quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Melancolias

Os finais, têm inerentes a melancolia. Sejam que finais forem. Os finais de algo bom, obviamente, e os outros finais todos. Pode ser só porque algo acaba. Não volta mais. Tem implícito o conceito de eternidade. Por norma, não estendo este sentimento aos finais de anos. Até porque, o final de ano, mais não é do que uma passagem. Normal, de um dia para o outro, com uma noite no meio. Nada de especial se perde ou se ganha. Encontro-me a pensar com afinco, no que me trás esta melancolia estranha. Talvez sejam os Jamiroquai, que ouço na Antena 3, e que me transportam directa para longe. E eu deixo-me ir. Claro que me deixo ir. Como sempre quando sou bem transportada.

Irmã...



Temos nove anos de diferença. Faz hoje 24. Lembro-me, perfeitamente, do dia em que nasceu. Já antes de postar os pés neste mundo, era teimosa, a sacana. Duas semanas depois do tempo, e a mando do médico, a fim de não perder um ano de escola. Ninguém sabia se era rapaz ou rapariga. Eu queria uma irmã. O meu pai queria um filho. A minha mãe abstinha-se. No dia 31 de Dezembro de 1985, o meu pai, chegou a casa da minha avó, e disse-me, com umas palavras que não esqueço nunca, já lá tens a tua maninha. Eu, naquela altura ainda não sabia, mas fiquei rica nesse dia. Fiz-lhe um desenho, a dizer para ti, querida irmã. Fui vê-la, e achei-a horrível. Tinha um cabelo preto, uma cor vermelha, e era gorducha. Nunca me lembro de sentir ciúme, ou assim. Não, nada disso. Talvez pela diferença de idades, o que sentia, era sempre vontade de a proteger. Tivemos alguns acidentes de percurso, sob minha guarda, com olhos negros, e quedas da cama. Enfim, faz parte. Cresceu. Evoluiu. Ao meu lado e eu ao lado dela. Hoje, é uma Mulher linda. Nada a ver com o bebé rechonchudo, vermelho e despenteado. E linda por dentro, e isso, isso sim, é de um valor extremo.
Não sei muito bem descrever, o que é isto do amor fraterno. É daquelas coisas, que não sei bem pôr por palavras. Sei dizer que é grandioso, pleno e magno, mas ainda assim, não lhe faço justiça. Senti-lo, dá-me muitas vezes vontade, de dar um irmão ao meu rebento. Porque não devia privá-lo de um dos mais belos e puros sentimentos que sinto. Quem sabe, um dia.
Deixo-lhe aqui um beijo enorme. Deixo-lhe o desejo de que continue o seu percurso de forma calma e inteligente, como tem feito até agora. Deixo-lhe um louvor, pela pessoa que é. Deixo-lhe uma enorme admiração, pela força de perseguir objectivos. Deixo-lhe aqui, agora e sempre, o meu ombro de irmã. E deixo-lhe uma palmada, pela lágrima que tenho no canto do olho. Isto não se faz, sua malvada.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Da mudança dos tempos...


-Amor, vamos jantar a casa da Ritinha, queres?

-Ok, mas só se falares com os Pais dela.

-Porque filho?

-Porque ela só quer sempre que eu lhe dê beijos na boca, e essas coisas. Isto assim não pode ser...

Balanços. Ou quase...


Amanhã é que é o último dia do ano. Mas é hoje que vou fazer os tais balanços, que ás vezes digo que não faço. Nada de especial, ou particularmente metódico, ou conclusivo. Simplesmente, puras divagações, palavras soltas, sentimentos vividos. Foi um ano mais ou menos, sim Senhor. Intenso, sem dúvida, com muitas emoções à mistura. Umas boas, outras nem tanto. Não me aconteceu nada particularmente negativo. Digamos que o ano foi morno, ou qualquer coisa do género. Tão morno, que nem me lembro de nenhuma particularidade a salientar, tirando o percurso normal da vida, com a entrada para a escola do meu pequeno J.
Se gosto de anos assim? Não, não gosto lá muito. Se já tive anos piores? Tive sim senhor. E melhores? Também, muitos. O que retiro daqui? Algumas coisas. A mais importante, talvez seja a de que preciso de impulsionar com mais força, algumas situações. Se vou conseguir? Não sei, mas sem experimentar, também não vou saber. E vou experimentar? Vou. Não sei muito bem como, nem quando. Mas sei que vou. Se perspectivo grandes mudanças? Pois, não sei. Portas abertas, tenho algumas. Semi abertas, tenho outras. Não sou lá muito de forçar entradas. Ou as portas se abrem, ou estamos mal (ou bem), que bato noutra. Se acho que o ano vai ser melhor do que este? Talvez. Também não precisa de ser nada de especial. Se vai ser mais intenso? Acho difícil. Até pode ser um bocadinho menos, que o meu coração anda um pouco afogueado com tanta emoção forte. De que? Sorry, mas não digo. Não queriam vocês mais nada. Muitas perguntas, respostas evasivas, dirão vocês, com razão. Eu também queria mais. Onde vou passar a noite de amanha? Ainda não sei. Os programas por aqui, não me agradam de todo, e não faço fretes. Muito menos em noites de festa. Não vou para nenhum local assim, fantástico, porque enfim. Coisas. Como sou do contra, apetecia-me ver os Xutos, lá para Belém, naquele concerto que foi cancelado. Mas ainda me resta o Terreiro do Paço, e o Pedro Abrunhosa. Com um bocado de sorte, o vento leva-lhe os óculos do nariz, e eu satisfaço uma das minhas grandes curiosidades. Pode sempre ser um bom pronúncio. De qualquer forma, este tempo de chuva excessiva, ainda pode empurrar-me, a mim e ao meu pequeno J. para uma qualquer casa quentinha, o que também não será nada mau. Se vou comer passas? Duvido. Não sou lá muito dada a superstições, e a regras mandadas por elas. Também não vou vestir cuecas azuis, e o Pai Natal não me trouxe os Louboutins, portanto, o azul está fora de questão. Se vou pedir desejos? Vou, mas eu peço desejos a toda a hora, por isso, não é de salientar. Onde vou estar para o ano a esta hora? Não sei. Se for aqui, não estou mal. Mas há sítios melhores. E como vou estar? Também não sei. Se estiver assim, não estou mal. Mas há estados melhores.
Um excelente ano para todos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Dos colos

Apesar de entrar constantemente na mente humana, há coisas que não percebo. Ainda. Também, não posso perceber tudo, mas tenho algumas curiosidades fortes. Uma delas, são as personalidades fortes e fracas. O que faz alguém forte e fraco? Será o crescimento? A educação? Ou serão as circunstâncias? Ou será simplesmente, uma forma sapiente, dos mais espertos se livrarem da dureza da vida? É que aqui para estes lados, onde por norma as fragilidades não entram, anda-se um bocadito a atirar para o cansado. Com o que vislumbro por aí, quase concluo, que o melhor mesmo, é pertencer à classe dos fracos. E ter meio mundo a proteger-nos. Já por cá tinha falado nisto. Hoje, estou outra vez com vontade, em encostar ás boxes. Por nada de jeito, só por cansaço, o que já não é pouco. Deixar que me peguem, largar a minha independência, o malvado do nariz empinado, e negar de todo, o nome que dei ao blog, num momento de grandeza. E deixar ainda que me chamem fraca e outros que tais.
Pior, é que esta vontade é por norma passageira. E amanha, bem cedo, após o meu travesseiro me aninhar, acordo outra vez Eu. E Eu, pertenço à porcaria da classe que por vezes reclama. Se sente atingida, usada e abusada. Mas pega no fardo e aí vai. Com os outros à pendura. Mas vim postar por aqui esta minha vontade em me dependurar. Quanto mais não seja, para ler outra vez com atenção, e ver se me faz sentido. Amanha, bem cedo, depois da história do travesseiro. Já tive orgulho. Já sim Senhor. Hoje, não tenho. Também, esta porra do orgulho, vale de pouco. Dizem por aí que o Mundo é dos fortes. E que dos fracos não reza a história. Eu, digo por cá, que o Mundo é dos fracos. Que gozam da protecção e do esforço dos fortes. E a história não reza sobre eles, mas que se lixe. Enquanto por cá andam, andam ao colo.

Coisas. Montes delas.

Hoje as pausas estão escassas. Os afazeres são mais do que muitos. A vontade de saltar fora, imensa. O impulso de pôr em prática algumas acções, terrível. Esta coisa de jogarmos diariamente, com o que nos apetece, e com o que se nos exige, é uma tarefa danada. Ontem postei por cá uma máxima de Santo Agostinho. Hoje, afincadamente, tento cumpri-la. Mas isto não me está a sair lá muito bem. Tenho a sacana da mania da perfeição. Uma entre tantas, mas esta dispensava-a, de todo. Tenho a mania de acordar cedo, a mania do sofá, a mania do café, a mania do chocolate. A mania que sou gente, e a mania que sou dona do meu nariz. Todas me dão satisfação pura, e pouco trabalho. Esta da perfeição, já não é assim. Nunca chego bem onde quero, e luto como um raio. Cada vez mais me convenço, que isto dos esforços desmedidos, não nos leva a lado nenhum. Ou a pouco lado, vá. Não raras vezes, penso se vale a pena o esforço. Bom, mas mantenho-me. Até mudar de ideias, caminho. Hoje, se tivesse uma pá, seria qualquer coisa semelhante à Padeira. Aquela, de Aljubarrota. É que ás vezes, para atingir objectivos, há que desbravar caminho. E bravo que ele é. E isto de desbravar com subtileza, tem que se lhe diga.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Da ladra que há em mim

"Nenhuma coisa senão o amor
Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos."



Santo Agostinho, citado por Pedro Mexia, no Lei Seca. E roubado por mim agorinha mesmo. Estou quase lá. E está em azul, não ao acaso. É uma boa cor. E vem aí o ano novo.

No caminho da ordem

Já ordenei uma papelada. Pouca, para o monte que por aqui pousa. Já comi uns chocolates. Muitos, para o que devia ter comido, após esta época de excessos. Já dei uma consulta telefónica, nas quais sou perita. Não daquelas a sério, pois essas só frente a frente. Mas daquelas, que não sendo a sério, são quase. Quando alguém de quem gosto, me solicita, porque não está bem. E eu oiço. Mesmo ao telefone, sou uma boa ouvinte. Coloco, propositadamente, uma voz carinhosa, e melódica, que por norma, acalma quem está do outro lado. Presunção, talvez. Mas enfim, dizem que cada um toma a que quer, juntamente com a água benta. E eu apetece-me toma-la agora. Não guardou, digo-lhe, e precisa de fazê-lo. Nesta época, em outras, sempre. Quando se tem um percurso de certa forma duro, é preciso parar. E aproveitar o que possa haver de bom, pelo caminho, para guardar. Para ganhar, assim, tipo uma reserva de energia, suficiente para sustentar a alma, nos tempos mais duros. Para guardar, também é preciso treino. Treino e suporte. Eu, tenho uma ginástica danada nisso. Perguntam-me, como se treina, e como se guarda. E ainda como se faz, quando o bom é pouco, e o mau é muito. Pois, não sei. Há coisas que faço, que não sei ensinar aos outros. Limitações, é isso.

Bom dia

Hoje até tinha umas coisas giras para dizer. Mas a esta hora da manhã, e de regresso ao trabalho, só consigo mesmo emputicar-me nas caixas de bombons que me deixaram na secretária, com desejos de boas festas. Volto mais loguinho. Bom dia.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Parece-me bem. Muito bem, vá...


Li por aí, que este Digno Senhor aqui ao lado, vem a terras Lusas, já em 2010. Não sou menina para acampar uma noite, na porta de uma qualquer bilheteira, à espera de bilhete. Mas sou menina para pagar um bilhetito a quem o faça por mim. Sou, sou.

O must, dos musts, seria uma entrada nos camarins, e um contacto assim, têt a têt, com o Digno. Ou então, melhor ainda, ele sacar-me do meio do mulherio histérico, e levar-me para o palco. E cantar-me, assim, só para mim, um Quando, Quando Quando, ao qual eu dispensaria perfeitamente a Nelly Furtado. Pronto, era isto.
Ok, ok, entrei em delírio. Devem ser ainda, os efeitos dos doces de Natal, a atrofiarem-me os neurónios. Coisas.

Coragem

Coragem é...
Descender de uma família rica. Deter uma empresa sólida e produtiva, sobrevivente à crise com sucesso. Estudar, evoluir, fazer Erasmus fora do País, mais precisamente na Áustria. Voltar. Estar um tempo na Empresa da família, onde é a única herdeira. Querer ser gente. Largar tudo, e partir, contra a vontade de todos, ou quase. Procurar trabalho. Mudar de cidade. Bater com a cabeça, levantar-se, e cair outra vez. E levantar-se. E encontrei-a ontem, após alguns meses sem nos vermos. Dona do seu nariz. Dona da sua Vida. Com uma posição sólida na Empresa onde trabalha. Estarei cá, um dia que os meus Pais não possam. Mas hoje, estou lá, onde está a minha vida e a minha vontade.
Convenhamos que não é para todas. Parabéns querida B. Admiro-te. Muito mesmo.

sábado, 26 de dezembro de 2009

A Menina dos Fósforos...


Era uma vez uma menina. Pobre, sozinha. Tinha frio, e na Noite de Ano Novo, acendeu fósforos para se aquecer, um atrás do outro. Até que os fósforos se acabaram e a menina morreu de frio, na companhia da alma da sua avó protectora. Lembro-me desta história com muito mais pormenor. Encontro, um pequeno resumo, numa revista recente, pelas mãos de alguém da minha era. Chama-se a Menina dos Fósforos, e foi escrita por Hans Christian Andersen. Esta história povoou a minha meninez. Lembro-me ainda do livro que a continha, que decerto se encontra perdido, no sótão da casa da minha mãe. Esse livro, contava ainda outros contos do mesmo autor, mas nenhum deles tão marcante como este. Pelo menos, para mim. As histórias contadas ás crianças, fazem-me pensar. O meu J., tem seis anos. Por esta altura, eu já conhecia este conto. Mas não me apetece nada contar-lho. Porque me apetece protege-lo do trágico fim. Não obstante, é um conto que, e apesar de dramático, povoa com doçura o meu imaginário. Talvez me tenha ensinado o valor de algumas coisas que tantas vezes desdenhamos. Foi-me contado vezes sem conta. Li-o outras tantas. Por vezes, acho que hoje, se protegem as crianças em demasia. Os membros da minha classe, e os famosos traumas de infância, fazem arrastar para idades tardias, o contacto com duras realidades, contrariamente aos tempos de outrora. Não falo obviamente de exageros. Ainda me lembro das histórias de papões, e outros do género, que mais não faziam do que assustar a pequenada. Desses, não tenho dúvidas, sobre a sua inutilidade. Agora os grandes clássicos, ás vezes trágicos, mas com fundo moral, tinham a sua mais valia.
Contra mim falo, como participante activa nesta super protecção. Não sei se certa, se erradamente. Mas quase que arrisco a segunda. Coisas dos tempos modernos.

Das parolas empreiteiras...

Em comunicação com a parolice, descubro que, algumas delas, se encontram numa empreitada, na ajuda afincada, a uma das parolas empresária. Prontamente me disponho a passar no estaminé, imaginando todo um cenário de vernizes, unhas de gel, frascos e frasquinhos de cremes, e outras delicias femininas. Deixo o rebento num aniversário de um qualquer garoto azarado, que resolveu nascer no dia após ao Natal, e rumo até elas.
Quando chego, deparo-me com um cenário deveras aterrador. A obra, está um pouco aquém do que eu esperava. Muito, vá, para quem quer abrir portas, já em Janeiro. Por ora, os vernizes, e afins, ainda estão todos no caixote, repousando languidamente. O que se vê por lá, são latas de tinta, fita isoladora, escovas e vassouras, e outros artefactos, nada a ver com beleza feminina, mas sim, com terror. Quase sem eu dar por isso, ainda mal tinha distribuído as beijocas da praxe, e já tinha uma espátula na mão. O pretendido, era que raspasse uma cola de uma qualquer porta ridícula, enquanto elas, continuavam com as pinturas. Eu, CF, que adoro estas coisas da bricolage, sou assim, apanhada desprevenida, num Sábado de tarde, por três parolas armadas em empreiteiras. E era ver-nos lá. Elas, de calça de ganga esfarrapada, e camisolona larga, assim, mesmo à empreiteira, preparadíssimas. E euzinha, com a minha calcinha preta, botinha creme, e casaquinho de xadrês, muito compostinha de espátula na mão, a fazer a risota de quem passava, e me postava os olhos, através da ampla montra, completamente a descoberto. Gostava de saber, por onde anda agora, a minha reputação. A minha sorte, era ter o rebento para ir buscar, e a tarefa não se poder estender ad eternum. Se não, por esta hora, ainda estaria por lá, após ter sido apanhada à traição, por três parolas malvadas. Para a próxima, não me apanham assim, não, que eu espreito bem da porta, antes de entrar. Suas cabras. Piolhosas.

Deve ser isso...

Findo o mais esperado dia do ano, cá estou. As reflexões acabaram por surgir, à minha revelia, mas enfim. Isto há coisas que fogem ao meu controlo, e uma delas são as minhas divagações. Uma noite em família, algumas faltas sentidas, uma lareira, e um Baileys de Menta, et voilá, o cenário estava montado, e eu, na minha humilde fraqueza, pouco posso fazer para o contrariar. Afinal de contas, até tiro umas boas conclusões, e pronto. Sobre mim, e assim. Sobre a época em especial, confesso que, muito embora o espírito Natalício esteja longe de ser o que era, amo esta quadra. Gosto da união, gosto da partilha. O facto de se encontrar manipulada pela força dos bens materiais, não me choca muito. É um reflexo da sociedade, e como tal, estende-se a diversos domínios. Mas o resto, a essência continua cá. Pelo menos para mim, e para quem me rodeia, e isso é o importante.
Hoje, e após o dia em família, e no meio de borregos, polvos, Bolo Rei ( sempre), fritos e outros acepipes, encontro-me já por casa. A conclusão negativa, tinha de surgir, assim, discretamente. Eis que a idade esta a dar cabo de mim, a malvada. Só isso, só isso pode justificar, eu ter adormecido a ver o Sexo e a Cidade, uma das minhas mais sérias futilidades. Enfim. Ou é a idade, ou sou eu que estou calma e tremendamente relaxada. Pois, deve ser isso. Deve ser a calma :):)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Boa noite

Logo, já daqui a pouco, reúne-se tudo outra vez. Depois do que comi hoje, vou tentar amanha, enfiar-me dentro da toilette escolhida, tarefa decerto penosa. Reina o silencio por cá. Já tudo regressou, e resto eu, e a minha lareira. A minha lareira e eu temos uma relação estranha. Talvez por acontecer somente de forma ocasional, quando acontece, a intensidade é grande, e eu não a largo nem por nada. Gosto do cheiro, gosto do calor, gosto do som. Gosto de tudo, pronto. Tenho uma manta, várias almofadas, e alguns presentes que me deixaram no sapatinho. A família esteve por cá, e aconchegou-me de perto. Quem não pode estar perto, aconchegou-me de longe, mas aconchegou-me. Sinto-me feliz, pelos aconchegos. Sempre, não só agora. Não iria suportar à minha volta, pessoas daquelas que só aconchegam quando a data manda aconchegar. Esses aconchegos, dispenso de todo. A eles e a quem os faz, só pela tradição. Agora estes, que me chegam amiúde, valem milhões. Falta, muita falta, faz-me o aconchego do meu filho. Que de momento, aconchega alguém, que talvez necessite mais do que eu. Que o aconchegue bem. Amanha já o terei. A ele, e à minha pequena mana, que vem directamente do Hospital para o almoço de família. A vida e as suas vicissitudes ensinaram-me a ter calma, e a viver tudo com o prazer do momento. Ás vezes, é precisa esta sabedoria. Vezes há, que não a tenho. Coisas.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Para ti, minha querida

Hoje, e porque ela faz falta ao meu Natal, venho mandar um beijo enorme à minha querida irmã. Que se encontra perdida, algures num Hospital da nossa Capital, a trabalhar até amanha de manha. E porque tem a mais nobre profissão do Mundo, e acima de tudo porque a faz de alma e coração. E isso sim, é de louvar.
Porque ás vezes, e estendendo a outros âmbitos, não conseguimos estar perto de quem queríamos. Estamos perto por dentro. Mas ás vezes, muitas vezes, queríamos também estar perto por fora. E sentir, e tocar, e abraçar, e olhar, e fazer sentir o quão são importantes para nós. Por isso, para ela, e para todos os que queria perto de mim, deixo um sorriso enorme, e os votos do costume.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Balanços, votos e assim


Ás vezes os balanços são precisos. Outras, dispensam-se à grande e à Francesa, porque descobrimos inúmeras coisas que deveríamos ter feito e não fizemos. Ou que deveriam ter acontecido e não aconteceram. Ok, têm muitas vezes a vantagem, de nos ajudar a melhorar. Outras vezes, não ajudam nada, e só confundem. Por isso, não vou balançar coisíssima nenhuma. Vou simplesmente desejar umas coisas, e planear outras. Desejar, desejo a todos os que por aqui passem, fiel, ou esporádicamente, um feliz Natal. Desejo ainda aquelas coisas que se desejam sempre, como saúde, e assim, que não vale a pena enumerar, porque é sempre igual. Mas já sabem que vos desejo, pronto. Só não gosto de ser chata e repetitiva. Mais raro, será decerto o que vos desejo a seguir. Para vocês, e para mim, porque nestas coisas eu sou da partilha. Desejo que para o próximo ano, andem de cabeça erguida. Sigam sempre em frente, que isto de andar de lado é para os caranguejos. E para trás, nem se fala. E isto até pode parecer fácil, mas não é assim tanto. É que o andar para a frente que nos desejo ( nos desejo a vós e a mim, entenda-se), tem que se lhe diga. É um andar para a frente por fora, sim, mas acima de tudo, um andar para a frente por dentro. Planear, bom, planeio muitas coisas. Mas planeio acima de tudo, cumprir o desejo que acima refiro. Planeio seguir em frente. Porque em frente é que é sempre o caminho. Aqui incluídos estão também os meus desejos mais intímos. Podem também incluir os Vossos, eu deixo.
Agora vou desejar boas festas a algumas pessoas que me são caras. Frente a frente, ou em voz, que não sou amante das mensagens standart. Modernices, daquelas que não enquadro de todo no espírito de Natal. Até amanha, se me apetecer, postarei por aqui mais votos. Se não, dêem-se por satisfeitos. Já vos desejei umas coisitas jeitosas. Deixo ainda um enorme sorriso para todos. Mas enorme mesmo. Está de orelha a orelha. Vocês é que não conseguem ver.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Uma lágrima

Consegui aligeirar o dia. No entanto, a noite, trás-me à memória, de forma intensa e vincada, o que eu tanto temia. Faz hoje 12 anos. Há momentos, que nos perseguem para sempre. Uns bons, outros maus. Bons, tenho muitos. Fortes. Maus, nem por isso. Mas os que tenho cravaram fundo. Este, passado há tanto tempo, será decerto dos que me perseguirá para sempre. Perder pessoas, é sempre perder pessoas. Perder amigos, daqueles a sério, dói. Mas dói de uma forma profunda e indescritível. Boas memórias ficaram, sem dúvida. Dos passeios de mota, das férias na Ericeira. Das caminhadas para a escola, dos primeiros namoros. Dos banhos de piscina, à noite, das tardes de praia. Das longas conversas, das lutas pelos sonhos. Ficou cá tudo. No fundo, ficaram vocês. Pior, é que ficou também a vossa perca. Que por muito que passe o tempo, continua a sentir-se. A perca, as circunstâncias, o despropósito. A vida que culminou cedo, demasiado cedo. Os sonhos, por demais lutados, por concretizar. A falta que me fazem todos os dias. Apesar de tudo, resta a alegria de terem passado por mim. Não apaga, mas acalma.

Do dia...


Férias que são férias, levam-me invariavelmente ao cinema. Não para me descontrair com algum Jude Law, ou assim, mas para levar com uma sessão de bonecada. Desta feita, livrei-me dos Minimeus, da Disney Pixar, para levar com uns Aliens verdes, pela Sony Pictures. Ok, os Aliens até têm uma certa pinta. Residem num qualquer planeta, de nome 51, e são invadidos por um ser estranho para eles, ou seja, um Homem. A história lá se desenrolou, no meio de pipocas na testa, pontapés nas costas do banco, e os habituais guinchos incontroláveis das criancinhas travessas. No meio daquilo tudo, tinha de arranjar algo para fazer. Pus-me a pensar, à luz da história, o que é estar do lado de lá. Se nós conseguíssemos essa capacidade amiúde, e nos enfiássemos directamente na pele do outro, perceberíamos que, ás vezes, analisamos erradamente. Por mim falo, embora na minha vida profissional, já me enfie vezes consideráveis na pele dos outros. Ainda assim, na vida pessoal, tenho dificuldade em fazê-lo. Não devia. Dá-nos outras perspectivas, outros olhos para ver a realidade. Jeito jeito, dava conseguir enfiar-me directamente na pele de uma borboleta. Aqueles seres monstruosos dos quais eu fujo a nove pés ( Qual sete, qual quê). Podia ser que assim as entendesse, e percebesse que são inofensivas. E que decerto fogem mais de mim do que eu delas. Mas não. Este parece-me um objectivo demasiado mor para o meu pequeno ser. Vou continuar insectofóbica por toda a eternidade. Coisas. Agora, vou espreitar a tv. Já que não tive direito a Jude Law, pode ser que apanhe ali um George Clooney a comprar uma Nespresso. Hum. Parece-me bem.

É isto

E descobrimos que temos um sacaninha cá em casa, quando nos trabalhos de férias, se lê e se copia. E numa frase que diz Lola, é o loto, se lê, à partida, A Lola é totó.
A modos que é isto.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Se calhar é isto...

É isso. É essa uma das coisas que mina relações. Bem sei, que a convivência, amiúde, dia a dia, trás destas coisas. Não se houver esforço, mas esta coisa do esforço custa. E o ser humano é comodista. Já está. Já estou arrumado/a, e agora aguentas. Com o mau feitio. Com o desleixo, com isto e com aquilo. Para que investir em algo que já nos pertence? Para nada. Há que guardar esforços, para o resto do dia a dia. Para o trabalho, para a casa, para os filhos. É um ciclo vicioso, com um percurso trémulo, e um fim previsível. Um fim, literal, ou uma acomodação, pacifica, ou nem por isso, mas acomodação. Oiço, e revejo tantas histórias que por mim passaram. Custa-me perceber este desinvestimento no outro, como se a vida pudesse ser levada assim, de forma lassa, reles e descuidada. De semana trabalha-se, e levam-se os miúdos à escola. À noite janta-se sopa, e uma pizza feita no microondas. Ao fim de semana vai-se ás compras, janta-se na sogra, aspira-se o carro. Ao sábado à noite pica-se o ponto. De forma higiénica e rotineira, porque não vale a pena grandes empenhos. Até porque a cabeça dói, o cansaço aperta, e na televisão dá qualquer coisa de interesse, gira que se farta, como um Marco Horácio aos saltos, ou algo do género.
Pior, é que o tempo passa, e ás vezes, alguém quer mais. Alguém sente a falta do passeio de mão dada, que os filhos toldam, mas não impedem; alguém sente falta de um sussurro ao ouvido, com algo doce, ou malandro, dependendo da disposição; alguém sente a falta do jantar a dois, com uma vela no meio, e uma sobremesa de chocolate. Que pode ser um fonduue, ou assim. E que depois poderia dar origem a outras viagens, daquelas sem limites, pouco higiénicas, com banhos de chocolate.
De salientar sempre, a importância do investimento dos dois, porque estas coisas são duais, e não singulares. De salientar que a vida é dura, mas que nos cabe a nós aligeira-la. Ou então não, e ficamos assim. Não esqueçam, é que a tendência negativa, chegando ao fundo, é dificil reverter.
Se calhar é isto. Diz-me tu, mas calhar é.

Mãe

E o dia já passou. O dia em que a minha querida Mãe fez 56 anos, e eu julguei que eram 57. Até levei um bolo com o ano a mais. Ok, imperdoável, eu sei. Ainda assim, ela amou. O bolo, e as surpresas do neto, das filhas e do marido.
A minha mãe, é uma Mãe com um M grande. Uma Avó, com um A gigantesco, e uma Pessoa de P enorme. Serão todas assim, decerto. Mas a minha, é minha, e é muito, muito especial. Porque é das que está sempre ali. E sempre, é sempre, incondicionalmente. Quer eu acerte, quer eu erre, quer eu ria, quer eu chore. Tento estimá-la, o melhor que sei e posso, mas falho. Falho quando me irrito, falho quando estou triste. Falho assim, ás vezes, fazendo jus ao meu nariz empinado, e deixando por vezes, umas respostas rebeldes. Mas até hoje, e acho que até sempre, ela nunca me falhou. Ás vezes, julgo que é chata. Quando me impinge tudo e mais alguma coisa para eu levar para casa, quando quer que eu coma, porque se não fico magra de mais, quando quer que eu trabalhe menos, porque ando cansada. Mas isso, é no calor da hora. Pois logo de seguida, considero-me uma felizarda por te-la por perto. Dizem as teorias mais esotéricas, que são os filhos que escolhem as mães. As mães e os pais. Não sei se acredito, mas se assim for, não podia te escolhido melhor. Deixo mais um beijo enorme para ela. E para o ano, que a família se reúna toda outra vez.
Velas, já temos. Que tenhamos todo o resto, que tivemos hoje.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Férias

Por cá, encontro-me oficialmente, de férias. Por norma, guardo sempre uns dias para esta quadra. Porque gosto de estar em casa nesta altura. Gosto de ficar com o rebento, de fazer as últimas compras, com alguma calma. Para tudo estar completo ( bom quase completo, vá), podia nevar esta noite. Isso sim, seria o must. Neve, no primeiro dia de Inverno.
Amanhã, o dia será especial. Por um motivo nobre. O seguinte também, por um facto triste. Segue-se um interregno, e temos a véspera de Natal. Um tempo de emoções fortes para mim. Ando particularmente sensível a elas. E sei ler-me o suficiente para saber o que isso indica. Mas estou de férias. E como diz a minha amiga C, numa fantástica frase de sua autoria, amanhã, vou dormir até acordar. Hum. Gosto disso.

Impossibilidades


Pois, eu acho que não. A pergunta surge malandra, quase que para me apanhar. Como se quem perguntou, quisesse uma resposta positiva, daquelas apaziguadoras. Desculpem, mas acho que não. Atracção, carne, sexo? Sim, por aí. Isso por duas, por três, e por aí fora. É um puro instinto, básico e animal, embora obviamente, subjacente a constructos internos. Mas ponto. Agora Amor? Aquele descrito por Florbela Espanca ou por Fernando Pessoa? Aquele onde tudo converge num sentido? Quando o resto do mundo perde importância, e tudo, ou pelo menos muito, está ali? Quando quase nos esquecemos de nós por alguém? Quando respeitamos, queremos, desejamos, cuidamos e ansiamos, assim, tremendamente? Aquele que nos protege e tranquiliza, como se tudo à volta pudesse ruir, que pouco importa? Porque estamos ali, naquele sítio, naqueles braços. E só por isso, porque isso chega. É simples, mas chega. Não acho possível, não. Admito perfeitamente, mais do que um amor ao longo do tempo. Evoluções, e transformações de sentimentos e de pessoas. Acho possível, embora difícil sentir Amor de verdade por alguém. Sentir por duas pessoas em simultâneo, acho utopia. Serão outros sentimentos. Inúmeros sentimentos. Que por não serem tão puros ou belos, não deixam de ser dignos e reais. Há que admitir, sem embaraço. É importante entender o que se sente, e perceber o que nos faz felizes. Se for Amor, óptimo, se não for, óptimo também. Desde que vivido em pleno e em respeito. Digo eu, obviamente.
Bom Domingo. Com Bolo Rei, e assim. E aproveitem ainda, se tiverem um Amor por perto. E se não tiverem, aproveitem também.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Frio...

O friozinho instalou-se deveras. Não sei como, mas portei-me bem dentro do meu vestido preto, assim a dar para o gelado. Enfaixei-me num casaco cinza claro, que não ficando a matar, mas ficava menos mal. Que se lixe. A minha avó, dizia que mais podia o brio, do que o frio. E era. Dantes era. Agora digamos que estão em pé de igualdade. Equilíbrios dos trinta.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Há coisas eternas...


Dia de correria do principio ao fim... Com umas corridas melhores, outras assim assim. Preparam-se festas de Natal. E por muito que tente eficiência em tempo útil, há sempre coisas de última hora. Descubro entretanto, dotes desconhecidos, o que neste mundo em crise declarada, poderão sempre constituir uma mais valia. Descobri ainda, que de facto há coisas que nunca mudam. Eu, CF, amiga da onça, esqueci-me pela enésima vez do aniversário de umas das minhas amigas C. Uma das maiores, das mais antigas ( cof, cof, esqueço-me do aniversário, e ainda lhe chamo velha...), e uma das valiosas. Não tem perdão, eu sei. Mas sou assim desde sempre. Números, datas e afins, não entram aqui com a je. O Maridão da dita, costuma lembrar-me, por bem conhecer este meu handicap. Este ano, esqueceu-se. Não percebo para que serve um marido assim, mas pronto. Pela minha parte, sempre pensei limar arestas com a PDV, mas há coisas que não melhoram nunca. Enfim. De qualquer forma, amiga C., sabes que te adoro. Sabes ainda que o melhor é perdoares estes meus deslizes, e portares-te benzinho. Com o que aprontamos juntas na nossa adolescência, tenho matéria para te manchar a reputação de menina certinha, dona de casa e fada do lar em três tempos. Ou melhor, em dois. Pronto, ok, eu decerto também ficaria um bocadito a dar para o atingida, mas isso agora não interessa nada. Interessa que amanhã, na hora marcada por ti, há pouco, quando me ligas-te a avisar que fazias anos hoje, lá estarei para o nosso café. Pronto, pago eu. Tu mereces minha linda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Coisas....

Depois do tremelico da noite, pela matina, apronto-me com um cuidado especial. Por nada em concreto, só porque me apetece. Empoleiro-me nuns de salto bem alto, cremes, lindos de morrer, e lá vou. Mal ponho pé na rua, acontece-me aquela típica coisa, das gajas armadas em Pavoas, que têm um percalço, para de imediato desmancharem a pose. Ok, eu merecia. Enfio o malvado do salto na primeira poça que apanho. Penso, Calma CF, calma, que isto foi um azarito, nada de mais. Sigo. Paro para um café, num local conhecido. Beberico o mesmo, e abalo. Chego ao estaminé, descubro que tenho uma nódoa, das majestosas, mal situada. Mesmo no meio do meu rabiosque, que foi de imediato mirado por uma das funcionárias. Boa. Toca a tirar a calça, a chamar nomes feios, muito feios, vá, à Dona L, que me passou a roupa naquele estado, e nada fez. Enfio-me numas calçotas emprestadas, e lá ando um bocadito, a dar para o grande, até as minhas serem lavadas, secas, e passadas na lavandaria. O apogeu da-se, quando descubro que, no local do café da manha, o Marido da minha amiga tinha posto os olhos na bela da nódoa. Mas não se descoseu, dado o local da mesma. Boa querido J. És um amigão. Dias. Ainda por cima, após uma noite tremida. To que nem posso.

Eu tb tremi

Após o meu primeiro sono no sofá, encontro-me, com ar de zombie, a bebericar um copo de leite, situada quase em cima do meu aquecedor a óleo. Uma manta tapa-me, assim, estilho velhinha, e olho, meio de esguelha, para as mentes criminosas que passam na SIC, ou qualquer coisa assim. Eis se não quando, sinto a cadeira a abanar. Primeiro pensamento, estou com tonturas. Fecho os olhos, e abro outra vez. A cadeira abana cada vez mais, e eu começo a entrar em delírio e a pensar, mas quem me está a abanar a cadeira. Jesus Crist, que é isto? Já me passavam na cabeça teorias estapafúrdias, envolvendo almas penadas, e afins, quando começo a ouvir o barulho, e a ver a minha árvore de Natal a dançar o Chá chá chá. Aí, a minha consciência acorda para o mundo, e percebo o que se passa. Que isto não volte a acontecer, Senhores que governam esta bola redonda, baptizada de Terra. Não aquela hora da noite. Não nesta noite. Não a uma pobre moçoila sozinha e desamparada, sem ninguém para lhe acalmar os nervos. Pronto. Tenho dito.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Porque eu mereço...


Querido Pai Natal...
Dizem que tu não existes, mas eu sei que é mentira. Neste mundo dizem-se umas verdades, e outras mentiras... Tamanho 36, e a cor tem de ser esta. Se não for, faço a rena dar meia volta e voltar de novo. Porque eu preciso entrar bem o ano, e a cueca, por si só, não está a dar conta do recado. E sim, portei-me bem. Quer dizer... Bom, se pudermos saltar esta parte, era capaz de ser melhor. Mas pronto, comi a sopa toda. Já não é mau.

Milagres


E depois, na saída, logo pela manha, encontro alguém que me diz, que bom aspecto. Estas com um óptimo ar. E ainda há, quem tenha a coragem de dizer, que a maquilhagem não faz milagres... Faz, e dos grandes.

Dissertações outra vez

A vida ás vezes é um bocado estranha. Surgem solicitações de onde não queremos, e as que queremos ficam de fora. Por vezes também, sabemos que o que ouvimos é o correcto, mas não queremos ouvir aquilo nem por nada. Porque internamente fantasiamos a possibilidade de diferentes reacções, quase impossíveis, e ambicionamos que se tornem realidade. E depois, de repente, quando já julgamos que o percurso é aquele, surgem situações adversas que nos fazem repensar e repensar. E outra vez ainda. E isto de se ser Dona do nariz, é giro que se farta. Não dever satisfações, poder acordar a meio da noite e empanturrar-me de bolo Rei, ou ir até à janela, levar com o frio de inverno, e fumar um daqueles raros cigarros, que me sabem que nem nozes, sem ninguém aos gritos que lhe estão a gelar os pés. E é ainda sentir, nestas alturas em que o colo faz falta, que ás vezes, ele faz verdadeiramente falta. Quanto mais não seja pela festa na cabeça, e pê-lo estou aqui, faças o que fizeres. E o apogeu do vazio sente-se, quando se concluí, que quem está aqui sou mesmo só eu. Porque ás vezes, é boa a sensação, por falsa que seja, de que o Mundo de alguém pára, se o nosso ruir. E dispensávamos todas aquelas distâncias e atitudes, politicamente correctas. De se dizer o que se deve. É aí que eu acho que difiro um pouco da maioria. Consigo ser recta à sociedade, mas acima de tudo a mim mesma. E consigo dizer, se me apetecer, que amo quem não devo, ou que detesto quem devia amar. Porque a vida, aquela a sério, precisa de actos puros e em bruto. E a p... da sociedade não os admite nem por nada. E os fracos acobardam-se. De quem é a culpa, não me interessa lá muito. Mas confesso, que não me dou lá muito bem com fracos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Das perguntas inúteis

Perguntam-me se estou bem, e respondo que sim. Respondemos sempre, quer estejamos, que não. Pergunta ridícula esta, de resposta sempre igual, ou muito parecida. Fiz-lhe jus. Não, não estou nada bem. Mas disse que sim. Ela e a sua língua comprida, iriam adorar saber que estou em dia não. Ou em mês, ou em ano, não importa. Este também já está quase no fim. Importa que estou em não, e que ela não tem nada a ver com isso. Apostava consideravelmente, em como a maioria de vós, responde assim, muitas vezes em falsidade. Por resguardo, por educação, pelo que for, e sem a consciência da mentira. Bons olhos o vejam, como tem passado? Bem, obrigado. E assim se segue em frente, mesmo quando o bem obrigado, significa qualquer coisa, muito pior. E é aqui que os mais chegados lêem nas entrelinhas, e descobrem, no fundo dos olhos uma tristeza recalcada. Hoje não encontrei ninguém assim chegado.
Mas entendo a sociedade. Eu por cá, sou mesmo das falsas. Das que diz estar bem, pronto. Sempre, ou quase sempre. Logo, entenda-se, não estou a criticar o cumprimento. Somente a dissertar sobre a sua inutilidade.

Já me faltava...


Estava a ver que o me Natal não gelava. Gelou, a seu tempo. A Natureza é muito perfeita. Nós, é que por vezes, queremos acelera-la... Bom dia. Bons confortos, chás, bolinhos, mantinhas, e claro, bom Bolo Rei...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lutas e coisas assim

Não sou lá muito de lutas. Sou da paz, da tranquilidade. Lutas internas, tipo coração vs razão, essas então, tiram-me do sério. Se por um lado, o meu lado aventureiro, me empurra para a tentação, o precipício é de tal forma alto, que se caio, fico esbarrundada. E aí está o busílis da questão. É que se não cair, atinjo algo que me apetece muito, pelo que o impulso é seguir em frente, e correr o risco de me escarrapachar. Porque posso não cair. E se não me lanço, não saberei. Pronto, este lado sou muito eu. O do ir em frente, sempre. Doa a quem doer, custe a quem custar, mesmo que seja a mim. Mas os meus 33, já me incutem alguma cautela. E já me avisam que há quedas e quedas. E que existem algumas que devemos evitar. Não vão elas deixar-nos alguma mossa daquelas torcidas de desaparecer. Sim, porque existem dessas. Que bálsamos, afagos e mesinhas, não chegam para eliminar, ou mesmo só, para atenuar. Felizmente, não transporto nenhuma dessas, mas há uma primeira vez para tudo. A modos que é assim que estou. E a modos que não gosto lá muito.

Mau. Muito mau...

Ontem, vislumbrei os distúrbios causados no jogo de Sábado, do Benfica com o Olhanense. Eu já gostei de futebol. Já fui ao Estádio, já vibrei. Ainda gosto, se vivido de forma saudável, o que é raro. Repugnam-me as atitudes de certa gente, perante um simples jogo de Futebol. Recordo, num dos mais recentes que assisti, a chegada das claques, oficiais ou não, de uma forma totalmente espalhafatosa, assim a lembrar os Homens das Cavernas. Aos berros, aos gritos, e gesticulando coisas estranhas, como se de verdadeiros animais se tratassem. Experimentei uma sensação estranha, perante tal cenário, no mínimo, constrangedor. É vergonhoso, o extremo a que se levam, determinadas facetas da vida, que deveriam ser de entretenimento. Revela-me pessoas de objectivos trocados, prioridades invertidas, e com uma tremenda falta de bom senso. Como de resto, qualquer fanatismo. Não gosto deles. De todo. Sejam de que ordem for.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A feira...

Inicio o tremelico, quando na sexta ouço um, filha, no Domingo vou para a caça. E tua mãe quer ir à feira de manha. Esfrego a cabeça ( tique antigo, quando algo que não gosto, está para me acontecer), e ainda sonho que talvez a Senhora se demova desta terrível ideia. Ontem, pela tardinha, recebo o tão temível telefonema, com o pedido implícito. Não gosto de falhar a quem mais me acolhe, e, obviamente, acordei leva-la. Após a curta noitada de ontem, a levar com o bando das Gajas indecisas, começo a manha, assim a dar para o cedo, e lá vamos, rumo ao nosso destino. Tudo estava a correr normalmente, quando descubro que o Concelho inteiro e arredores, resolveu poisar na feira, ao Domingo de manha. Mas esta gente não vai à Missa? Nem na época Natalícia? Juro que não entendo. Uma hora de fila para chegar ao destino, uns bons dez minutos para estacionar, e eis que descubro que cheguei ao sítio mais povoado por metro quadrado do planeta. Qual China, qual quê. Feira de Santana, ao Domingo de manha, isso tá bem. Entre bancas, banquinhas, carteiras Louis Vuitton, e Carolina Herrera, do mais falso que existe no mundo, a minha mãe lá descobre a feirante pretendida. Conclui, nos entretantos, que não existe o que procurava. Bravo, vamos no bom caminho. Lá se passeia mais um pouco, aos encontrões, e com o cheiro a sovaco típico das multidões. Entre o 5 pares um euro, e o venha lá vere que é barato, oiço o tão esperado, vá filha, vamos embora. Ufa, respiro de alívio. Pela minha parte, não tenho nada contra feiras. Já tenho até feito algumas compras interessantes. Mas confesso que ao Domingo pela matina, encontro sempre qualquer coisita mais agradável para passar o meu tempo. Antes da abalada do suplício,uma paragem numa barraquita, a fim de ingerir uma bomba calórica frita, dentro de umas boas fatias de pão caseiro. Num daqueles estabelecimentos imunes à ASAE. Sim, aqueles onde se fritam mil febras numa frigideira, onde não existe qualquer instalação sanitária, onde o pão vem em sacas, e o porco do quintal da tia Maria. Foi o que salvou a viagem. E pronto, já desmistifiquei a imagem de tia, que se calhar já construíam de mim. Não sou nada disso. Não gosto da confusão das feiras. Mas sou do povo. Do mais simples que há. E fico feliz por isso. Bom Domingo.

Nada disso, ok??

No jantar de hoje, fala-se de tudo um pouco e de nada em concreto. Nós, Mulheres, não há quem nos entenda. Nem nós mesmas arrisco dizer. Perguntamos mil vezes a mesma coisa, não porque não saibamos a resposta, mas sim porque a que temos, não é bem a que queríamos. Ou então até pode ser, mas poderá sempre existir outra igualmente valiosa. É a típica indecisão feminina, patente na maioria do mulherio. Maioria, não disse todas. Há excepções, como eu, claro :). E depois ficamos muito admiradas quando eles nos chamam chatas. Nhahaaha, disparate. Não somos nada. Eles é que, não sei porquê, não têm paciência, para estar durante duas horitas consecutivas, a tentar decidir a cor de uma parede. Vá lá entender-se estas limitações (Aqui que ninguém lê, eu entendo. Juro que entendo. Tive quase a fugir, mas o Polvo à Lagareiro estava divinal, e segurou-me o rabo no assento).

Hoje fui eu...

A correria dos dias leva-nos de arrasto quase sem dar-mos por isso. E o tempo anda, foge, e pequenas coisas que nos dão prazer ficam pelo caminho. Porque há sempre algo mais importante a fazer. Porque há sempre alguém que nos solicita. É bom, claro que sim. Dá-nos um preenchimento intenso, e uma sensação de vida. Mas por vezes, escassas que sejam, sabe bem esquecer que o mundo existe, e tirarmos um pouco para nós. Só para nós. Para o que nos apetecer no momento. Sem horas, sem pressas. Hoje tive uma tarde dessas. Normalmente corro para o pé do mar. Hoje o destino foi outro. Mas soube-me igualmente bem. Foi meu. Muito meu.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ser mãe é...


Terminar um jantarito de sexta feira, de uma semana tramada como um raio, e preparar-me para me deliciar com um Haagen Dazs. O meu pequeno, é fanático por umas sanduiches da marca Pingo Doce, e queria uma. Vou ao congelador, e descubro algumas sanduiches, e uma réstia de Haagen Dazs, no fundo da caixa. Preparo-me para o meu pequeno repasto, quando oiço um terrível, mãããeee, quero antes esse. Dei-lhe tudo. Pronto. É isto.

:(

Há pessoas que ao longo na nossa vida nos marcam. Pela positiva, ou pela negativa. Tenho de ambas, como toda a gente. Quem me lê, decerto desconfia, que tenho uma personalidadesita assim a dar para o torcido. E desconfia bem, sim Senhor. Mas ainda assim, por muito dura que possa parecer, ou que seja de facto, não sou isenta de sentimentos bons, mesmo por quem me marcou negativamente. Muito negativamente. Soube ontem que ela tem uma doença rara e grave. Muito grave. Não mantenho contactos próximos, apenas alguns ditos de circunstância. Mas perturbou-me. Perturbou-me saber que não está bem. Saber que corre risco de vida. Há quem consiga riscar definitivamente. Eu posso até riscar das relações, mas não consigo riscar do coração. Assim, de todo. E por muito que me tenham magoado. Não será decerto o caso, mas sinto que a ajudaria no que estivesse ao meu alcance, se ela carecesse dessa ajuda. Tenho até vontade de lho dizer. As fragilidades sérias de alguém incomodam-me. Seja quem for esse alguém.

Das evoluções...


Lembro-me da sua chegada, e da efusiva recepção em tudo quanto era lado. Os Silence 4, surgiram a cantar em Inglês, e foram adorados e criticados por muitos. Vi-os várias vezes, em concertos sempre a dar para o morno, com alguma apatia, e pouco ou nenhuma interacção com o público. Apesar de tudo, a música ouvia-se. Digo eu, a título pessoal. De qualquer forma, as minhas preferidas nunca foram os grandes sucessos, como Borow, ou My Friends. Para mim, entre outras menos comerciais, a cantada em Português Sextos Sentidos, a par com o Grande Sérgio Godinho, fazia-me as delícias, e pouco se ouvia. Não caiu no goto do pessoal, pronto. E nestas coisas da música, cair no goto é meio caminho andado. É como em tudo, de resto.

Hoje, pela manha, apanho um Cry For Love, no caminho para o estaminé. Já vislumbrei programas de música onde aparece um David Fonseca, agora a solo, a falar do seu novo álbum. Para mim, é mais uma vez, mediano. Nada de extraordinário, mas agradável. Mas o que me sobressaiu, foi uma maior abertura do Artista. Uma maior simplicidade, uma postura mais próxima. Agradou-me. Revela mais maturidade, menos presunção. Ficou a ganhar. Com a descoberta de que pode manter o charme, e dar um sorriso ao mesmo tempo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Carta aberta

E as perguntas continuam. Como se o mundo estivesse parado ou assim. Mas não está. O mundo gira, e segue. E ás vezes, o melhor mesmo é ficarmos sem reposta. Quando a sua procura já ultrapassa o limite do razoável. E seguir na mesma, com as dúvidas e as incertezas que as situações nos criam. Ás vezes penso nas nossas divergências. De como crescemos lado a lado e de repente, tu seguis-te um caminho e eu segui o outro. De como duas pessoas podem ser tão próximas e ficar tão distantes, simplesmente por pequenas coisas, como tu gostares da noite e eu gostar do dia. Como tu ouvires Fraz Ferdinand, e eu ouvir Machael Bublé. Como tu gostares do Sporting e eu do Benfica. Como o tu gostares de jogos de playstation, e eu preferir ler, ou passear. De como tu leres Fraz Kafka e eu ler Miguel Sousa Tavares. Mas ambos lia-mos Gabriel Garcia Marques. E ambos gostávamos de música, de Manuchao, e do Álbum Esperanza. E ambos gostávamos de chamar nomes parvos um ao outro. E de gatos e de cães. E de jogar xadrês, de forma concentrada e atenta, como se soubessemos realmente o que estavamos a fazer. E de andar de mão dada na rua, coisa que nunca mais fiz com ninguém. Ás vezes julgo, que o que afasta as pessoas, mais do que as divergências, ou o pouco ou muito que partilham, são os nossos objectivos e a nossa personalidade. E o que esperamos do mundo e dos outros. Isso sim, e não as simplicidades que atrás enumero. Se o meu objectivo fosse ficar contigo e o teu ficar comigo, estas diferenças nem se viam. Ou se se vissem, assumia um papel menor, em vez de um maior. O cerne, são os caminhos. As vontades. Se eu fosse submissa, passiva, teria aceitado a tua forma de ser, e os teus objectivos, muito distantes dos meus. Não sou. Não consigo prolongar além limites, situações que me perturbem. Porque preciso de mais. Podia não precisar, mas preciso. Preciso de estar bem. Foi isso. Muito mais do que a música, os gostos, ou isso assim. Ainda não descobri, se te invejo ou não, a forma simples como consegues analisar as coisas. Mas sei que não te invejo a necessidade incessante de explicar tudo e mais alguma coisa.

:)

Entretanto descubro, que alguém que me é muito querido, me quer oferecer, assim, em forma de presente Natalício, um Kit para o Oeiras Alive. Aquele, que vai ser encerrado pelos Peal Jam. Fiquei a modos que bem disposta. A chuva, o frio, algumas pessoas, estão a tentar que eu pare de sorrir. Mas hoje não vai ser fácil. Não vai não.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Forças e assim...

Olho para ela, e penso onde vai buscar força para tanta felicidade. Sim, porque para ser feliz, é preciso ter força. Este mundo rançoso, empurra-nos para a infelicidade com uma força maior. Ela tem essa força, vinda não sei de onde, mas qualquer dia, ainda lhe pergunto. Embora ache que ela não saiba a resposta. Dinheiro, não tem. Saúde, nem por isso, e à sua volta, ainda menos. Trabalha que nem uma moura, de sol a sol. Assim, meio de arrasto, pois as suas pernas já teimam em não andar normalmente. Apanha-me na esquina, e conta-me algumas das suas maleitas. Isto, aquilo, assim e assado. Tantas, que já penso onde conseguirá encaixar todas, dentro da sua consciência. Um dos segredos, deve estar aí. Deve conseguir envia-las, de forma sapiente, ou miraculosa, não sei muito bem, directas para o inconsciente. Aquela parte da nossa mente, da qual nos conseguimos abstrair por tempo considerável. Esta arte, também eu queria, mas não me parece que a atinja. Nos entretantos, mexe nos bolsos, e encontra uma moeda de dois euros. Pouco mais lhe deve restar, mas insiste que temos de beber um café. Para pagar a consulta, diz-me. Lá aceito, a contragosto. Oiço mais algumas, e de repente, acho os meus desencontros tão insignificantes, que quem devia pagar-lhe consulta, era eu. Coisas. Daquelas que me fazem pensar.

Vaidades

Termino-o num ápice. Não se pode considerar uma obra literária, mas afirmo com convicção, tratar-se de uma boa dissertação sobre relações. Dos meandros, do antes, do durante e do depois. E de como tudo funciona no antes, e mesmo no depois. No durante, é que o caso é sério. Muito sério. Aconselho a quem goste do tema, e a quem goste da escrita de Pedro Mexia. Muito própria. Muito taxativa. Nada de rodeios, nem de estratégias literárias. Gostava de também ser assim. Adiante. Envolta numa manta castanha de pelo, faço a minha habitual auto-análise. Desta feita foi tremenda. Espicaçada com o que acabo de ler, também só podia. Assalta-me por ora, algum incómodo. Com isto e com aquilo. Algumas vontades intrínsecas recalcadas à tempo de mais. Hoje de manha quando acordo, ainda envolta no pelo castanho e de televisão ligada, digo para mim, como se fosse preciso, que para grandes males, grandes remédios. E a decisão está tomada. Como ainda sofro da terrível vaidade, que tento controlar, mas está difícil, enfio-me dentro de um elegante vestido preto, com umas botas de salto. Também ficaria bem de botins, mas para pequena, ou média vá, já chego eu. Envolvo-me num lenço lilás, e saio confiante de casa. Hoje, precisava de sair assim. E saí.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Gosto de as ter por cá

Não sei se será só na minha Santa Terra, se acontece por aí... É que tenho dezenas de andorinhas a rondar a minha janela. Ainda julguei ser a minha burrice, em matéria de espécies, a confundir a passarada. Mas não. Olhei de perto, e são mesmo andorinhas. Não sei que se passará, mas soa-me a estranho. Por esta altura do ano, e segundo todas as teorias migratórias, elas deveriam estar situadas, um pouco lá mais para baixo. Será que andam perdidas?? Se calhar, descobriram que nesta casita mora alguém também um cadito à deriva, e vieram por solidariedade. Tão queridas :) Estranho, ou não, gosto de as ter por cá.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pearl Jam


Eles vão voltar. E eu mal posso esperar por voltar a ouvir ao vivo, um Oh, I, oh, I'm still alive.
Amo todas. Mas esta amo de paixão. E amar de paixão é assim uma coisa diferente. Amar de paixão, é sentir sempre com a mesma intensidade. Não importa se já ouvi mil vezes. Não importa se existem outras melhores. Importa que vibro. Que me arrepio quando a oiço. E é sempre assim. Sem desgaste de tempo ou outras coisas corrosivas. É isso amar de paixão. Tenho outras. As que amo. Que gosto sempre, mas que não me causam este estado de espírito. As de paixão. Que adoro no início, mas que com o tempo esmorecem. Ainda hei-de encontrar muitas mais coisas, que eu ame de paixão. É que não tenho assim lá muitas.

Não sei se não fosse a dita...

Descubro que estou mesmo num dia não, já no fim da tarde. Já existia um pronúncio, mas tive a confirmação. Na labuta, tudo acontece na hora de eu sair. Tudo liga, tudo quer qualquer coisa urgente. Todos têm um problema maior. Vocês não me conhecem, mas eu sou assim tipo bisonte. De costas larguíssimas, e com braços enormes que aparam tudo. É isso. Saio, e na minha habitual correria, esbarro com uma parecida comigo. Mas esbarrei mesmo. Ou melhor, não fui eu e ela, mas o meu carro e o carro dela. Melhor ainda, o meu espelho, e o espelho dela. Paramos. Olhamos uma para a outra. Não fazemos a mínima ideia, de quem ia mais fora de mão. Ela resolve ligar ao marido. Eu, não sendo portadora desse apêndice, não ligo a ninguém. Ainda pensei ligar ao ex, mas achei que não era indicado. Ouço o marido da desgraçada aos gritos do outro lado. Ela tenta acalma-lo, mas estava difícil. Diz-me a minha consciência, Guarda CF. Guarda este episódio para a posteridade. Para lembrares nos teus momentos de fraqueza, em que te auto incriminas, por vagueares neste mundo, só que nem uma ilha. É por estas coisas. Por estas e por outras assim. Adiante. Chegamos à conclusão, com o aval do marido da Senhora, que o melhor seria cada uma assumir os prejuízos, e pronto. Assim foi. Venho para casa. Tenho por ora um espelho, para me levar uma parte considerável, do meu parco subsídio natalício. Desvantagens de não ter apêndices histéricos, aos gritos nos ouvidos. Que nestas coisas costumam gritar, e vociferar chavões depreciadores da condução feminina, mas acabam sempre por dar uma mãozinha. Enfim. Tudo tem um lado lunar.
Vou pro sofá. Hoje, mereço. E ainda dizem que quem tem capa sempre escapa. Queria ver o meu dia hoje se não tivesse levado a dita.

Hoje...

Hoje o dia é especial. Especial de uma forma estranha. Num misto de alegria e saudade. Estranha esta dicotómica sensação, que não nos permite de imediato distinguir, se nos sentimos bem, ou nem por isso. Acordei estranha. Com uma vontade intensa de continuar emergida nos sonhos, por mais um bocado. Lá atinge-se uma liberdade como não há. Se já me considero liberta por terrenos mundanos, na terra dos sonhos, sou-o em pleno. Mas não posso ficar. A vida, como sempre, chama-me com voz de comando. Não me dá tréguas, e ainda bem. Ganho coragem, e venho. Antes de sair de casa, ponho uma capa ao xadrês. Já a achei linda de morrer, agora só a acho bonita. Ela decerto não perdeu predicados. Logo, ou são os meus olhos que estão mais selectivos, ou é a natural evolução das coisas. Que quando são hábito, perdem a graça. Deixam de ser magníficas, para passarem a ser simplesmente boas. Ou ás vezes, nem isso. Mas enfim, por ora chega-me. As capas aquecem o corpo. E pode ser que hoje, este, me dê um aconchego à alma.

domingo, 6 de dezembro de 2009

...



E agora vou até ali ver o que o Grande PM, diz sobre este assunto. Obrigado T.

Pessoas

Existem pessoas que nos marcam. Porque são grandes. Grandes por dentro. E esta grandeza pode ser por várias coisas. Por bondade, pela capacidade em serem livres. Pela paz que nos transmitem por existirem. Hoje, rocei uma dessas pessoas. Gosto quando isto acontece. Fazem-me acreditar, que afinal o Mundo, pode ser um sítio bom para se viver.

O Circo.


O Circo, foi de facto fabuloso. Valeu por tudo. O rebento adorou, e eu rendi-me. A única coisa que assinalo pela negativa, é o desrespeito que algumas pessoas têm pelos artistas. Começando a levantar-se antes do final do espectáculo. Fica mal. Mesmo muito mal.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Quase perfeito


Fim de semana. Nem sempre, mas desta feita, apetecia-me. Apetece-me o calor da minha casa. As compras de Natal. O circo que vou ver amanha com o meu rebento. Embora não seja dos espectáculos que mais aprecie, gosto de ir. Pela envolvência, pelo rebento que adora, pelo incentivo que gosto que tenha, para ver algum tipo de arte.

Na volta, e já pelo escuro, passagem obrigatória na Árvore do Parque.
Bom. Tudo muito bom.

Se ainda me falta qualquer coisa para ser perfeito? Falta. Ainda me falta. Mas a minha avó dizia que a perfeição não existe.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Festas...

O dia está de um cinzento negro como breu. Ou é isso, ou são os meus olhos, que especialmente hoje, não vislumbram outras cores. Olho pela janela, e as árvores abanam. Eu, embora não aparente, abano quase tanto como elas. Olho para alguém que joga cartas com outro alguém. Gosto de jogar. Sempre gostei. Bingos, Roletas, Xadrês. Os jogos tradicionais de cartas também me enchem o olho. A lerpa, o Pocker, o King. Sim, o King, agrada-me especialmente. Ganham-se umas, perdem-se outras. E no fim, temos as festas. Onde cada um é Rei, e joga, para cima ou para baixo, como bem lhe aprouver. Comandamos as jogadas na nossa festa, é isso. No cômputo geral, nem interessa muito o resultado. Interessa que se jogou, se experimentou, se arriscou, se perdeu, e se ganhou. E se festejou. Isso. Se festejou e assim.
Vou até ali, ver se aligeiro o dia. Há coisas que costumam resultar. Hoje, e na falta de chocolate, chupo um rebuçado de mentol. Não é bem a mesma coisa, mas eu sou adaptável.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Perdões e assim. E ainda a debilidade das coisas.

Depende. Da intenção, da coisa em si. O perdão é uma dádiva divina, dizem. Quem o consegue, vai no caminho certo. Pela minha parte, confesso que não sou assim tão pragmática. Perdoo com facilidade muitas coisas. Distracções, palavras ditas no calor de um momento, coisas sem sentido e sem significado. Golpes profundos, tenho dificuldades sérias em perdoar. Injustiças, ou situações que demonstrem desrespeito por mim. Que me prejudiquem deliberadamente. Não quero com isto dizer que deixe de falar com a pessoa. Ou que torne as relações desagradáveis. Sou dona de alguma diplomacia, que me acompanha de perto. Que uso e abuso. E aproveito também. Simplesmente, não me esqueço mais. E a pessoa em questão passa a ser só mais uma, e pronto.
Mas por outro lado, acompanho profissionalmente perdões impossíveis que me ultrapassam. Aqueles entre mães e filhas ou assim. Que não mais se falam, não mais se acompanham, não mais se vêm. E é aí que a vida me testa e me pergunta e agora, que farias? E é aí que não sei a resposta, ou se calhar, talvez até saiba, não sei.
Julgo que em relações de grande proximidade, o perdão adquire outro significado. Quem ama de verdade, não age para magoar. Se o fez, algo de carácter muito profundo correu mal.
E má, muito má, é a mágoa que deixa este imperdoável.

Diz ela, que a lágrima está sempre acesa. Eu, na minha ignorância, digo que ela fez mal em não perdoar. Ela, do alto dos seus 96, diz que a ofensa foi grande demais. Mas que já tentou, e que perdoaria, se houvesse vontade do outro lado. O outro lado não tem vontade. Ficou inchado, por ter errado, e não ter sido imediatamente perdoado ( Palavras da Dona A. Não minhas que falo com a fragilidade de conhecer só uma das partes). Provavelmente, a Dona A. morrerá sem perdoar a filha. Porque o perdão precisa das duas partes. E é aqui que a vida me ensina que há orgulhos, que se calhar, são um bocadinho bestas. Não sei, digo eu, admitindo situações e situações, e daí ter incluído antes do bocadinho bestas, um se calhar.

Porque neste mundo profano, tudo é suficientemente débil para se quebrar. E pouco parace valer o suficiente para se manter.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

São Tomé e Princípe


Diz-me que vai para São Tomé. Eu, relembro de imediato, um adolescente que acompanhei na CPL (a sempre minha CPL), vindo do Príncipe. Longas horas passei a ouvi-lo falar do Príncipe. A ver fotos, e a ouvir a sua história de vida. Tinha um carinho especial por ele. Digam o que disserem, ético ou nem por isso, a relação terapêutica, estabelecida com os pacientes, não é igual. Varia de acordo com diversos factores. Admirava a história daquele rapaz, que deixou o seu País por doença da mãe. Vieram os dois para Portugal. Vazios de bens e de coisas. Mas com vontade de viver e de lutar, como pouco se vê. Perdi-lhe o rasto, quando terminou o curso. Acredito que esteja bem. Ou que, se porventura não estiver, estará a lutar por isso.
Falava do Princípe com paixão. Muita paixão. E eu gosto quando me falam assim. A paixão e a alma dão-me energia e bem estar. Empolgam-me, sei lá. Não sei se me habituaria a viver num sítio tão ermo. Não faz parte das minhas ambições ou projectos, porque, e muito embora a vida na cidade ás vezes me canse, gosto dela, e julgo que não a conseguiria trocar por uma calmaria infinita. Mas ainda assim, é uma daquelas coisas que ás vezes me fazem inveja. Sim, porque eu ás vezes tenho inveja. No bom sentido, mas ainda assim, inveja. Inveja sobretudo de quem vive os momentos sem olhar ao tempo. Que ás vezes, muitas vezes, me falta e me foge. Hoje fugiu-me, o bandido. Também, por vezes, já nem faço para o agarrar.
Em passeio, é uma das minhas rotas marcadas. Não sei para quando. Mas isso também não importa.

O eu e o tu...

Falo. Escuto. E cada vez mais me convenço de que ou somos mesmo fortes, ou fingimos que somos, ou estamos tramadas. Tento ser, com erros e actos falhados. Corro o risco de ser apelidada de fria, de distante, e de outros nomes menos abonatórios. Sou clara nas observações. As coisas são o que são, e não costumo pinta-las de cores. Congratulo-me a mim mesma de conseguir atingir um estado que chamo de respeito por mim. Onde o eu, tem um valor inestimável. Só assim, o tu não me afecta em demasia. Se me entrego? Sem dúvida. Não deixo, nem deixarei nunca de investir em quem ache que vale a pena. Desmesuradamente? Sem chão? Esquecendo o eu, em prol do tu? Não me parece. E cada vez me parece menos. A não ser que seja apanhada nas curvas por algum amor assolapado, daqueles que acontecem nos filmes ou isso assim. Coragem minha querida. Eles só nos fazem o que nós deixamos. Ok ok, potenciais leitores do sexo masculino, não me excomunguem. O vice versa, fica bem por aqui, e eu não sou nada tendenciosa.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Momentos...


Felicidade é sempre felicidade, é certo. Ou melhor, momentos felizes são sempre momentos felizes. Mas ainda assim, há momentos e momentos. E os que surgem quando menos se espera têm um sabor aguçado. Tudo pode ser igual. A envolvência, o ambiente, a partilha. Mas o inesperado é um nobre mágico, que acentua os sentimentos. Ou é isso, ou a nossa expectativa, que quando ansiosa, espera demais. E quando se espera demais, facilmente surgem desilusões e defraudes. Quando pouco se espera, tudo sabe a muito. É como o efeito de um carro de madeira, no Natal de uma criança de outrora.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

:(


Pois é, não fui. Mas tive pena... Isto de juntarem dois grandes Concerto no mesmo mês, também tem muito que se lhe diga. Uma pessoa tem de escolher, ou tem de se empenhar até ao tutano. Diz quem viu, que foi monumental. Pois, deve ter sido, deve.
E esta coisa das escolhas da vida, ás vezes irrita-me. Nem sempre, mas ás vezes.

domingo, 29 de novembro de 2009

Coisas...



O avô foi ao estádio. E resolveu trazer uma coisa destas para o neto. E eu estou a modos que chateada. A modos que muito chateada. E agora tenho um pequeno ser, a rondar-me com um pijama verde vestido ( coincidência??), e com aquilo ao pescoço. E ainda com um balão verde, que também tem o nome do clube impresso. E grita coisas estranhas como viva o Sporting e tal. E uma pessoa tem de levar com isto.

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