sábado, 26 de dezembro de 2009

Das parolas empreiteiras...

Em comunicação com a parolice, descubro que, algumas delas, se encontram numa empreitada, na ajuda afincada, a uma das parolas empresária. Prontamente me disponho a passar no estaminé, imaginando todo um cenário de vernizes, unhas de gel, frascos e frasquinhos de cremes, e outras delicias femininas. Deixo o rebento num aniversário de um qualquer garoto azarado, que resolveu nascer no dia após ao Natal, e rumo até elas.
Quando chego, deparo-me com um cenário deveras aterrador. A obra, está um pouco aquém do que eu esperava. Muito, vá, para quem quer abrir portas, já em Janeiro. Por ora, os vernizes, e afins, ainda estão todos no caixote, repousando languidamente. O que se vê por lá, são latas de tinta, fita isoladora, escovas e vassouras, e outros artefactos, nada a ver com beleza feminina, mas sim, com terror. Quase sem eu dar por isso, ainda mal tinha distribuído as beijocas da praxe, e já tinha uma espátula na mão. O pretendido, era que raspasse uma cola de uma qualquer porta ridícula, enquanto elas, continuavam com as pinturas. Eu, CF, que adoro estas coisas da bricolage, sou assim, apanhada desprevenida, num Sábado de tarde, por três parolas armadas em empreiteiras. E era ver-nos lá. Elas, de calça de ganga esfarrapada, e camisolona larga, assim, mesmo à empreiteira, preparadíssimas. E euzinha, com a minha calcinha preta, botinha creme, e casaquinho de xadrês, muito compostinha de espátula na mão, a fazer a risota de quem passava, e me postava os olhos, através da ampla montra, completamente a descoberto. Gostava de saber, por onde anda agora, a minha reputação. A minha sorte, era ter o rebento para ir buscar, e a tarefa não se poder estender ad eternum. Se não, por esta hora, ainda estaria por lá, após ter sido apanhada à traição, por três parolas malvadas. Para a próxima, não me apanham assim, não, que eu espreito bem da porta, antes de entrar. Suas cabras. Piolhosas.

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