Engraçado como por vezes, a imagem que criamos das pessoas, fica de tal forma cravada, que não percebemos que crescem, que evoluem, que progridem...De facto, é inerente à nossa natureza arrumar tudo muito arrumadinho, no nosso cérebro, por categorias, por compartimentos, por secções... Quando conhecemos alguém, temos por hábito arrumar, no compartimento que mais se adequar, à pessoa em questão. Há medida que conhecemos mais a fundo, os compartimentos vão sendo cada vez mais específicos, ou seja, as pessoas mais próximas são as que estão inseridas em mais compartimentos. Do mais específico, ao mais generalista... E é aí mesmo, quando as pessoas entram no nosso círculo mais intimo, que nos habituamos a vê-las de tal forma categorizadas, que temos dificuldade em muda-las de categoria. Basta pensarem, por exemplo, em transformar um amigo de longa data, num namorado... Penso que me faço entender. A nossa necessidade de ordem, o nosso hábito, toma conta de nós, e temos dificuldade em soltar, em viver, em mudar sentimentos, em alterar posições... Engraçada esta nossa mente, os nossos hábitos, a nossa ordem... A ausência dela incute-nos um estado de insegurança, de incerteza, que nos faz continuar consequentemente a arrumar, a ordenar... Mesmo que no nosso íntimo, por vezes, nos apeteça dar um grito, e desordenar tudo, assim, como se não houvesse amanha, e como se o medo da desordem desaparecesse, pois já não teríamos nada a perder... Não acabando, julgo por vezes que essa desordem é prudente; com sensatez, obviamente, mas o conseguir cortar a corda, poderá constituir um bom caminho; sem prisões, a dogmas e estados impostos pela nossa mente...
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