quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Das expressões...


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se as expressões. Pôs-me a pensar, o novo filme da Disney Pixar. Up - Altamente.

Altamente, era uma expressão frequentemente utilizada na minha adolescência. Entretanto substituída por bué de fixe, que perdoem-me a franqueza, mas ouvido, só me lembra mesmo é muitos peixes. Mas enfim, adiante.

Engraçada esta gíria que os jovens utilizam, usam e abusam, e entretanto cai em desuso, e, muitas vezes se desvanece. Como tudo na juventude, pronto. Vem, ganha-se uma febre, vive-se intensamente durante um tempo, e desaparece, ou quase.

Existem algumas que me marcaram e com as quais sempre simpatizei. Umas da minha adolescência, outras já da minha adultez. Da adolescência, o altamente, é mesmo uma delas.
Como também Miúda, para designar as raparigas ou até as namoradas. Lembro-me de, aquando da minha entrada na faculdade, o Miúda ser substituído por Dama. Já não me apanhou, mas confesso que adorava o pressuposto. Oi Borrachinho. Uma das que eu amava. Era linda, um amor, uma ternura. Desapareceu num instante, para dar origem à vulgar e depreciativa Boa como o Milho; teve origem, não sei bem como, mas a minha adolescência foi marcada por ela. Hoje, ainda se usa, mas muito menos; digo eu... Surgiram entretanto o Podre de Boa, o é Carapau ( esta, confesso que nunca entendi muito bem; ainda se fosse sardinha, talvez entendesse, agora carapau), e por aí fora. Nenhuma delas, diga-se em abono da verdade, muito animadora.
Nós mulheres, também já designamos os nossos queridos sócios de várias formas. Ainda me lembro de quando eram um Pão. Comigo, que até gosto de pão, a coisa até fazia sentido, verdade seja dita. Hoje em dia, já há um tempo que não oiço essa expressão. Oiço outras, como aquele ali é um Charme. Mas esta ainda não descobri bem, se a uso e oiço só porque estou a ficar velhota; se calhar até já se usava antes, e eu não sabia o que isso era.
Mas convenhamos que, seja qual for a razão, Charme, é uma palavra muito mais gira, embora nem seja considerada gíria...
Para o estado de alcoolismo, deparamos-nos também com diferentes termos em diferentes épocas. A minha avó, aquando das chegadas do meu avô a casa, mais pingado do que o costume, rematava de imediato com um estás bêbado que nem um cacho. Lembro-me de alturas em que se dizia apanhou a piela, para designar o excesso da pinguita. Agora, oiço uma estás com uma grauzeira do pior, ou ainda estás cá com uma tosga... Todas muito lindas, como devem constatar.


E existem muitas outras, algumas delas focando determinadas partes do corpo masculino e feminino, nas quais não me vou perder, pronto. Porque o meu blog é um blog muito sério :)

De qualquer forma, e só para que saibam, o Up, é mesmo altamente. Uma história de ternura, amizade e umas boas gargalhadas.
E já agora, para alguém eventualmente curioso, não, desta feita não fui sozinha. Fui devidamente acompanhada de duas melguitas e da minha amiga C. A minha amiga C, que em tempos seria apelidada de marca caixote, ou ainda roda baixa. Mas vá lá, tem sorte. Como é nos dias de hoje só tem a terminação inha...

4 comentários:

  1. O "é Carapau" é muito antiga :)
    Todas as gerações têm tiques de linguagem que muitas vezes se entranham e resistem nas mesmas pessoas ao longo dos tempos. A geração anterior à minha, aquela que esteve presente na guerra colonial, utilizava muito o "pá" e, nas classe mais altas, "merda" era um termo de eleição. A minha geração elegeu o "ya" como substituto do "sim" e eu ainda hoje me descaio com esse, de vez em quando :)
    Quanto ao filme, desde que estreou que ando a dizer que gostava de o ir ver, vamos lá ver se consigo...
    Bom texto CF
    Um beijinho

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  2. Vai Antígona. É que vale mesmo a pena...

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  3. Já vi o filme, gostei e recomendo a ver em 3D.
    também fui devidamente acompanhado de duas melguitas maravilhosas.
    bj

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  4. Foi ALTAMENTE!!!!
    "Miúda", se eu te contar uma coisa "juras do coração"???
    Bjs amiga
    CM

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