último dia de férias, não faço nada de jeito, mas às vezes também é preciso. Ocorre-me pensar. Penso em tudo e mais alguma coisa, nisto e naquilo. No percurso da minha vida, e por ai fora.

Passo no salão de cabeleireira, antro de mulherio desocupado, e irrito-me comigo mesma, por não gostar de estar ali. Esta gente anima-se, enquanto pintam unhas, cabelos e falam mal da vida alheia. Cada uma mais pirosa do que a outra, mas julgando-se umas Rainhas do Sabá. Não são, nem lá perto, mas enfim. Na saída, unhas rosa choque, e toucado mais alto do que a Torre Eiffel. É o que chega para julgarem que têm o mundo a seus pés. Têm é um bom poder de sonhar acordadas. Pronto, tá bem. Também não é mau.
Tenho azar. Para além de não me identificar com os ambientes, não simpatizo com mãos de cabeleireira. Mais uma coisa estranha, e só tinha a vida facilitada se simpatiza-se. Meia dúzia de tostões e estavam as neuras aniquiladas. Mas não, nada disso. Arranjar o cabelo, é com as minhas mãos. Não raras vezes, quando necessito efectivamente dos serviços de uma profissional, por motivos de corte, chego a casa e lavo-o de novo. Modéstia à parte, as minhas mãos são boas a arranjar cabelos. Que se há-de fazer? Cabeleireiras, por norma, não acertam no que eu gosto. E eu, sei muito bem o que quero, até no cabelo. Salvaguardo aqui, as abençoadas mão da D. J. Uma Senhora dos cabelos, num dos salões in da Lisboa, que frequentei nos meus tempos de estudante. Percebeu mal me olhou, que eu não gosto cá de penteados demasiado certos ou arrumados. Largava-me sempre au point. Ela e mais ninguém. Não sou Dondoca, e não me posso dar ao luxo de ir a arranjar o cabelo à Capital. Mas posso dizer que tenho pena. Embora as Dondocas também não me suscitem propriamente inveja. Viver à custa de alguém soa-me a estranho, pouco animado, e, pior ainda, a dependência.

Uma saltada no Oftalmologista, confirma-me o que eu já suspeitava à algum tempo. Necessito de óculos para trabalhar, ver TV, e escrever posts longos no meu blog. Há parte de ser um apêndice, e um apêndice é por norma dispensável, gosto de me ver de óculos. Dá-me um ar de alguma intelectualidade e eu gosto disso. Mais uma das minhas vaidades. Escolho uns bordeaux, que têm tudo a ver comigo.

Agora desfruto do final de dia, chuvoso, e cinzento. De manha irritou-me, mas agora sabe-me bem. Para quem já pensa que não sei muito bem o que quero, desenganem-se. Sei, perfeitamente. Às vezes falha é o contexto. Mas adiante. Sempre, adiante...

5 comentários:

  1. Que engraçado, podia ter sido eu a escrever este post :):)
    Amanhã o Sol vai nascer outra vez e é sábado e tudo e tudo...

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  2. Todos os dias que tiro para mim, acabam por ser assim: uso-o para mim, mas de uma forma que não o usufruo na totalidade. Aproveito para ir a uma consulta ou fazer aquelas coisas chatas que me perseguem. Acabo o dia com a sensação de que desperdicei grande parte do dia em coisas que não gosto mas que têm de ser. Li este post e deu-me vontade de rir porque comigo é assim também.
    Um sorriso
    Sandra

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  3. Há pessoas que não precisamos de conhecer pessoalmente para saber-mos que são optimas!
    Adoro o blog e o post!!!

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