O que me faz reflectir... Todos os textos que aqui publico são de minha autoria, e as personagens são fictícias. Excluem-se aqueles em que directamente falo de mim, ou das minhas opiniões, ou onde utilizo especificação directa para o efeito.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Cenários
Os cabelos são de um branco acinzentado, num corte jovial e alvoraçado, mais aceitável numa de vinte que numa de quarenta, mas hoje, as modas assim se prestam, pelo que o exibe com orgulho, enquanto sacode uns que propositadamente lhe povoam a testa. Julga que lhe dão aquele ar cobiçado do desleixo charmoso, uma ambição das mulheres. Quando as ditas o atingem de facto, a coisa é gira de se ver, dá uma certa graça, uma naturalidade tranquila, chamemos-lhe assim. Quando não se consegue lá chegar, muitas vezes arrisco dizer, incluindo esta que refiro, apenas para vosso conhecimento, incorrem numa ridicularidade exacerbada, visível aos olhos de todos menos aos delas. Toda a restante indumentaria, confirma o que atrás refiro. Segue de mão dada com o marido, um morenaço gordo e viçoso, que passa o seu tempo entre Angola e Portugal, e que quando cá vem, exibe com orgulho uma tez de pele curtida pelo sol, por baixo de uma camisa aberta até ao umbigo, onde deposita um crucifixo de oiro, muito amarelo, que se abanica entre uns pelos densos que lhe povoam o peito. Na cara, uma barba de três dias, guarnecem-lhe um rosto roliço, barba essa que se encontra com umas patilhas ali a meio do caminho, fartas e esbranquiçadas. A calça de ganga, minimamente normal, vem adornada com uns ténis pretos e amarelos florescentes, aos quais não consegui ver a marca. Sentam-se e pedem um café, enquanto sorriem uns risos miudinhos, e fazem festas na cara um do outro. Não se coíbem a elogios, que são feitos para isso mesmo, para se darem, pelo que de minuto a minuto, oiço umas tantas coisas, do género és linda, e outros que tais. Julgo que viver em continentes diferentes, pode dar nisto. Eu, por exemplo, nunca arriscaria uma coisa assim.
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LOL Mas é bom de ver, gente feliz :).
ResponderEliminarEu tenho tanto medo desse ridiculo...por vezes parece-me que não é difícil cair-se nele - exactamente porque o próprio não vê. A mim salvam-me os meus filhos que, por amor próprio, são sempre sinceros :)
ahahahahhahahhahah
ResponderEliminarTu e a Antígona hoje...
:)