quinta-feira, 28 de maio de 2009

Aos 30...


Claudia Schiffer


Finalmente, sinto-me bem pós trinta anos... Caminho difícil este, que tem sido trilhado por mim entre estados de espírito dicotómicos, e sentimentos ambivalentes. Lembro-me de ser adolescente, e, quando me imaginava com trinta anos, imaginava-me uma pessoa calma, com uma família estável, um emprego, enfim, aquela imagem que vamos construindo do que é a felicidade. Hoje, não sou nada do que sonhei. Não sou calma, no bom sentido, pois embora me considere constante, sou sôfrega, sem dúvida; não tenho uma família estável, pois a minha vida sentimental não é lá muito pacífica; e não tenho o emprego com que sonhei, embora tenha um; menos mal... De qualquer forma, e ao longo do tempo, o que concluo, é que os nossos constructos de felicidade são uma grande chachada, e que vamos-nos adaptando à realidade que nos circunda, adequando expectativas, apagando umas, ganhando outras...
E concluímos também que felicidade é um conceito fictício, pelo menos assim, em toda a sua grandeza... Existem momentos felizes, bem estar, agora felicidade, sempre e só? Duvido... Eu pelo menos, não conheço esse estado na sua permanência e plenitude. De qualquer forma, e voltando aos meus trinta, parece-me que consegui muito recentemente, vivê-los em pleno, com alguma sabedoria, já muito consciente de mim e do que me faz sentir bem... Do que procuro, e do que não quero... Das minhas vontades, e das minhas aspirações. Posso não atingi-las, por motivos de diversas ordens; mas sei quais são, sei o que persigo, para onde caminho... Sim, e isto veio aos trinta. Bem como outras coisas que vieram aos trinta, e que me fazem sentir bem... Depois, há o reverso da medalha... O s primeiros brancos, as primeiras rugas, os quilos que teimam em alojar-se, mesmo quando os contrariamos veementemente, mas isto são apartes... A essência, essa torna-se mais clara, mais verdadeira... E ajuda-nos a lidar com os outros apartes... Portanto, hoje mando um louvor para euzinha... Por conseguir viver os meus trinta sem desassossegos ( pelo menos grandes), e com momentos felizes... Isto deve ser do calor do verão... O malvado já cá tardava, e deixou-me pensativa...

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