sábado, 26 de dezembro de 2009

A Menina dos Fósforos...


Era uma vez uma menina. Pobre, sozinha. Tinha frio, e na Noite de Ano Novo, acendeu fósforos para se aquecer, um atrás do outro. Até que os fósforos se acabaram e a menina morreu de frio, na companhia da alma da sua avó protectora. Lembro-me desta história com muito mais pormenor. Encontro, um pequeno resumo, numa revista recente, pelas mãos de alguém da minha era. Chama-se a Menina dos Fósforos, e foi escrita por Hans Christian Andersen. Esta história povoou a minha meninez. Lembro-me ainda do livro que a continha, que decerto se encontra perdido, no sótão da casa da minha mãe. Esse livro, contava ainda outros contos do mesmo autor, mas nenhum deles tão marcante como este. Pelo menos, para mim. As histórias contadas ás crianças, fazem-me pensar. O meu J., tem seis anos. Por esta altura, eu já conhecia este conto. Mas não me apetece nada contar-lho. Porque me apetece protege-lo do trágico fim. Não obstante, é um conto que, e apesar de dramático, povoa com doçura o meu imaginário. Talvez me tenha ensinado o valor de algumas coisas que tantas vezes desdenhamos. Foi-me contado vezes sem conta. Li-o outras tantas. Por vezes, acho que hoje, se protegem as crianças em demasia. Os membros da minha classe, e os famosos traumas de infância, fazem arrastar para idades tardias, o contacto com duras realidades, contrariamente aos tempos de outrora. Não falo obviamente de exageros. Ainda me lembro das histórias de papões, e outros do género, que mais não faziam do que assustar a pequenada. Desses, não tenho dúvidas, sobre a sua inutilidade. Agora os grandes clássicos, ás vezes trágicos, mas com fundo moral, tinham a sua mais valia.
Contra mim falo, como participante activa nesta super protecção. Não sei se certa, se erradamente. Mas quase que arrisco a segunda. Coisas dos tempos modernos.

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