sexta-feira, 8 de junho de 2012

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Tudo pode ser considerado limite. A minha porta é o limite da minha casa, a minha janela é o que me separa do jardim, a minha pele é o que me guarda do mundo e me permite existir enquanto ser individual e físico. Ninguém consegue porém ver os limites da minha alma. A alma é um vazio sem espaço e sem tempo que se vagueia perdida num mundo imenso e livre. Nesse mundo não existes tu nem existo eu, existe uma fusão global e superior, completamente intemporal. Parece-me pois ser no vazio o cerne da existência da mente, a única que verdadeiramente importa e que se revela nos corpos que a recebem, meros meios de acolhimento. Gosto de pensar a realidade desta forma. Gosto de considerar a permanência da minha alma em detrimento de um corpo físico e finito que um dia me morrerá.

( Tudo porque li isto. Um grande texto como já é hábito, que remete ainda para muito mais além do que aquilo que trago aqui.)

4 comentários:

  1. Se me permites, vou parafrasear:

    "Tudo pode ser considerado uma entrada. A minha porta é a entrada da minha casa, a minha janela é uma entrada ou uma saída para o meu jardim, pelos pôros da minha pele entra ar e sai suor que me permite existir enquanto ser individual e físico. Os que quiserem conseguem também ver a minha alma. A alma é uma imenso espaço repleto de tempo que se passeia consciente num mundo imenso e livre. Nesse mundo, eu e tu existimos em planos simultaneamente paralelos e coexistentes (...)"

    Carla, somos tantas vezes invadidos pelas almas/mentes/espíritos dos outros...! Sem físico, nem nada. :)

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  2. Somos porque é possível, e porque ela se assume em intemporal e livre. Tenho por ela um respeito do tamanho do mundo. Só ela nos permite Ser :)

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  3. O problema será sempre o de saber como compatibilizar a individualidade (marcada por limites que também ela ajuda a estabelecer) com a totalidade - que, pelo menos para nós, é sem limites.
    Grato pela referência.

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  4. Caro José, é com gosto. Reflexões excelentes merecem sempre destaque.

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