sexta-feira, 30 de março de 2012

Livros

Na fila do correio encontro livros diversos. Um deles, de autora desconhecida pelo menos para mim, intitulava-se de qualquer coisa como "A melodia do Amor". Estava delicadamente envolvido por um tule azul bebé, com brilhantes incrustados. Não percebo, ou melhor, não concordo. O amor não é azul bebé, não é doce, nem fácil, nem sequer é delicado. O amor é intenso, uma mescla de sentires muito fortes, por vezes difíceis, quase que violentos. O amor de cores claras, cravejado de lacinhos e corações sorridentes que povoam os sonhos e os livros, imagina-se, ambiciona-se, cria-se dentro dos corpos carentes, mas não é verdadeiro. O verdadeiro é aquele que dói tanto como compensa, que nos dá o mundo enquanto nos tira o chão, mesmo quando tudo corre da melhor forma possível ( gosto desta expressão). Quem ama ou já amou, sabe exactamente do que falo. Quem somente sonha, lê estes livros enquanto se baba nas páginas, ao mesmo tempo que deixa cair nas entrelinhas umas lágrimas de sangue sofrido, apenas na imaginação. No final fecha-se e espera-se.

( Perdoo-lhe os brilhantes, apenas e só. Sim, o amor real também brilha)

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