quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Carta aberta

E as perguntas continuam. Como se o mundo estivesse parado ou assim. Mas não está. O mundo gira, e segue. E ás vezes, o melhor mesmo é ficarmos sem reposta. Quando a sua procura já ultrapassa o limite do razoável. E seguir na mesma, com as dúvidas e as incertezas que as situações nos criam. Ás vezes penso nas nossas divergências. De como crescemos lado a lado e de repente, tu seguis-te um caminho e eu segui o outro. De como duas pessoas podem ser tão próximas e ficar tão distantes, simplesmente por pequenas coisas, como tu gostares da noite e eu gostar do dia. Como tu ouvires Fraz Ferdinand, e eu ouvir Machael Bublé. Como tu gostares do Sporting e eu do Benfica. Como o tu gostares de jogos de playstation, e eu preferir ler, ou passear. De como tu leres Fraz Kafka e eu ler Miguel Sousa Tavares. Mas ambos lia-mos Gabriel Garcia Marques. E ambos gostávamos de música, de Manuchao, e do Álbum Esperanza. E ambos gostávamos de chamar nomes parvos um ao outro. E de gatos e de cães. E de jogar xadrês, de forma concentrada e atenta, como se soubessemos realmente o que estavamos a fazer. E de andar de mão dada na rua, coisa que nunca mais fiz com ninguém. Ás vezes julgo, que o que afasta as pessoas, mais do que as divergências, ou o pouco ou muito que partilham, são os nossos objectivos e a nossa personalidade. E o que esperamos do mundo e dos outros. Isso sim, e não as simplicidades que atrás enumero. Se o meu objectivo fosse ficar contigo e o teu ficar comigo, estas diferenças nem se viam. Ou se se vissem, assumia um papel menor, em vez de um maior. O cerne, são os caminhos. As vontades. Se eu fosse submissa, passiva, teria aceitado a tua forma de ser, e os teus objectivos, muito distantes dos meus. Não sou. Não consigo prolongar além limites, situações que me perturbem. Porque preciso de mais. Podia não precisar, mas preciso. Preciso de estar bem. Foi isso. Muito mais do que a música, os gostos, ou isso assim. Ainda não descobri, se te invejo ou não, a forma simples como consegues analisar as coisas. Mas sei que não te invejo a necessidade incessante de explicar tudo e mais alguma coisa.

2 comentários:

  1. O que mais me chateia é não conseguir detectar o momento em que os caminhos começam a divergir e isto aplica-se a amores e amizades.
    Quando damos conta já estamos em caminhos paralelos que jamais voltam a convergir, nem tivémos tempo de dizer adeus...

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