domingo, 20 de dezembro de 2009

Impossibilidades


Pois, eu acho que não. A pergunta surge malandra, quase que para me apanhar. Como se quem perguntou, quisesse uma resposta positiva, daquelas apaziguadoras. Desculpem, mas acho que não. Atracção, carne, sexo? Sim, por aí. Isso por duas, por três, e por aí fora. É um puro instinto, básico e animal, embora obviamente, subjacente a constructos internos. Mas ponto. Agora Amor? Aquele descrito por Florbela Espanca ou por Fernando Pessoa? Aquele onde tudo converge num sentido? Quando o resto do mundo perde importância, e tudo, ou pelo menos muito, está ali? Quando quase nos esquecemos de nós por alguém? Quando respeitamos, queremos, desejamos, cuidamos e ansiamos, assim, tremendamente? Aquele que nos protege e tranquiliza, como se tudo à volta pudesse ruir, que pouco importa? Porque estamos ali, naquele sítio, naqueles braços. E só por isso, porque isso chega. É simples, mas chega. Não acho possível, não. Admito perfeitamente, mais do que um amor ao longo do tempo. Evoluções, e transformações de sentimentos e de pessoas. Acho possível, embora difícil sentir Amor de verdade por alguém. Sentir por duas pessoas em simultâneo, acho utopia. Serão outros sentimentos. Inúmeros sentimentos. Que por não serem tão puros ou belos, não deixam de ser dignos e reais. Há que admitir, sem embaraço. É importante entender o que se sente, e perceber o que nos faz felizes. Se for Amor, óptimo, se não for, óptimo também. Desde que vivido em pleno e em respeito. Digo eu, obviamente.
Bom Domingo. Com Bolo Rei, e assim. E aproveitem ainda, se tiverem um Amor por perto. E se não tiverem, aproveitem também.

3 comentários:

  1. É amor, tudo...há é vários tipos de amor. Prefiro assim. Não?

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  2. Não sei Sandra. Claro que há várias formas de gostar. Do que falo por aqui, é daquele profundo. Da relação a dois. E esse, só acho possível a dois mesmo. Mas isto sou eu, obviamente :)

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  3. "Que por não serem tão puros ou belos, não deixam de ser dignos e reais." CREIO QUE ESTA FRASE RESUME TUDO. A partilha ou a impossibilidade dela.

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